Senhor, perdoa-me se não rezo a oração que teu filho nos ensinou pois julgo-me indigno de tão bela mensagem. Refleti sobre esta mensagem e cheguei as seguintes conclusões:
Para dizer “Pai Nosso”, antes devo considerar todos os homens, independente de sua cor, raça, religião, posição social ou política, como meus irmãos, pois eles também são teus filhos; devo amar e proteger a natureza e os animais, pois se tu és o meu pai, também é meu criador, e quem criou a mim também criou a natureza.
Para dizer “Que estais no céu” devo antes fazer uma profunda análise em minha consciência, procurando lembrar-me de quantas vezes o julguei como um pai celestial, pois, na realidade, sempre vivi preocupado com as coisas materiais.
Para dizer “Santificado seja o Vosso Nome”, devo antes verificar se não cometi sacrilégios ao adorar outros deuses acima de ti.
Para dizer “Venha a nós o Vosso Reino”, devo antes examinar minha consciência e procurar saber se não digo isto apenas por egoísmo, querendo de ti tudo, sem nada dar em troca.
Para dizer “Seja feita a Vossa Vontade”, devo antes buscar meu verdadeiro Ser e deixar de seu um falso cristão, pois tua vontade é a união fraternal de todos os seres que criastes.
Para dizer “Assim na Terra como no Céu”, devo antes deixar de ser mundano e me livrar dos desenfreados prazeres, orgias, orgulho e egoísmo.
Para dizer “O Pão nosso de cada dia nos dai hoje”, devo antes repartir o pão que já me destes, com os meus irmãos mais carentes e necessitados, pois é dando que se recebe; é amando que se é amado.
Para dizer “Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”, devo verificar se alguma vez tornei a estender a minha mão àquele que me traiu; se alimentei quem me tirou o pão; se dei esperanças e consolei àquele que me fez chorar; pois só assim terei perdoado àquele que me ofendeu.
Para dizer “E não nos deixai cair em tentação, mas livrai-nos do mal”, devo antes deixar limpo o foco de meus pensamentos, amparar a mão estendida, socorrer o pedido de aflição, alimentar a boca faminta, iluminar o cego e amparar os aleijados, ajudando na construção de um mundo melhor.
E, finalmente, quando dizer “Amém”, deverei fazer tudo isso, agradecendo ao meu Criador, cada segundo de minha vida, como a maior dádiva que poderia receber.
No entanto Senhor, embora procure assim proceder, ainda não me julgo suficientemente forte, no intuito de tudo isto te prometer e cumprir.
Perdoa-me, Senhor meu Pai, porém minha perfeição a tanto ainda não chegou.
Retirado do Livro: Orações ao Entardecer
Autor: Princípe Asklépius D’Sparta