imageBC2Tradição é um conjunto de crenças e ensinamentos que são passados de
geração para geração. Na Bruxaria, isso não é diferente, pois ela é
muito antiga e mesmo com tanto preconceito imposto na Idade Média,
ainda presente na sociedade, ainda assim, ela renasceu.
Muitos são os povos pagãos que praticavam essa mesma bruxaria há
séculos, delas vieram um grande conjunto de diversas crenças que
incluíam seus rituais, instrumentos, éticas, filosofias e liturgias.

Alguns bruxos preferem seguir a Arte solitariamente, outros seguem o
caminho da hereditariedade, ou seja, levando os ensinamentos passados
pelos seus familiares e ainda há as bruxas da cozinha aquelas que
usam a magia das ervas. Existem diversas maneiras de se praticar a
bruxaria, sempre seguindo uma Tradição.

Tradição 1734: Tipicamente britânica é às vezes uma Tradição eclética
baseada nas idéias do poeta Robert Cochrane, um auto-intitulado Bruxo
hereditário que se suicidou através da ingestão de uma grande
quantidade de beladona. 1734 é usado como um criptograma(caracteres
secretos) para o nome da Deusa honrada nesta tradição.

Tradição Alexandrina: Uma Tradição popular que começou ao redor da
Inglaterra em 1960 e foi fundada por Alex Sanders. A Tradição
Alexandrina é muito semelhante à Gardneriana com algumas mudanças
menores e emendas. Esta Tradição trabalha à maneira de Alex e Maxine
Sanders, que diziam terem sido iniciados por sua avó em 1933. A
maioria dos rituais são muito formais e embasados na Magia
cerimonial. É também uma tradição polarizada, onde o Sacerdotisa
representa o princípio feminino e o Sacerdote o princípio masculino.
Os rituais sazonais, na maior parte são baseados na divisão do ano
entre o Rei do Azevinho e o Rei do Carvalho e diversos dramas rituais
tratam do tema do Deus da Morte/Ressurreição. Como na Tradição
Gardneriana a Sacerdotisa é elevada autoridade máxima. Entretanto, os
precursores para ambas Tradições foram homens. Embora similar a
Gardneriana, a Tradição Alexandrina tende a ser mais eclética e
liberal. Algumas das regras estritas Gardnerianas, tais como a
exigência do nudismo ritual, são opcionais. Alex Sanders intitulou-se
a certa altura “Rei das Bruxas”, considerando que o grande número de
pessoas que tinha iniciado na sua tradição lhe dava esse direito. Nem
os seus próprios discípulos o levaram muito a sério, e para a
comunidade Pagã no geral esse título foi apenas motivo de troça,
quando não de repúdio. Janet e Stewart Farrar são os mais famosos
Bruxos que divulgaram largamente a Tradição Alexandrina em suas
publicações.

Tradicional Britânica: Uma Tradição com uma forte estrutura
hierárquica e graus. Os Rituais estão centrados na Tradição Céltica e
Gardneriana

Tradição Wicca céltica: Uma Tradição muito telúrica, com enfoques na
natureza, os elementos e elementais, algumas vezes fadas, plantas,
etc. Muitas ” Bruxas Verdes” (Green Witches) e Adeptos do Druidismo
seguem este caminho, centrado no panteão Céltico antigo e em seus
Deuses e Deusas.

Tradição Caledoniana (ou caledonni): Uma tradição que tenta preservar
os antigos festivais dos escoceses e às vezes é chamada de Tradição
Hecatina.

Tradição Picta: É uma das manifestações da Bruxaria tipicamente
escocesa. Na maioria das vezes é uma forma solitária da Arte. Seu
enfoque prático é basicamente mágico e possui poucos elementos
religiosos e filosóficos.

Tradição Diânica: Algumas Bruxas Diânicas só enfocam seus cultos na
Deusa, são muito politicamente ativos, e feministas. Outras Bruxas
Diânicas simplesmente enfocam seu culto na Deusa como uma forma de
compensar os muitos anos de domínio Patriarcal na Terra. Algumas
Bruxas Diânicas usam este título para denotar que são “as Filhas de
Diana”, a Deusa protetora delas. Há Bruxas Diânicas que são tudo
isto , algumas que não são nada disto, e outras que são um misto
disto. A Arte Diânica possui duas filiais distintas:

– Uma filial, fundada no Texas por Morgan McFarland . Que dá o
supremacia à Deusa em sua thealogy, mas honra o Deus Cornífero como
seu Consorte Amado e abençoado. Os membros dos Covens dividem-se
entre homens e mulheres. Esta filial é chamada às vezes “Old Dianic”
(Velha Diânica), e há alguns Covens descendentes desta Tradição,
especialmente no Texas. Outros Covens, similares na thealogy mas que
não descendem diretamente da linha de McFarland, e que estão
espalhados por todo EUA.
– A outra filial, chamada às vezes de Feitiçaria Feminista Diânica,
focaliza exclusivamente a Deusa e somente mulheres participam de seus
Covens e grupos. Geralmente seus rituais são livres e não são
hierárquicos, usando a criatividade e o consenso para a realização de
seus rituais. São politicamente um grupo feministas. Há uma presença
lésbica forte no movimento, embora a maioria de Covens estejam
abertos à mulheres de todas as orientações.

Tradição Georgina: Esta Tradição foi criada por George Patterson, que
se auto intitulou como sendo um “Sumo Sacerdote Georgino”. Quando
começou o seu próprio Coven, chamou-o de Georgino, já que seu prenome
era George. Se há uma palavra que melhor pode descrever a Tradição de
George , seria “eclética”. A Tradição Georgina é um composto de
rituais Celtas, Alexandrinos, Gardnerianos e tradicionais. Mesmo que
a maior parte do material fornecido aos estudantes sejam
Alexandrinos, nunca houve um imperativo para seguir cegamente seu
conteúdo. Os boletins de noticias publicados pelo fundador da
Tradição estavam sempre cheio de contribuições dos povos de muitas
outras Tradições. Parece que a intenção do Sr. Patterson era fornecer
uma visão abrangente aos seus discípulos.

Tradição das Fadas (ou Fairy Wicca): Há várias facções da Tradição
das Fadas. Segundo os membros desta Tradição, seus ritos e
conhecimentos tiveram origem entre os antigos povos da Europa da
Idade do Bronze, que ao migrarem para as colinas e altas montanhas
devido às guerras e invasões ficaram conhecidos como Sides, Pictos,
Duendes ou Fadas. Uma Bruxa desta Tradição poderia ser ou trabalhar,
mas não necessariamente: – Com energias da natureza e espíritos da
natureza , também conhecidos como fadas, Duendes, etc. – Homossexual
Alguns dos nomes mais famosos desta Tradição são Victor e Cora
Anderson, Tom Delong (Gwydion Penderwyn), Starhawk, etc.

Tradição Gardneriana: Fundada por Gerald Gardner nos anos de 1950 na
Inglaterra. Esta tradição contribuiu muito para Arte ser o que é
hoje.. A estrutura de muitos rituais e trabalhos mágicos em numerosas
tradições são originárias do trabalho de Gardner. Algumas das
reivindicações históricas feitos pelo próprio Gardner e por algumas
Bruxas Gardnerianas têm que ainda serem verificadas (e em alguns
casos são fortemente contestadas) porém, esta Tradição apoiou muitas
Bruxas modernas. Gerald B. Gardner é considerado “o avô” de toda a
Neo-Wicca. Foi iniciado em um Coven de NewForest, na Inglaterra em
1939. Em 1951 a última das leis inglesas contra a Bruxaria foi banida
(primeiramente devido à pressão de Espiritualistas) e Gardner
publicou o famoso livro”Witchcraft Today”, trazendo uma versão dos
rituais e as tradições do Coven pelo qual foi iniciado.
Gardnerianismo é uma tradição extremamente hierárquica. A Sacerdotisa
e o Sacerdote governam Coven, e os princípios do amor e da confiança
presidem. Os praticantes desta Tradição trabalham “Vestidos de Céu”
(nus), além de manterem o esquema de Seita Secreta. Nos EUA e
Inglaterra os Gardnerianos são chamados de “Snobs of the Craft”
(Snobes da Arte), pois muitos deles acreditam que são os únicos
descendentes diretos do Paganismo purista. Cada Coven Gardneriano é
autônomo e é dirigido por uma Sacerdotisa, com a ajuda do Sacerdote,
Senhores dos Quadrantes, Mensageiro, etc. Isto mantém o linhagem e
cria um número de líderes e de professores experientes para o
treinamento dos Iniciandos. A Bíblia Completa das Bruxas (The Witches
Bible Complete) escrita por Janet e Stuart Farrar, como também muitos
livros escritos por por Doreen Valiente têm base nesta Tradição e na
Tradição Alexandrina em muitos aspectos.

Tradição Wicca Saxônica ou Seax-Wicca: Fundada em 1973, pelo autor
prolífico, Raymond Buckland que era, naquele momento, um Bruxo
Gardneriano. Uma das primeiras tradições precursoras em Bruxos
solitários e o auto-iniciados. Estes dois aspectos fizeram dela um
caminho popular.

Tradição Strega: Começou ao redor na Itália em 1353. A história
controversa sobre esta Tradição pode ser achada em muitos locais e em
muitos livros. Arádia… Gospell of the Witches (Arádia…A Doutrina
das Bruxas) é um deles.

Tradição Teutônica ou Nórdica: Teutônicos são um grupo de pessoas que
falam o norueguês, fosso, islandês, sueco, o inglês e outros dialetos
europeus que são considerados “idiomas Germânicos”. Um Bruxo
teutônico acha freqüentemente inspiração nos mitos tradicionais e
lendas, Deuses e Deusas das áreas onde estes dialetos se originaram.

Tradição Asatrú: Teve suas origens no Norte da Europa e é uma das
facções das Tradições Teutônica e Nórdica. Esta Tradição é praticada
hoje por aqueles que sentem uma ligação com os nórdicos e teutônicos
e que desejam estudar a filosofia e religiosidade da antiga
Escandinávia, através dos Eddas e Runas. Encoraja um senso de
responsabilidade e crescimento espiritual, freqüentemente embasados
nos conceitos atribuídos aos nobres guerreiros de tempos ancestrais.
Tradição Algard: Uma americana iniciada nas Tradições Gardneriana e
Alexandrina, chamada Mary Nesnick, fundou essa “nova” tradição que
reúne ensinamentos de ambas tradições sob uma única insígnia.

Bruxaria Tradicional Ibérica: Uma bruxaria onde participam pessoas
que habitam a região que compreende a penísula ibérica,
principalmente Portugal e Espanha. Seus ancestrais adoravam os seus
Deuses, com cultos diferenciados entre tribos e regiões; eles amavam
e respeitavam os lugares e espíritos da natureza, colhiam e caçavam
com bravura e respeito. No passado a Península Ibérica foi palco de
influências de vários povos entre eles: os Fenícios, Cartagineses,
Suevos, Visigodos, Celtas (daí o rótulo de Celtibero, palavra que
representa mistura de povos Celtas e Ibéricos). As divindades nunca
se mesclaram facilmente com as dos povos invasores. A adoração e o
Ritual dos Deuses tem a ver com a Arte Antiga, hoje chamada por uns
de “Tradicionalista” e claro, muito anterior à Wicca que vemos do
autor Gardner e outros decorrentes. Além disso, é sabido o quanto
Gerald Gardner percorreu por várias vezes a Espanha na busca do culto
dos Antigos… e nunca os encontrou realmente, pois os grupos de
bruxos conhecidos por Aquellares e Coevas (covens) são fechados e o
que se fala para o exterior é cauteloso de acordo com as Leis
Wiccans! O espírito religioso dos romanos baseava-se na importação
dos Deuses das varias regiões conquistadas. Podemos citar a Grécia
como exemplo disso. Todos os Deuses Gregos foram importados dando
origem a Deuses Romanos de poder, influência e semântica similares.
Os romanos também querendo absorver “os poderes das tribos”
conquistadas, apropriavam-se dos nomes dos Deuses locais e os
aplicavam conforme as conveniências em sua cultura, sem contudo
nestes Deuses romanos recém criados existir o verdadeiro sentido
mágico-religioso. Assim aconteceu com a nossa Deusa Atégina que após
a romanização, virou Próserpina, nome deveras conhecido na mitologia
romana mas, muito antes de Roma ser criada, os povos locais já
conheciam a lenda da Descida da Deusa Atégina aos mundos interiores.
Podemos notar também pela história que, cinco séculos antes de Roma,
já haviam chegado à europa a cultura dos Gregos e dos Fenícios e,
depois, dos Cartagineses que não forçaram os habitantes ibéricos com
suas religiões, entretanto foram bastante influentes na passagem de
segredos e mistérios aos Sábios tribais dos Santuários primitivos já
existentes na Península Ibérica. A Tradição dos ibéricos tem uma
ancestralidade reconhecida num vasto Panteão autônomo, quase livre de
influências exteriores, e nos variadíssimos vestígios históricos, que
cada vez mais surgirão à luz dos homens. Não poderíamos ficar
allheios também da importância trazida pelas culturas Fenícia,
Cretense e Grega e cuja cultura resplandecente causou assombro e
respeito aos povos nativos ibéricos do litoral português com os
cultos de Baal Merkart e de Tanith de Cartago cultuada no seu local
em Nazaré. O Panteão Ibérico é rico e tribal. Os Deuses que compõem
este panteão existem nas antigas regiões da Bética, da Lusitânia e da
Calaecia, e entre várias Divindades, cultua-se: Endovélico – o
Curador, Atégina – A Deusa Mãe, Trebaruna – A Guerreira e Protetora,
Bônconcios – O Guerreiro, Tongoenabiagus – O Fertilizador, Tanira – A
deusa das Artes, Nabica – A Ninfa das Florestas, Aernus – O senhor
dos ventos do norte, Brigantés – a Deusa guerreira . (Esta divindade
é resultante da influência dos povos do norte da Europa nas terras da
Ibéria – A qual não têm nada a ver com Briga ou Brigit dos druidas e
muito menos a ver com os seus cultos). Os feiticeiros Ibéricos não
seguem os atuais calendários usados na Wicca, mas sim os calendários
vivos que a própria Tradição os ditou através dos tempos. Nesta
Tradição há 3 Celebrações anuais básicas: O nascimento, O Apogeu e o
Rito aos Idos aonde visitamos o Rio do Esquecimento, para cultuar
seus antepassados. Na Tradição Ibérica o culto é dirigido a uma só
Deusa ou a um Deus e cada Divindade é adorada individualmente, salvo
algumas exceções, não se aplicando a ritualística de Deusa e seu
Consorte, tão difundida pela Wicca e não existe o conceito de deuses
infernais, nem duos ou trindades de Deuses.

Tradição Galesa de Gwyddonaid: Uma Tradição Galesa Céltica da Wicca,
que adora panteão galês de Deuses e Deusas. Gwyddonaid, foi quem
grosseiramente traduziu a ignóbil obra galesa “Árvore da Bruxa (Tree
Witch)” e propagou esta forma de trabalhar magicamente.

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