Por Alan Vaughan

image0CIQuase 90% das pessoas são capazes de ativar a intuição latente em nós e usá-la de forma criativa. Defensor desta tese, o pesquisador americano Alan Vaughan indica aqui alguns exercícios comprovadamente eficazes para desenvolver essa percepção extra-sensorial.
Não precisamos ficar espantados com o fato de a maioria das pessoas se tornarem adultas sem ter a mínima idéia da existência do potencial milagroso para chegar a uma sabedoria direta, latente, dentro de nós.
    Entrei na parapsicologia como um cientista cético, querendo pesquisar a precognição (pré conhecimento de acontecimentos futuros), uma forma de percepção extra-sensorial. Assim aprendi a desenvolver minhas próprias capacidades intuitivas e comecei a ensinar o assunto a outras pessoas. Durante a execução de um projeto de pesquisa que fiz com o Central Premonitions Registry (“Registro Central de Premonições”), em Nova York, consegui encontrar um número maior de acertos precognitivos durante os dez anos em que ensinei técnicas intuitivas a mais de 10 mil pessoas. Confirmei que a maioria delas (85% a 91%) foi capaz de ativar seus dons latentes de intuição.
    A lógica e pesquisas detalhadas podem transmitir uma imagem exata do passado, mas a intuição é capaz de fornecer informações sobre o futuro. Pensemos, por exemplo, em investimentos financeiros. Num estudo publicado na Financial World de 1980, ficou claro que 20 dos melhores especialistas no assunto que previam o futuro desenvolvimento das ações com a ajuda de um computador falharam em 2/3 das suas precognições. Um chimpanzé jogando dardos obteria resultados melhores! Comparando clarividentes e corretores na Bolsa de Valores, cheguei à conclusão de que uma precognição sobre a escolha dos investimentos, baseada na intuição, mostrou nítida vantagem do lado dos clarividentes.
    Um método eficaz pode ser o seguinte: simplesmente escreve-se os nomes das ações em questão e movimenta-se a mão sobre as anotações. Um coçar ou atração magnética pode indicar uma ação em desenvolvimento positivo. 0 passo seguinte é perguntar: qual o símbolo futuro da firma em questão? Se, por exemplo, aparecer em sua frente uma planta murcha, tenha cuidado. Mas se, ao contrário, aparecer uma árvore saudável, em pleno florescimento, então não hesite!
    Um estudo feito por Douglas Dean e John Mihalasky no New Jersey Institute of Technology mostrou uma estreita ligação entre intuição e sucesso financeiro. Oitenta por cento dos presidentes das firmas bem-sucedidas tiveram quase sempre bons resultados em testes de precognição, enquanto 100% dos presidentes de flamas com bem menos sucesso sempre mostraram resultados negativos nos testes. O resultado mais positivo foi o da presidente de uma agência de consultas. Ela explicou seus bons resultados  por seu “instinto certeiro”
    E na prática? Como, por exemplo, a intuição poderia ajudar-nos a escolher uma carreira ou encontrar um trabalho mais rentável? Um bom método é o seguinte:
    Crie uma imagem mental ou sonho ativo em que você aceita uma determinada carreira ou trabalho, observando a si mesmo durante a execução do trabalho. As pessoas o felicitam pela boa execução do trabalho? Você tem uma sensação positiva em seu plexo solar? É exigida muita criatividade de seu lado? Tente ver se o seu novo emprego iria levar a um melhor bem-estar financeiro ou seria tão satisfatório que a questão monetária não pesaria tanto.
Se você chegar, através desse filme mental, a uma impressão de seu novo trabalho, pergunte a si mesmo como foi levado àquela conclusão. Talvez consiga uma inspiração que o ajudará a concretizar o sonho.
    Aconselhei uma vez essa técnica a uma baby-sitter, uma jovem mulher desempregada, doutora em teatro. Em seu sonho ativo ela se viu ganhar um salário e ensinar. Procurou, então, uma fundação e ganhou o salário! Perdi a laby-sitter, mas o mundo ganhou uma professora de teatro.
 

    Quero agora propor algumas técnicas para ajudar as pessoas a ativar seu potencial intuitivo latente. Existem cinco princípios fundamentais:
    A intuição funciona melhor se você não tiver noção alguma sobre a resposta. Tentar adivinhar – tratando-se de possibilidades limitadas (objetos conhecidos, como as cartas Zener) traz resultados negativos, pois ativa o hemisfério esquerdo, a parte mental, racional do cérebro, que então domina o hemisfério direito, o intuitivo.
    Deve-se ativar o hemisfério intuitivo, enfatizando em suas observações mentais os aspectos visuais. Nas suas primeiras tentativas para desenvolver a intuição, as informações mais corretas são, provavelmente, aquelas que se mostram em figuras, imagens, esboços, cores, estruturas, sensações e impressões. Aquele material provém principalmente do hemisfério direito. Devem ser erradas as informações transmitidas em nomes, números, endereços, datas e tudo que seja adivinhado. Neste caso, trata-se de informações analíticas vindas do hemisfério esquerdo, cujo poder extra-sensorial ainda deve ser desenvolvido.
    Fale ou desenhe simplesmente o que está vendo e não se preocupe em reconhecer a pessoa, o objeto em sua totalidade ou em conseguir dar nome a eles. Como todas as outras coisas, também a intuição deve ser treinada e desenvolvida através de tentativas e erros e feedback. O desenvolvimento de dons intuitivos se parece muito com a aprendizagem de uma nova língua.   Antes de sabê-la, deve-se fazer 10 mil erros. Mas, quanto antes você passar por essa fase, mais rápido aprenderá.
    Executemos agora os exercícios seguintes com alegria e senso de humor, tratando-os como um jogo ou brincadeira divertida.

   O que há dentro do forno?
    Esse jogo simples para desenvolver a intuição ou, melhor, a observação extra-sensorial serve tanto para adultos como para crianças:
1) Uma pessoa é o líder do jogo e escolhe vários objetos, diferentes entre si; por exemplo, uma banana e um saleiro, uma laranja e um caderno. Dois deles são colocados no forno, sem que os participantes possam vê-los.
2) Os participantes vão para uma outra sala, não adjacente à cozinha, munidos de papel e lápis.
3) O líder joga uma moeda para decidir qual dos dois objetos é o objeto-meta; o outro serve como controle.
4) O líder vai, então, até os participantes, dizendo: “Imagine que vocês saem de seu corpo e vão até a cozinha para ver o que há no forno. Vocês vão ter uma imagem do objeto dentro do forno com seus olhos mentais. Faça um desenho do objeto.”
5) Os candidatos fazem os desenhos de acordo com suas observações mentais.
6) Os desenhos estão prontos; o líder volta à cozinha e pega o objeto-teste numa mão e o objeto-controle na outra (aquele que não foi escolhido como objeto-meta). Pergunta, mostrando os dois: “Qual estava no forno?”
7) Os participantes comparam seus desenhos com os dois objetos e indicam o que for mais parecido com seu desenho (de acordo com sua visão mental).
8) Aí é mostrado o que estava no forno. Os candidatos examinam seus desenhos, comparando-os com o objeto.
9) Pode-se mudar de líder e pessoas participantes à vontade.  
 

Psicometria ou “ler” os objetos
1) Escolha uma pessoa-teste. Deve ser alguém que você não conhece bem. Diga a ela que quer testar sua intuição, pedindo sua colaboração. A pessoa deve apenas responder “sim” ou “não” às suas perguntas. Peça-lhe um objeto pessoal que caiba em sua mão – anel, pente, carteira -, peça licença para tocá-la levemente. Deve-se fazer essa experiência num lugar onde ninguém possa perturbar.
2) Agora comece a “leitura”. Primeiro, diga à pessoa o que você já sabe sobre ela. Com isso são eliminadas as informações racionais. Aí você abre sua mente a tudo imagens, símbolos, palavras – e diz à pessoa o que está vendo ou ouvindo. Comece a fazer perguntas a si mesmo baseadas nessas impressões. Qual a profissão da pessoa, seus parentes e como está emocionalmente. Enquanto fala, dê atenção às imagens surgindo em frente dos seus olhos mentais.
Quando começar a acertar, a pessoa em questão deve confirmar suas observações. Senão, mude a direção de seu autoquestionamento. Se algumas das suas observações estiverem certas, você está começando a sincronizar-se com a pessoa e pode começar a falar sobre o futuro.
3) Veja se a pessoa-teste tem algumas perguntas a fazer sobre seu futuro. Deve tratar-se de algo importante para ela, fácil de se verificar objetivamente e não apenas realizável num futuro muito distante. Quando tiver a sensação de estar num contato bom com a pessoa-teste, pode tentar fazer algumas precognições extras. Peça para a pessoa telefonar-lhe logo que a precognição se concretizar.  
 

Trocar de personalidade
    Muitas vezes nos reconhecemos (ou conhecemos) através dos olhos de uma outra pessoa. Se alguma vez na vida você já teve vontade de dizer a alguém: “Se eu fosse você, iria fazer o seguinte…”, já conhece a vantagem de, por alguns momentos, ser o outro.
    O exercício é simples. Duas pessoas que não sabem muito a respeito uma da outra são escolhidas para trocar de identidade. Por dez minutos, cada uma se imagina no lugar da outra, falando de coisas que, na nova identidade, são importantes. E aí a outra faz perguntas sobre suas opiniões e metas na vida.
    Por exemplo: as duas pessoas se chamam Suzy e Mark. Mark, então, diz: “Chamo-me Suzy. Sou casada. Trabalho numa papelaria, mas gostaria de ser artista. O meu trabalho é tedioso, chato, mas, quando penso em poder criar algo, me animo, fico alegre.”
    A Suzy verdadeira, agora o pseudo-Mark, diz: “É muito interessante, Suzy, mas você acha que tem também os talentos e dons de uma artista, ou se trata apenas de uma fantasia porque está se entediando?” Mark, o pseudo-Suzy, poderia responder: “Acho que tenho talento, sim, mas até agora não dei muito valor a ele, talvez porque preciso de muito tempo para me dedicar à minha família. E assim não posso começar a fazer o que gostaria.” O diálogo não apenas pode mostrar opiniões, situações e dons, mas também ajudar a pessoa a reconhecer-se a si mesma como realmente é e o que quer da vida. Procurar ver-se através dos olhos do outro dá novas perspectivas e faz o indivíduo começar a pensar e ter experiências muito diferentes das que normalmente tem.
    Como no caso de outros sonhos ativos, você deve discriminar entre as projeções e expressões vindas do outro e aquelas que realmente têm a ver com você. Aí chegará à conclusão de que a outra pessoa . acerta mais se vocês, de uma maneira ou outra, se parecem muito.
    As pessoas que fizeram este exercício me informaram que ele é muito empolgante, interessante, abrindo novas perspectivas:
    1) Procure uma pessoa mais ou menos desconhecida. Peça-lhe para participar de um jogo em que você assume a identidade dela. Anuncie no início sua nova identidade e diga o que já sabe sobre a outra. Depois diga simplesmente o que vem à sua cabeça. Pode tratar-se de opiniões da outra, de sua atual situação na vida ou de algo que você ou ela gostaria de fazer no futuro. Explique à sua pessoa-teste que ela também pode fazer perguntas e logo vocês se encontrarão num diálogo entre identidades trocadas.
    2) Agora troque os papéis e deixe que a outra pessoa assuma a sua identidade. A outra descreve-o de modo certo? Ela diz coisas sobre seu futuro; você sente uma reação emocional positiva a algumas das suas pre
cognições? Se for o caso, pode deixar-se guiar no futuro por aquelas imagens.
    3) Você e a pessoa-teste se sentem de uma ou outra maneira idênticas? Você aprender algo novo a respeito de si mesmo?  
 

Imaginando o desconhecido
1) Na próxima vez que você quiser se encontrar com uma pessoa desconhecida, deve tentar imaginar como ela é, desenhando a cor dos olhos e dos cabelos. Tem feições especiais? Que roupa você vê? Que tipo de personalidade? Imagine algumas perguntas que poderia fazer ao se encontrarem.
2) No encontro com o desconhecido, compare suas impressões sobre sua aparência exterior com a aparência verdadeira. Comece então um diálogo com ele durante o qual pode fazer as perguntas imaginadas. Descubra quais das suas impressões foram corretas. A vantagem desse exercício é que o desconhecido nunca precisa saber que serviu como pessoa-teste de uma pesquisa extra-sensorial.  
 

Sonhos ativos
    No início inventei o exercício sobre sonhos ativos para pessoas com dificuldade de se lembrar dos seus sonhos noturnos. Nos últimos 20 anos, esse exercício em grupo provou ser o favorito da maioria das pessoas.
    Um sonho ativo é uma “leitura” extra-sensorial, mostrando-se na forma de um conto de fadas ou sonho. Surge uma história com sentido simbólico, que pode ser ilógica, contendo cenas inexplicáveis. E, já que o sonho ativo deve ser profético, ele tem a ver com presente e futuro, enfatizando os aspectos positivos da vida.
    O sonhador imagina a pessoa com quem sonha como um herói ou heroína da história, confiando no desenrolar criativo dos acontecimentos, sempre baseados na intuição. Quando um sonho ativo é contado a outra pessoa, frequentemente acontece uma mistura das projeções do contador com as percepções extra-sensoriais sobre a figura principal. Para o contador, a coisa é muito divertida.
    O início é sempre mais difícil e por isso aconselho a começar com um conto de fadas, que, por seu caráter arquetípico, introduz um simbolismo universal. Em seguida, a pessoa à qual se refere o sonho pode explicar o simbolismo em ligação com sua vida.
Aconselho também que as pessoas-teste também inventem seus próprios sonhos ativos.     Usando simbolismo e confiando no ato criativo da história, elas devem ignorar o pensamento, evocando imagens oriundas do eu superior. E, uma vez começada, a história se conta sozinha, sem ajuda de ninguém.
1) Numa festa você escolhe uma pessoa desconhecida, ou quase, e ambos se isolam num lugar onde não podem ser perturbados. Diga-lhe que inventará um sonho sobre seu presente e futuro, o qual ela explicará depois.
2) Solte sua fantasia, inventando uma história sobre o outro. Talvez você goste de começar com um conto de fadas, onde ele ocupa o papel principal. Pode ser tão criativo quanto quiser.     Concentre-se também nos aspectos positivos do futuro e invente um happy end. Só há uma regra: a história tem de ser empolgante, nada de tédio.
    Peça à outra pessoa para dar um sentido à história. Tem algo a ver com ela, é significante? Tem a ver com sua vida? Os símbolos escolhidos são certos? Faça um feedback sobre eventuais detalhes corretos e enfatize os símbolos. Tente descobrir quais as indicações pertinentes para você no sonho.

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