zaqueu[1]Há um consenso com relação a mudança de nível do nosso planeta Terra. Em todos os lugares fala-se na Era Nova, onde teremos melhores condições de vida e o ser humano dará expansão às suas potencialidades.
 
Allan Kardec, assessorado pelos Espíritos Iluminados, falava que a Terra passaria de planeta de provas e expiações para planeta de regeneração.
 
Marisa Varela, no livro Iniciação Inka, diz:
 
“Segundo a Teosofia, a Terra foi criada para abrigar sete raças-raízes, das quais quatro já passaram (boreal, hiperbórea, lemuriana e atlante). Portanto, fazemos parte da quinta raça-raiz, chamada ariana, que vem desenvolvendo há milênios a faculdade de pensar. A frase que melhor define o objetivo da presente raça (pois cada uma tem uma meta a cumprir) é: ‘penso; logo, existo’.”
 
Com o pensamento desenvolvido o homem conseguiu muito progresso para o planeta e para si mesmo, mas, por outro lado, desencadeou guerras cada vez mais sofisticadas, gerou enfermidades e danificou a ecologia planetária. Como conseqüência, a Terra tem respondido com as catástrofes da natureza, que levam milhares de pessoas à morte e modificam a geografia de diversas regiões, havendo, assim, uma purificação natural para que seja implantada uma nova civilização, onde o respeito à natureza e ao semelhante, a justiça e o amor falem mais alto…
 
Segundo a autora do livro citado, estamos nos preparando para a vigência da sexta raça-raiz, que usará a linguagem telepática, silenciosa, a harmoniosa linguagem do coração que viverá em prol do bem comum.
 
Não poderíamos passar bruscamente de uma raça para outra, portanto, já estamos iniciando o processo de transição. Para isso, diz Marisa, faz-se necessário desenvolver o lado direito do cérebro, o hemisfério silencioso e telepático, onde “intuição, criatividade, artes, síntese, essência, descoberta de novas cores e raios, uso e abuso de imagens e símbolos em vez de palavras”, compõem todo o leque de manifestação dessa parte do cérebro.
 
O cérebro racional se deixará conduzir pelo cérebro intuitivo. O pensamento virá do coração burilado, da sede da individualidade, nossa essência espiritual.
 
No Evangelho, em diversas passagens, é citado o coração como sendo a sede do pensamento, tanto bom quanto ruim. Fala, também, que é no coração que o Cristo habita em nós.
 
Convencionou-se dizer que uma pessoa cujo raciocínio lógico é muito utilizado, é cerebral, cabeça grande, etc., enquanto alguém mais emotivo e bondoso, é coração: “Fulano é todo coração…”
 
Lendo a estória de Zaqueu, o rico publicano, cobrador de impostos, odiado por quase todos da sua época, encontramos uma interpretação condizente com o exposto acima.
 
Sendo pequeno e detestado, não teve outra alternativa para ver Jesus passar por entre a multidão senão esquecer por um momento sua posição social e subir numa árvore que facilitasse a visão do amado e esperado Messias.
 
Zaqueu estava cansado de viver de acordo com a sua subpersonalidade, em que o cálculo, a frieza e toda gama de emoções mais primitivas estavam presentes. Encontrava-se no limiar, ansiando pela integração à superpersonalidade, o contato mais direto com o seu Cristo interior, sentir sua inteligência voltada para o bem, aquecer com o amor puro a razão iluminada. Ele, que até então soubera bem utilizar da cabeça, queria agora vivenciar o coração.
 
Foi então que Jesus, passando, olhou-o e viu tudo o que se passava em seu íntimo, deixando para toda a Humanidade o convite especial:
 
“Desce depressa, pois me convém ficar hoje em tua casa”.
 
Jesus se referia à casa do coração de Zaqueu. Era como se dissesse a ele e a todos nós: Muda teu modo de pensar e de agir, deixa que os sentimentos mais elevados envolvam o teu raciocínio e permaneçam contigo; aproveita a oportunidade e te apressa, pois o contato comigo te transformará numa nova criatura e o momento é agora, enquanto estás sensibilizado. Sente a alegria, todo o júbilo inesquecível de ter a minha presença em tua casa íntima, iluminando a tua vida, o teu pensar, o teu sentir…
 
Nessa fase de transição que estamos vivendo, Jesus continua fazendo o apelo, querendo que o sintamos no recesso do nosso coração. Procuremos, pois, enxergar de mais alto, nos colocarmos um pouco acima da multidão agitada e confusa, para que o convite nos toque o coração.

Celeste Carneiro

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