Enquanto Napoleão perdia a Guerra, Parmênides refletia sobre a vida mirando sua imagem e semelhança refletida na água. Um completo “Narciso” de Caravaggio. Entretanto, ele era pequeno ainda para saber pescar; para saber manusear as cordas que seguravam a marionete.
Enquanto isso, Parmênides ia refletindo… refletindo… debruçando sua imagem sobre o leito de um rio. Não era necessário colocar aspas e nem travessão para o seu “fluxo de pensamento”.
As pessoas são como países. Existem países − pessoas − com diferentes culturas, contextos, vivências e línguas. Somos 8 bilhões de pessoas espalhadas por este Planeta “redondo” chamado Terra, entre seus 5 continentes. Esse número tende a aumentar em alguns países com a taxa de natalidade alta, e poucos programas de assistência social e boas políticas públicas.
Somos seres humanos “racionais”, e muitas vezes chamados de “irracionais” por nossas próprias ações nefastas e condutas degradantes. Nunca esqueci que a força da natureza é racional. Porém, somos seres completa a mente complexos.
Eu amo “humanizar” o meu “Deus”. Não faz diferença para Ele se for com letra minúscula ou maiúscula. Ativo e desativo a tecla “Caps Lock” e tudo se resolve num só instante. Inventamos deuses de tantas mitologias, e alguns carregam na bagagem: totens e seus tabus. Portanto, o meu deus não é menor que o teu Deus; logo, nem o teu Deus é maior que o meu.
Deturpar a ideia original do livro e propagá-la de forma deturpada é uma das maneiras de controlar a massa, o rebanho. Fico feliz em saber que hoje nasceu, uma linda flor de lótus no Irã. Floresceu no Paquistão. Sonhei com maçãs e flores de cerejeiras caindo… lá pelas ruas do Afeganistão.

Qual é a diferença entre “entender” e “compreender”?; Qual é a diferença entre ter “informação” e “conhecimento”?; O que dizer da geração que nasceu a partir dos anos 2000, e que caminha de acordo com o século XXI?; Aliás, a maioria de nós caminhou. Por que existem tantas palavras no dicionário à procura dos seus sinônimos?; Por que o encoberto desperta o libido de se descobrir?; Por que o proibido desperta a curiosidade?; Saiba que de sua cara metade, aquela foi a melhor parte da laranja que conquistamos.
Somos meros terráqueos nesta terra de “meu deus!” que não acaba mais. Se bem que, nesse caso, há mais oceano no “Planeta” do que “Terra”. Somos simples marionetes nas mãos do Destino. Quiçá, Acaso. Passando de lá pra cá… de cá pra lá… atravessando a rua. Quem me dera ter o poder de saber o que o outro, doutro lado da rua, da tabacaria, está a pensar!
Em suma, duas coisas podem causar Guerras no mundo: política e religião. Não adianta: nós nunca entenderemos o outro lado, se olharmos para ele só com a nossa perspectiva e vivência. É preciso quebrar as barreiras; colocar por terra o Muro de Berlim e atravessar a grande fronteira que nos separa. É dificílimo, mas não é impossível.
Nós nos sentimos tão sozinhos neste imenso Planeta, que seria sem Graça não ter alguém para chamarmos de Criador e o outro de criatura. Não quero criar polêmica, mas já criando: as evidências estão aí. Desenterrem as carcaças dos dinossauros. De fato, existiu a explosão do “Big Bang”, mas quem foi que acendeu o fósforo?; Quem foi aquele ou aquela que deu o primeiro peteleco com o dedo indicador ou médio no último dominó da fileira, para que ocorresse o conhecido efeito dominó, e o primeiro dominó da fileira finalmente caísse?
Querendo ou não, a Ciência e a Religião são como aquele afresco de Michelangelo pintado no teto da Capela Sistina: a ponta do dedo indicador de Adão, tentando tocar o “Plano das Ideias”, a ponta do dedo indicador de Deus − deus −.
De vez em quando, ambas são como aqueles típicos casais que dizem serem perfeitos e andam de mãos dadas na rua, só para agradar o “status quo” da sociedade; mas quando chegam em casa, o alicerce do lar vai trincando aos poucos.
Chega uma hora que tudo cai por terra, tais como perguntas cheias de “clichês”: quem veio primeiro: o ovo ou a galinha? Coitada. A Galinha olhava tão tristonha para o seu “ovo” que o fazendeiro toda manhã ia ao galinheiro buscar. Mas o que ela podia fazer?! Lutar entre unhas e bicadas para que aquele ovo fosse salvo de ir para frito na frigideira?
Parmênides era uma mera criança inocente, e estava já naquela fase de perguntar sobre o porquê das coisas. Parece meio bobo isso, de coisificar as coisas; todavia, quem não constrói a “ponte”…, não conhece o lado de lá!!
(Carlos André)
@carlosandreescritor
Texto que escrevi para iniciar o ano de 2023.
Crônica literária para o mês de: Janeiro de 2023.
Estação: Verão.
Imagem que ilustra a crônica: “O Mundo das Marionetes”, de Gus fine Art.
Man pulling the strings. Worker as a marionette puppet theater.