Em seu livro “Elevando-se Acima da Multidão”, Brian Harbour conta a história de Ben Hooper.

imageON5Quando Ben Hooper nasceu muitos anos atrás nas encostas das montanhas do leste do Tennessee, os meninos e as meninas como ele, filhos de mães solteiras, eram condenados ao ostracismo e tratados com hostilidade. Quando Ben Hooper tinha três anos, as outras crianças evitavam brincar com ele. Os pais diziam coisas grosseiras como: “Por que um menino como esse brinca com nossos filhos?”, como se a criança tivesse alguma coisa a ver com sua origem.

 

Sábado era o pior dia da semana. A mãe de Ben o levava a um pequeno armazém para comprar mantimentos para a semana. Invariavelmente, os outros pais que estavam no armazém faziam comentários mordazes em voz alta para que a mãe e o filho ouvissem, comentários do tipo: “Você sabe quem é o pai dele?” Que infância terrível!

 

Naquela época não havia pré-escola. Portanto, aos seis anos de idade, o pequeno Ben ingressou no primeiro ano. Deram-lhe uma carteira para ele se sentar, igual à das outras crianças. No recreio, continuava sentado em sua carteira estudando, porque as outras crianças não brincavam com ele. Ao meio-dia, o pequeno Ben comia seu lanche sozinho. A algazarra da criançada que o evitava mal podia ser ouvida do lugar em que ele se encontrava.

 

Quando alguém se mudava para a encosta das montanhas do leste de Tennessee, havia um grande alvoroço na cidade. Na época em que Ben tinha 12 anos, chegou um novo pastor para tomar conta da pequenina igreja da cidade onde Ben morava.

 

Logo em seguida, o pequeno Ben começou a ouvir comentários positivos a respeito do pastor que ele era amoroso e imparcial, que ele aceitava as pessoas como elas eram, e, quando estava entre elas, fazia com que se sentissem importantes. Diziam que o pastor tinha carisma. Quando ele conversava com um grupo de qualquer tamanho, de qualquer lugar, o modo de ser daquele grupo mudava. Os sorrisos alargavam-se, as gargalhadas aumentavam e o ânimo intensificava-se.

 

Certo domingo, apesar de nunca ter entrado na igreja antes, o pequeno Ben Hooper decidiu ir até lá para ouvir o pastor falar. Chegou atrasado e saiu mais cedo, porque não queria chamar a atenção de ninguém, mas gostou do que ouviu. Pela primeira vez na vida, aquele garoto vislumbrou um brilho de esperança.

 

Ben voltou à igreja no domingo seguinte, no outro e no outro. Sempre chegava atrasado e saía mais cedo, mas sua esperança aumentava a cada domingo.

 

No sexto ou sétimo domingo, a mensagem foi tão comovente e empolgante que Ben ficou completamente cativado por ela. Parecia haver uma tabuleta atrás da cabeça do pastor com os seguintes dizeres: “Pequeno Ben Hooper, filho de pai desconhecido, há esperança para você!” Ben ficou tão absorto ao ouvir a mensagem que se esqueceu do tempo e não notou que um grande número de pessoas entrou depois que ele se sentou.

 

imageH4DDe repente, o culto terminou. Ben levantou-se rapidamente para sair como fazia todos os domingos, mas os corredores estavam apinhados, e ele não podia fugir dali. Enquanto tentava abrir caminho no meio do povo, ele sentiu que alguém pousou a mão em seu ombro. Virou-se e deu de frente com os olhos do jovem pastor, que lhe fez uma pergunta que estava na mente de todas as pessoas da cidade nos últimos 12 anos:

 

—      Quem é você, garoto?

 

Houve um silêncio mortal na igreja. Lentamente, um leve sorriso começou a surgir no rosto do jovem pastor até transformar-se em um largo sorriso, e ele exclamou:

 

—      Oh! Eu sei quem você é! Seu rosto me é muito familiar! Você é filho de Deus!

 

O jovem pastor o conduziu até o fundo da igreja e disse:

 

—      Você recebeu uma bela herança, garoto! Agora vá e tente viver de acordo com ela.

filipeta

 

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