(por Orual Ojellav)
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“Nesta trajetória terrena, quantas não são as situações de perda que experimentamos?
Seja um ente querido que se vai naturalmente, ou, bruscamente, enveredando na linha temporal que liga as dimensões deste universo holístico.
Seja um emprego, ou oportunidades, que passam à nossa frente, mas que desperdiçamos, cegos, em nossa toada desvairada do hoje viver.
Sem falar em amores, que muitas vezes ignoramos ou desdenhamos, dado o ego inchado, como se jamais se fosse morrer.
Então, despertamos, e um desejo em nós cresce, de voltar ao passado e fazer diferente, porém, as escolhas nos desviam e ficamos em círculos, voltando ao mesmo local, sempre.
É preciso manter-se no eixo, e resistir a esse desejo, pois o presente é que conta, para criar um novo caminho que leve a um novo desfecho, sem repetir.
A passagem por esta nave é muito curta e, muitas vezes, o ego inflado, na ignorância do egoísmo que nos faz perder, não conseguimos, a tempo, corrigir.
E percebemos, tardiamente, que a fresta é estreita, e que optamos por carregar a bagagem, com tralhas inúteis, que, passar, não vai nos permitir.
As perdas são um alerta, para perceber o sentido real desta viagem, do quão nada somos dentro do Todo: uma ínfima gota no oceano do infinito.
Enquanto o amor não for a tônica que nos norteia, o ‘looping’ das perdas, estará sempre nos puxando para dentro…
…e cada vez mais para dentro, até nelas sucumbir.”
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(Orual Ojellav – Série Pensamentos – 28/01/2023)
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Imagem: redemoinho no oceano “pinterest”
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