O que é Qüididade?
Segundo o filósofo indiano Ashvaghosha, a definição pode ser dada da seguinte forma:
“A qüididade não é aquilo que é existência, nem é aquilo que é não existência, nem aquilo que é ao mesmo tempo existência e não existência, nem aquilo que não é ao mesmo tempo existência e não existência.”
Esse conceito é um tanto abstrato, um tanto confuso, até parece que nada diz, entretanto ele guarda em si uma delicada e bela lição de vida e indica o estado do mundo tal como ele é: o estado pelo qual uma coisa é assim, como ela é, o estudo de um fato acontecer do modo como acontece.
Para os budistas Mahayana a Qüididade também é um aspecto da Iluminação, ou do “Despertar”, como eles chamam. A essência dessa experiência consiste em ultrapassar o mundo das distinções e dos opostos intelectuais , para alcançar o mundo de acintya o impensável, onde a realidade aparece como uma Qüididade indivisível e indiferenciada.
Seguindo essa concepção, o Grande Mestre Ashvaghosha nos dá uma outra definição, que diz:
“Aquilo que a alma conhece como Qüididade é a unidade da totalidade de todas as coisas, o grande todo que tudo integra.”
Reconheçamos que este é um conceito que não deve ser analisado sob critérios racionalistas, muito pelo contrário, deve-se, sim, ser sentido e meditado, buscando-se através dele a união com o universo, mas não apenas ser parte dele, mas também ser o universo.
Para sabermos como vivenciar a Qüididade é necessário transcender o estado humano, lembrando-nos que somos parte integrante da Criação o que nos torna múltiplos em uma realidade individual, somos todos a mesma essência mas divididos para que possamos evoluir e nos tornar uno novamente.
