![acorn_ant2[1]](http://www.imagick.com.br/wp-content/uploads/2013/11/acorn_ant21.jpg)
Há três modos de os aspirantes praticarem a espiritualidade: como os pássaros, como os macacos e como as formigas.
O pássaro, quando encontra um fruto maduro, bica-o e quase sempre ele se desprende da árvore e cai no chão. Pouco aproveita. Assim também são as pessoas que ingressam numa verdade com intensidade e pressa e acabam arruinando os resultados.
Os macacos tomam o fruto na boca e começam a pular inquietamente de galho em galho. Nessa distração, muitas vezes acabam derrubando o fruto, antes de o poderem degustar. Similarmente, muitos aspirantes tomam a verdade mas se deixam envolver pelos cambiantes eventos da vida e acabam perdendo de vista seu propósito espiritual. Não o meditam e nem praticam o suficiente para alcançar resultados.
A formiga avança, suave e decididamente até o grão de comida eleva-o a seu formigueiro, onde o desfruta comodamente. Esta é a forma de melhor alcançar resultados, usufruindo gozosamente a verdade
(Evangelho de Ramahrishna)
Podemos acrescentar que a formiga, ao levar o alimento ao formigueiro, é como a pessoa que leva a verdade ao íntimo, para alimentar sua Rainha, a Essência, num verdadeiro crescimento espiritual.
Conto II
UMA LENDA DA CRIAÇÃO
Quando Deus creou o mundo, formou o céu e a terra e pôs aqui um casal de seres humanos dotados de inteligência, mas de coração vazio.
Formou depois o sol e a luz. E da união destes, a chuva. Deu-lhes a ordem: em tempos iguais brilhe o sol, durante o dia; e a lua de noite. O sol vitalize e aqueça a terra; a chuva a regue e fertilize. Agora vou esconder-me por muito tempo e, para que os humanos me anseiem e busquem, vou mandar-lhes o amor.
O Senhor se foi e o amor chegou clamando:
– Onde está Deus, meu Pai? Grande é o meu anseio d’Ele!
Os elementos responderam:
– O Senhor se foi, mas deixou-lhe morada no coração do homem e da mulher.
E assim o amor habitou no coração humano e, desde então, todos os nascidos daquele casal têm um anseio ardente e contínuo de Deus!
(Adapt. de uma lenda do Uganda)
O equilíbrio, tal como foi estabelecido por Deus em seu universo, deve ser restabelecido pelo homem em seu mundo psicológico, sob orientação do amor, para que ele reencontre Deus em si.
Tal é a síntese do mistério inscrito na fachada do antigo templo de Delfos: “Homem, conhece a ti mesmo” e “Nada em Demasia”.