…Toda ideologia é um empecilho à ação direta.
A função própria da ideia é separar os entes humanos. A crença religiosa ou política lança o homem conta o homem… A crença organizada é como qualquer outra ideologia, um produto da mente e, portanto causadora de separação.
… A desigualdade é um fato que nenhuma revolução pode destruir. O que ela faz é substituir um grupo por outro.
…Ideias dividem, causam separação, geram conflito.
…A revolução sempre fez uso do homem, como o meio para atingir um fim. O fim era importante e não o homem. As religiões têm sustentado, pelo menos verbalmente que o homem é importante; mas também têm usado o homem para a organização da crença, do dogma.
…Atualmente, só conhecemos relações utilitárias: a sociedade faz uso do indivíduo, assim como os indivíduos fazem uso uns dos outros, com fim de se beneficiarem, em vários sentidos. Esse fato é a causa fundamental da divisão psicológica do homem contra o homem.
Só deixamos de fazer uso uns dos outros quando a ideia não é mais o fator impulsor, nas relações. Com a ideia vem a exploração, e a exploração gera antagonismo.
Qual o fator que surge, quando desaparece a ideia?
É o amor, o único fator que pode realizar uma revolução fundamental e verdadeira.
… Só depois de arriada a bandeira, a crença, o líder, a ideia como ação planeada, só então pode existir o amor. E o amor é a única revolução criadora e constante.
Mas o amor não fará andar as máquinas, fará?
(trechos extraídos do livro Reflexões sobre a vida J.Krishnamurti)
Artigo recebido através de nossa amiga Rita Valentim Hutchins