Fundada em 12 de junho de 1118, em Jerusalém por Hugues de Payens e Gogofredo de Saint Omer. Chamada de “Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão”, a Ordem do Templo foi criada , supostamente, para defender Jerusalém dos infiéis, guardar o Santo Sepulcro e proteger os peregrinos à caminho a Terra Santa.
 

Hugues de Payens

Baldwuin II, rei de Jerusalém, recebeu a ambos e mais sete templários nos alojamentos das estrebarias do Templo de Salomão onde permaneceram por nove anos e seus trabalhos e pesquisas permaneceram secretos. Eles retornaram à Europa plenos de glória e mistérios e seu retorno coincidiu com a construção das primeiras catedrais góticas.

Este relato é, no mínimo, intrigante. Como nove membros da nobreza conseguiriam proteger peregrinos, guardar o Santo Sepulcro e, pior, defender Jerusalém? Além do mais, não se admitia outros membros nessa época. Na verdade, esta Ordem foi criada por uma outra Ordem e esses nobres permaneceram dentro do Templo de Jerusalém para uma cumprir uma missão. Missão definida e claramente apoiada pelo rei de Jerusalém, Baldwuin II que era na verdade, um descendente da nobreza francesa, da casa d’Anjou.
 


Cavaleiro do Santo Sepulcro

Os Templários juraram pobreza, castidade e obediência; não aceitavam adeptos, porém a Ordem dos Templários foi uma das mais ricas instituições posteriormente e contavam com milhares de adeptos.

Por trás da Ordem do Templo, se ergueram figuras míticas de personagem bem curiosos, que inspiraram o ideal Sinárquico Templário do Oriente em conjunção com os Ismaelitas do Velho da Montanha, os cabalistas, judeus da Espanha muçulmana, as ordas do Khanat de Gengiskan, os cavaleiros árabes de Saladino, as histórias do cálice, romances e lendas da Távola Redonda, Parcival entre outros. Um ímpeto espiritual sem precedentes na história medieval.
 


Cavaleiro Percival

E Jerusalém foi tomada de assalto no século XII, o que também descaracterizou a principal missão externa da Ordem do Templo.

São Bernardo de Clairvaux, fundador da Ordem Cistercense, foi o patrono dos templários e recebeu de presente várias propriedades pertencentes aos templários. Ele pediu a cooperação da Ordem, através de Hugues de Payen, para reabilitar os ladrões, sacrílegos, assassinos, perjuros e adúlteros, porém que estivessem dispostos as se alistar nas fileiras das cruzadas pela libertação da Terra Santa.
 

Bernardo de Clairvaux

Em 1128 de nossa era, o Papa Honório II aprova a Ordem Templária, dando a eles uma vestimenta especial, um hábito e um manto brancos. Em 1145 o Papa Eugênio III, lhes concede como distintivo, a cruz vermelha, que foi inicialmente usada do lado esquerdo do manto e mais tarde, também no peito. Em 1163, o Papa Alexandre III outorgou a carta constitutiva da Ordem, que na verdade parecia com as regras da Ordem Cistercense.

Devido as doações altíssimas de jóias e terras, auferiram poderes e, até chegaram a só render obediência ao grão-mestre e ao Papa.

Uma informação deve ser acrescentada: O Vaticano, em Roma, está por cima do cemitério onde supostamente Pedro, o Apóstolo foi enterrado após ser crucificado de cabeça para baixo. A autoridade Papal é baseada no fato de Jesus Ter chamado Pedro de “rocha”, que ele daria continuidade a mensagem externa de Jesus.
 

Os templários, por sua vez, possuíam a missão de guardiãos da mensagem interna, ou seja, do continuísmo profético da arca da aliança, tesouros espirituais e, dos segredos da genealogia de Jesus que, descendendo da linhagem de Davi, via Salomão era, além do Messias Prometido, um rei de fato. Eram mais afeitos à João (NT) que , segundo relato bíblico, recebeu de Jesus a incumbência da linhagem ou seguidores da linhagem, já que Jesus solicitou a João que cuidasse de Maria, sua mãe e vice-versa..

A Ordem do Templo era constituída de vários graus e a mais importante foi a dos cavaleiros, descendentes de alta estirpe em sua maioria. Tinham também clérigos ( bispos, padres e diáconos) e outras duas classes de irmãos servidores, os criados e artífices.

Chegaram a ser grandes financistas e banqueiros internacionais, cuja riquezas chegaram a o seu apogeu no século XIII. Seu papel na Igreja pode ser avaliado pelo fato de haver representantes nos Concílios da Igreja católica (Troyes, Latão, Lyon).
 

Devido ao extremo sigilo de sua missão e sua iniciação, os leigos atribuíam as mais horríveis práticas e histórias infundadas.

Após a tomada de Jerusalém pelos sarracenos (muçulmanos que negociavam, no período de trégua, com os templários, pois acreditavam ser prudente Ter algum dinheiro investido com os cristãos para o caso de que os avatares da guerra pudessem terminar em alguma espécie de pacto com os europeus) em 1291, adveio a queda do reino latino; o quartel general da Ordem foi transferida da Cidade Santa para Chipre, e Paris passou à categoria de seu principal centro na Europa.

Embora a Ordem tenha sido abalada em sua razão de ser quando o túmulo de Cristo passou para os muçulmanos, ainda era poderosamente rica e, a corte da França além do Papa deviam dinheiro a eles e passaram a ser cobiçados pelo rei francês, Felipe, o Belo. Esse rei confiscou os haveres dos lombardos e judeus e os expulsou do país. Os templários corriam perigo pois o imenso patrimônio (150.000 florins de ouro, 10.000 casa ou solares, inúmeras fortalezas, pratarias, vasos de ouro, entre outras preciosidades. Trinta mil simpatizantes em 9.000 comendadorias entre Palestina, Antióquia,

Tripoli, França, Sicília, Inglaterra, Escócia, Irlanda etc. Isto era apenas o que o rei sabia , em seu território.

Felipe e o Papa fizeram uma perigosa cilada, ajudada por opositores que, interessados na desmoralização da Ordem, contra ela, levantou graves acusações.
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Em 13 de outubro de 1307, numa Sexta feira, mandou prender todos os templários e seu grão-mestre, Jacques de Molay, os quais, submetidos à inquisição, foram por estes, acusados de hereges. Por meio de inomináveis torturas físicas, infligidas a ferro e fogo, foram arrancados desses infelizes as mais contraditórias confissões.
 

O Papa, desejoso de aniquilar a Ordem, mantendo a hegemonia da Igreja de S. Pedro, e livrar-se da dívida, convocou o Concílio de Viena em 1311, com esse fim mas não conseguiu. Convocou um outro, porém privado em 22 de novembro de 1312 e aboliu a Ordem, conquanto admitindo a falta de provas das acusações. As riquezas da Ordem foram confiscadas em benefício da Ordem de São João, mas é certo que uma grossa parcela foi parar nos cofres franceses de Felipe, o Belo.

A tragédia atingiu seu ponto culminante em 14 de março de 1314, quando o grão-mestre do templo, Jacques De Molay e Godofredo de Charney, preceptor da Normandia, foram publicamente queimados no pelourinho diante da Catedral de Notre Dame, ante o povo, como hereges impenitentes. Diz-se que o grão-mestre, ao ser queimado lentamente, voltou a cabeça em direção ao local onde se encontrava o rei e imprecou:

“Papa Clemente, Cavaleiro guilherme de Nogaret, rei Felipe…Convoco-os ao tribunal dos céus antes que termine o ano, para que recebam vosso justo castigo. Malditos, malditos, malditos!…Sereis malditos até treze gerações…” E de fato, antes de decorridos o prazo, todos estavam mortos.
 


Jacques De Molay e Godofredo de Charney

Em Portugal, o rei D.Dinis não aceita as acusações, funda a Ordem de Cristo para qual passou alguns templários. Na Inglaterra, o rei Eduardo II, que não concordara com as ações do sogro. Felipe, ordena uma investigação cujo resultado proclama a inocência da Ordem.

Na inglaterra, Escócia e Irlanda, os templários distribuíram-se entre a Ordem dos Hospitalários, monastérios e abadias. Na Espanha, o Concílio de Salamanca, declara unanimemente que os acusados são inocentes e funda a Ordem de Montesa. Na Alemanha e Itália a maioria dos Cavaleiros permaneceram livres. Tambem os rozacruzes, Grande Fraternidade Universal, OSTG (Ordem sagrada do Templo e do Graal.

A destruição da Ordem não suprimiu os ensinamentos mais profundos. A maçonaria e a Ordem DeMolay mantém a mística até os dias de hoje.
 


 

A ORDEM ATRÁS DA ORDEM

A missão do priorado do Sion continuou intocável. Os seguidores da linhagem mantiveram-se atentos e, apesar do sofrimento do segmento da Ordem dos Templários, e o surgimento de outras denominações envolvendo os templários, os guardiães do Graal e dos tesouros hebraicos continuavam sob a égide do Priorado de Sion.

Mas quem foram realmente os templários e qual foi a verdadeira finalidade da criação dessa Orem de Cavalaria? Se havia uma Ordem que autorizou esta facção, o que ela realmente desejava? Quem seriam? Quando foi fundada? E por que?

De acordo com os lendários conhecimentos ocultos e bem guardados pelos templários antigos e modernos, os princípios que serviram de ideal para a fundação oficial da Ordem do Templo perante o mundo profano, são tão antigos quanto a própria história da humanidade.
 

Existiram os cruzados e os templários, onde estes últimos seguiram um objetivo bem diferente do que o da conquista de Jerusalém…Ao se instalarem nas ruínas do templo de Salomão, diz-se que eles encontraram os túneis secretos que levavam ao tesouro da biblioteca oculta onde estava guardados os segredos da antiga Ordem Hermética a qual pertenceu o rei Salomão, contendo também os diversos segredos de construção e arquitetura (gótica), segredos de navegação , as tábuas da lei e a arca da aliança, ressurgindo assim, os sagrados ideais de outrora, ocultado no interior de uma Ordem monástica com o nome de “Ordem dos Pobres Companheiros de Cristo”, ficando conhecida mais tarde por “Ordem dos Pobres Cavaleiros do Templo de Salomão, ou do Templo de Jerusalém”, e , finalmente “Ordem do Templo”.
 

Vencidos os obstáculos, descobriram uma passagem oculta só conhecida antes por iniciados nos mistérios, e no fim dessa passagem, uma porta dourada onde estava escrito: “Se é a curiosidade que aqui vos conduz, desisti e voltai. Se persistirdes em conhecer os mistérios da existência, fazei antes o vosso testamento e despedi-vos do mundo dos vivos”.

Dessa forma, após muita hesitação, um dos cavaleiros bateu na porta dizendo: “Abri em nome de Cristo” e a porta abriu-se. Ao entrarem, encontraram entre figuras estranhas um forma de estátuas e estatuetas, um trono coberto de seda e sobre ele, um triângulo com a décima letra hebraica, YOD. Junto aos degraus do trono, estava a Lei Sagrada.
 

A Ordem do Templo sempre possuiu duas hierarquias, uma Interna e outra Externa. Faziam parte da Hierarquia Externa, os militares que defendiam a Terra Santa e os peregrinos que a ela se dirigiam. Já a Interna, era composta por homens e algumas mulheres que se dedicavam principalmente aos estudos herméticos e ocultos.

No início da Ordem, os Mestres do Templo eram sempre oriundos da Hierarquia Interna, sendo portanto, grandes Iniciados nos mistérios. Mas, a partir do mestrado de Bertrand de Blanchefort (1156-1169), introduziu-se o costume de escolher como Mestre do Templo, um profano da Hierarquia Externa que já tivesse, inclusive, desempenhado altas funções no Reino de Jerusalém, sendo Cavaleiros já amadurecidos na observância da regra. Esse costume demonstra o possível desejo de garantir a influência da Ordem perante aqueles que exerciam o poder na época, influência aliás, que já era muito grande. Foi nessa época também que houveram muitos desmandos, vícios, prepotência e arrogância dos Mestres do Templo.

Isto talvez explique os erros lastimáveis que cometeram os Mestres da Ordem, como por exemplo, a perda da batalha de Hattin e a consequente perda de Jerusalém durante o mestrado de Gerard de Ridefort (1184-1189). Por erros e traições perpetradas por alguns Mestres, muitos se revoltaram dentro e fora da Ordem, até que novamente conseguiram trazer para Mestre, Jacques de Molay, que apesar de ser praticamente iletrado, possuía o verdadeiro coração de um templário, sendo um dos responsáveis pela perpetuação da Hierarquia Interna através dos difíceis dias daquela época da Inquisição, bem como pela passividade diante da destruição da Hierarquia Externa, aceita pelos Mestres Ocultos do Templo como condição para que a Sabedoria secreta
 

Pudesse ser salva. Seria difícil crer que um exército disciplinado e treinado, com milhares de homens, com influências em todas as áreas e possuidores de imensas riquezas, não tivesse amigos e informantes.

Dessa forma, puderam os altos dignitários do Templo, dar a seus membros, palavras de passe e sinais de reconhecimento, para que se albergassem em outras confrarias onde seriam acolhidos e protegidos, principalmente pelos franco-maçons. Seus verdadeiros tesouros, isto é, seus conhecimentos, foram resguardados de mãos profanas, os arquivos e pergaminhos valiosos, foram colocados a salvo.

Portanto, a Hierarquia Externa do templo, seu lado profano e militar, perdeu seu poderio.
 


 

A ORDEM DE CRISTO

Conforme foi dito em outro capítulo, Felipe, o Belo, rei da França, junto com o Papa Clemente, dizimaram a fogo todos os templários que puderam e confiscaram todos os seus bens; e que houve um êxodo de templários para Portugal, Inglaterra, Irlanda etc.
 


Papa Clemente

Com a chegada dos templários em Portugal em 1307, D.Diniz os recebeu e funda a “Ordem de Cristo! Que recebeu em 1416 D. Infante de Sagres como grão-mestre. Conforme havíamos dito, os templários tinham os segredos da arquitetura e construíram prédios góticos. Também possuíam segredos de navegação e astronomia.

Parecia loucura para os europeus circunavegar a África e chegar às Índias, onde chegou via Coluna de Hércules às Américas, terra de Ofir, as naus Fenícias entre outras, séculos antes de Cristo.

Não havia conhecimento sobre navegar o hemisfério Sul, porque só o céu do Norte havia sido mapeado. Acreditava-se também que, no sul, os mares eram repletos de monstros terríveis.
 


D. Henrique

De onde teria vindo a informação de que era possível encontrar um novo caminho para o Oriente?

Possivelmente dos templários que, durante as cruzadas, além de se especializarem no transporte marítimo de peregrinos para a Terra Santa, mantiveram intenso contato com os viajantes de toda a Ásia e segredos marítimos da Ordem do qual pertencia o rei Salomão.

Alguns historiadores tradicionais informam que a América foi visitada regularmente por Vikings e na época pré-cristã por egípcios, gregos, fenícios, cartagineses e celtas. Todas essas informações haviam sido catalogadas e guardadas por ocultistas famosos desde a época de Salomão, e isto é o mais longe que sabemos.

Fontes como a mitologia clássica, lendas indígenas e folclores marítimos sugerem estas visitas. Antes de Colombo, informa-se que o príncipe Henry Sinclair, cavaleiro do Templo de Salomão. Esses mesmos cavaleiros templários serviram de base para a Franco-Maçonaria Escocesa que herdaram seus segredos e mistérios.
 

Colombo

A proposta visionária recebeu o aval do Papa MartinhoV, em 1418, na bula Sane Charissimus.

As terras tomada dos “infiéis” passariam à Ordem de Cristo, que teria sobre elas tanto o poder temporal, de administração civil, quanto o espiritual, isto é, o controle religioso e a cobrança de impostos eclesiásticos.

Em 1498, o cavaleiro Vasco da Gama conseguiria chegar às Índias. D. Henrique morreu em 1460, não assistindo portanto o seu triunfo.
 

Vasco da Gama

E Portugal ia se tornando a maior potência marítima da terra.

A Escola de Sagres foi uma lenda criada por poetas românticos portugueses do século XIX. Na verdade, foi do porto de Lagos , no Sudoeste de Portugal que a Ordem de Cristo , liderada por D. Henrique deflagrou a expansão marítima do século XV.
 

A Ordem de Cristo, sendo prosseguimento da Ordem dos Templários tinham normas secretas e só conhecidas na totalidade pelo grão-mestre, podendo assim Ter interesses próprios. Ao entrar na companhia, o novato conhecia só uma parte das regras que o guiavam e , a medida em que era promovido , sempre em batalha, tinha acesso a mais conhecimento, reservados aos graus hierárquicos superiores. Rituais de iniciação marcavam as promoções. Foi essa estrutura que permitiu , mais tarde, à Ordem de Cristo manter secreto os conhecimentos de navegação do Atlântico.

Usavam a cruz vermelha em fundo branco nas naus portuguesas ; a mesma que a Ordem dos Templários usavam.

O castelo de Tomar virou a caixa-forte dos segredos que a inquisição não conseguiu arrancar. Até a metade do século XV, os cavaleiros saíram na frente sem esperar pelo Estado Português. Uma vez anunciada a colonização, eventualmente doavam à família real o domínio material dos territórios , mantendo o controle espiritual. A corte, interessada em promover o desenvolvimento da produção de riquezas e do comércio , cabia então consolidar a posse do que havia sido descoberto.
 

Castelo de Tomar

Em 1550, o rei D. João III fez o Papa Julio III fundir as duas instituições. Com isso, o grão-mestre passa a ser sempre o rei de Portugal, e o seu filho tem direito de sucedê-lo também no comando das expedições.

Os templários tinham em suas mãos relatórios reservados de navegadores que já haviam percorrido regiões desconhecidas e ver preciosidades como as tábuas de declinação magnética, que permitiam calcular a diferença entre o polo norte verdadeiro e polo norte magnético que aparecia nas bússolas. E à medida que as conquistas avançavam no Atlântico , eram feitos novos mapas de navegação astronômica , que forneciam orientação pelas estrelas do hemisfério sul, a que também unicamente os iniciados tinham acesso.

Todos sabem que Cabral só esteve no comando da esquadra porque era cavaleiro da Ordem de Cristo e como tal , tinha duas missões: criar uma feitoria na Índia e , no caminho , tomar posse de uma terra já conhecida Brasil. Sua presença era indispensável pois só a Ordem de Cristo , herdeira da Ordem dos Templários tinha autorização para ocupar os territórios tomados dos infiéis.
 

Cabral

Mas o sucesso atraía a competição. A Espanha , tradicional adversária , também fazia política no Vaticano para minar os monopólios da Ordem , em ação combinada com seu crescente poderio militar.

Em 1480, depois de vencer Portugal numa guerra de dois anos na fronteira, os reis Fernando e Isabel, começaram a interessar-se pelas terras de além mar. Com a viagem vitoriosa de Colombo à América, em 1492, o Papa Alexandre VI , um espanhol de Valência, reconheceu em duas bulas, a Inter Caetera, o direito de posse dos espanhóis sobre o que o navegante genovês havia descoberto e rejeitou as reclamações de D. João II de que as novas terras pertenciam a Portugal.

O rei não se conformou e ameaçou com outra guerra. A controvérsia induziu os dois países a negociarem , frente a frente, na Espanha, em 1494, um tratado para dividir o vasto novo mundo que todos pressentiam: “O Tratado de Tordesilhas”.
 

Fernando e Isabel

Na volta da viagem à América, em 1493, Cristóvão Colombo fez uma escala em Lisboa para visitar o rei D. João II, um gesto corajoso. O soberano estava dividido entre dois conselhos: prender o Genovês ou reclamar direitos sobre as terras descobertas.

Para a sorte de Colombo decidiu pela Segunda alternativa. Como a reivindicação não foi atendida acabou sendo obrigado a enviar os melhores cartógrafos e navegadores da Ordem de Cristo, liderados pelo ex-presidente Duarte Pacheco Pereira, a Tordesilhas , na Espanha, para tentar um tratado definitivo, mediado pelo Vaticano, com os espanhóis. Apesar de toda a contestação a seus atos , a santa Sé ainda era o único poder transnacional na Europa do século XV. Só ela podia mediar e legitimar negociações entre países.

O cronista espanhol das negociações, Frei Bartolomeu de Las Casas, invejou a competência da missão portuguesa. No livro “História de Las Índias” , escreveu:
 

Frei Bartolomeu

“No que julguei, tinham os portugueses mais perícia e mais experiência daquelas artes, ao menos das coisas do mar que as nossas gentes”. Sem a menor dúvida, era a vantagem dada pela estrutura secreta da Ordem.

Portugal saiu-se bem no acordo. Pelas bulas Inter Caetera, os espanhóis tinham direito às terras situadas mais de 100 léguas a Oeste e Sul da Ilha dos Açores e Cabo Verde. Pelo acordo de Tordesilhas, a linha divisória e imaginária , que ia do polo norte ao polo sul, foi esticada para 370 léguas, reservando tudo que estivesse a leste desse limite para os portugueses.
 
 

Trechos extraídos de Jorge Caldeira
Revista Super Interessante
Ano: 12 – número 2 – fevereiro 1998.

 

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