– Lendas que atraem a atenção dos pesquisadores.

imageOVLExistem várias lendas, a mesmo testemunhos importantes, em livros escritos há milênios, que falam da existência e do posterior desaparecimento de vários continentes cujos habitantes chegaram a um grau altamente desenvolvido de civilização como, por exemplo, é o caso da Lemúria e Atlântida.

Existem também lendas sobre povos fantásticos, como os habitantes de mundos subterrâneos, lendas que atraem a atenção de pesquisadores interessados em descobrir provas para todas essas narrativas.

Durante muito tempo os historiadores subestimaram o chamado homem pré histórico. Hoje, no entanto, é difícil continuar afirmando que as admiráveis pinturas das cavernas, descobertas em Lasceaux a Altamira, tenham sido feitas por “homens macacos”.

Exatamente como essa visão do passado está se modificando lentamente, como é de se esperar vários outros fatos, bem mais intrigantes, obrigam pesquisadores oficiais e não oficiais a fazerem um balanço das idéias arqueológicas clássicas. Hoje, então, pode se esperar que civilizações consideradas puramente lendárias e mitológicas como a da Atlântida   passem a ter uma importância maior para a arqueologia oficial, importância esta que pesquisadores não ortodoxos jamais negaram.

Serge Hutin, um estudioso de civilizações hoje desaparecidas, é um pesquisador que sempre se intrigou com certas descobertas que a arqueologia não explica. Por exemplo, a caixa metálica encontrada em Bagdá, com cerca de 4 500 anos de idade e que provavelmente é a primeira pilha elétrica de que se tem notícia. Ou os pregos de aço encontrados por Sir Charles Brewster numa camada de terra formada há aproximadamente 80 milhões de anos, no período cretáceo.

Para Hutin, ainda, a descoberta de “fortes vitrificados”, antigos fortes circulares na Irlanda e Escócia, cujos muros de granito estão vitrificados, sugere um terrível conflito nuclear na Antigüidade. Sabe se hoje também que há dez milênios os navegadores já conheciam os contornos de todos os continentes atuais. No famoso mapa do navegador turco Piri Reis, as regiões árticas e o continente antártico são indicados com total precisão   o que confirma o alto grau de informação dessas civilizações desaparecidas.

Segundo papiros egípcios, o Sol deixou de habitar o Ocidente, para brilhar de novo no Oriente. Teria sido esse um cataclismo prodigioso em todo o planeta, com o brusco deslocamento do eixo da Terra? Que explicação dar a documentos redigidos em sânscrito que descrevem “o fogo descido do céu, que arranca os olhos, rói as carnes e as entranhas”?

E como explicar a destruição narrada pela Gênese das cidades de Sodoma e Gomorra? Através dessa narração reconhece se a descrição dos efeitos característicos das explosões nucleares: um clarão gigante, “chuva de fogo e enxofre”, e a esterilização do solo durante muito tempo.

006-sodomaEm 1960, M. Agrest, professor da Academia de Ciências de Moscou, formulou a hipótese de uma prodigiosa explosão termo/nuclear provocada por homens do espaço, em lugar da pouco convincente vingança divina. Tal hipótese parte do principio de que existem civilizações extraterrenas   e que, há milênios, tais civilizações tinham acesso a armas nucleares, coisa que somente há pouco o homem chegou a dominar.

Segundo tradições sânscritas, na vizinhança do Pólo Norte surgiu o primeiro continente inteiramente habitado. Na época, a atual zona ártica terrestre tinha um clima tropical. Tal afirmativa pode ser confirmada com a descoberta recente de fósseis de magnólias, figueiras, palmeiras e de animais de regiões quentes sob o chamado gelo eterno da Groenlândia. Contudo, a ciência continua a negar que o homem tenha vivido nessas regiões, no passado longínquo.

Na verdade, são vários os mitos antigos que falam da região ao extremo norte como o primeiro centro civilizador da humanidade. Supõe se que esse continente primitivo não tenha desaparecido totalmente: o Alaska, a Groenlândia e a Islândia seriam parte dele.

Mas não só existem indícios geológicos para tal continente: os gregos antigos conheceram homens de uma raça branca, altamente evoluída, que habitava regiões árticas. Pitágoras teve como mestre um sábio vindo de um país “onde o dia ininterrupto reinava durante a metade do ano”. Na época do Império Romano, o historiador Plutarco descreveu a ilha de Ogígia   também citada por Homero, anteriormente   situada a oeste do continente europeu, provavelmente a atual Irlanda.

Para Hutin   autor de Homens e Civilizações Fantásticas não há dúvida que os gregos e, mais tarde, os romanos realizaram trocas comerciais com povos misteriosos, mas de raça ariana, que habitavam longínquas regiões setentrionais, vizinhas ao Circulo Polar.

Sob o nome genérico de Lemúria costumam ser confundidos três continentes distintos: primeiro, Gondwana, o imenso continente que corresponde, sem dúvida, ao Godwara dos textos sânscritos ou “Grande Lemúria”, que provavelmente ocupou a Antártida, grande parte do Oceano Pacífico, do Oceano Índico, a América do Sul, a África central a meridional e o sul da Índia. Segundo, a Lemúria propriamente dita, ou continente do Oceano Índico, da qual Madagascar e uma parte da África são evidentes testemunhos geológicos. Por fim, o continente de Mu, que teria ocupado grande parte do Oceano Pacifico, do qual a ilha da Páscoa e a Califórnia seriam seus mais notáveis vestígios.

Atlântida-Lemúria-e-a-condição-extraterrestre_Afirmam as tradições que a Lemúria propriamente dita e Mu foram vítimas de vários cataclismos, até que um deles pôs fim à existência de ambos os continentes. Este gigantesco cataclismo fez submergir a maior parte de Mu e ocorreu, segundo o que se pode concluir, há 12 mil anos antes de Cristo.

Segundo ainda as lendas, os habitantes da misteriosa Lemúria desenvolveram   bem antes dos atlantes   uma civilização onde a magia desempenhava papel dominante. Incontestavelmente, a grande ilha de Madagascar constitui um vestígio geológico desse continente desaparecido: Madagascar permanece até hoje como uma região misteriosa, onde sobrevivem várias tradições mágicas. Já os restos de Mu podem ser encontrados nas estátuas colossais da ilha da Páscoa e nas ruínas ciclópicas de Panapé, nas ilhas Carolinas.

O lendário continente de Atlântida, que teria sido coberto pelas águas do oceano mais tarde chamado Atlântico, deve a sua revelação ao filósofo grego Platão, que relatou a saga dos atlantes em dois de seus “Diálogos”: Timeu e Crítias. Na verdade, Crítias, um dos discípulos favoritos de Platão, invocou para a existência dos atlantes o testemunho de seu ancestral direto, o legislador ateniense Sólon. Este, durante uma permanência no Egito, encontrara um sacerdote de Saís, cidade do delta do Nilo, que lhe contara a espantosa história da Atlântida.

Platão descreve o continente como uma ilha muito grande, no centro da qual se estendia uma planície muito fértil. Descreve, ao mesmo tempo, as grandes realizações arquitetônicas dos atlantes, sua capital, a decadência e o desaparecimento final da raça atlante.

platao-e-aristoteles1De fato, depois de Platão, centenas de livros foram escritos sobre a Atlântida, tantos que se poderia fazer toda uma biblioteca apenas com este tema. Mesmo assim, não há uma posição definida da arqueologia em relação à existência ou não desse continente ilha. Outros, no entanto, aceitam passivamente a existência do continente, mas discutem outro ponto: qual seria a raça dos atlantes, os habitantes da Atlântida? Segundo os relatos de Platão, eram homens que formavam uma civilização imperialista e conquistadora, que chegou a se expandir ate o outro lado do oceano tanto que muitos pesquisadores afirmam encontrar vestígios de sua cultura em várias regiões.

O mistério que certamente constitui a civilização egípcia levou alguns autores a afirmar que os atlantes foram os primeiros civilizadores do Egito, antes ainda do dilúvio. Os egiptólogos observam que houve uma passagem brutal de um aglomerado de clãs primitivos, cujos membros mal sabiam polir a pedra, para uma civilização prodigiosamente adiantada como a dos faraós.

Ao que tudo indica, a civilização egípcia desabrochou muito antes da origem indicada pelos manuais clássicos. Na realidade, os pesquisadores soviéticos, durante suas escavações, descobriram vestígios que atestam a existência de uma civilização bastante evoluída, no Egito, há mais de 20 mil anos.

Da mesma forma, o enigma das três pirâmides e da esfinge de Gizé deu origem à suposição de que esses impressionantes vestígios datam de época antediluviana   portanto, bem anterior aos faraós Quéops, Quéfren e Miquerinos. Quanto à Esfinge, o faraó Quéfren apenas a restaurou, porque em seu tempo a gigantesca estátua estava em ruínas. Assim, sua construção é bem anterior. De qualquer forma, é inegável o elevado saber científico, astronômico e matemático que possuíam os verdadeiros autores dessas construções. Outra afirmativa sobre as pirâmides é a de Royet, que, no final do século passado, em A Grande Tempestade do Ano 2000, afirmou que os grandes monumentos egípcios que conhecemos hoje são apenas “as estruturas superiores de realizações ainda mais colossais que se encontram há milênios enterradas debaixo do solo”.

É inegável que povos navegadores da Antiguidade clássica passaram além das colunas de Hércules. Muitos indícios, até mesmo a presença de objetos pre-colombianos entre obras encontradas no Mediterrâneo, levam à ideia do estabelecimento de egípcios, hebreus, fenícios, cretenses e gregos no Novo Mundo, durante a Antiguidade. Entre os mórmons existe a crença num conhecimento antigo do continente americano pelos hebreus. Foi esse um dos trunfos de Cortez e seus companheiros sobre o poderoso império asteca. Para os indígenas, existia a crença de que. haviam conhecido homens divinos, de pele branca e barbudos, vindos do oeste, e que esses estavam de volta   só assim Cortez e seu grupo puderam dominar milhares de indígenas.

Os celtas estão ligados aos druidas e aos impressionantes. monumentos megalíticos de uma hipotética civilização de gigantes. A teoria de que essas “grandes pedras”, utilizadas pelos druidas em seus ritos durante séculos, foram erguidas por homens misteriosos bem anteriores às invasões celtas levou vários autores a indagarem se esse povo não estaria ligado a uma distante origem atlante.

druidaO próprio druidismo contemporâneo admite a hipótese de que os egípcios eram da mesma raça desses homens desconhecidos e sem nome, que ergueram em vários cantos do mundo gigantescos monumentos de pedra. Como prova para tal tese, existe toda uma série de palavras celtas cuja etimologia se revela puramente egípcia. Ate mesmo o Carnac bretão corresponderia ao Karnac egípcio.

Stonehenge, o vasto “templo solar” no sudoeste da Inglaterra, longe de ser um monumento “primitivo”, é bem mais um extraordinário conjunto, cujos construtores tinham profundos conhecimentos astronômicos. Segundo dois astrônomos australianos, Colton e Martin, da Universidade de Melbourne, Stonehenge teria mesmo permitido calcular os eclipses. Conta uma velha tradição que o monumento foi construído inicialmente no continente próximo ao Pólo Norte – que Hutin chama de Hiperbóreo – onde constituía o grande templo solar, e só depois foi transportado para seu lugar atual.

Quando os espanhóis conquistaram o império dos incas, encontraram uma civilização extremamente desenvolvida do ponto de vista técnico. Todavia, as populações indígenas que os incas haviam encontrado na terra que invadiram já eram também evoluídas: bem antes da fundação do império inca, todo o território estivera dominado por uma misteriosa raça, a dos aymarás, uma população de raça branca. Possuidores de técnicas extremamente aperfeiçoadas, os aymarás erigiram, em toda a parte andina da América do Sul, uma imensa rede rodoviária, cidades gigantescas e fortalezas ciclópicas.

Também os maias consideravam-se descendentes de uma população divina, que veio “do lado do Levante”, e sobreviventes de uma terra misteriosa, que afundou outrora no oceano. Mais curioso é que uma comparação entre a civilização maia e a egípcia revela semelhanças surpreendentes. Provavelmente, ambas tiveram uma origem comum: a Atlântida.

Maias - HISTORIA DO MUNDOOs maias atingiram um nível de civilização evoluído em todos os planos: edificaram grandes cidades, criaram um sistema aperfeiçoado de adução de água potável e de evacuação das águas servidas; tinham uma escrita hieroglífica complexa, conhecimentos matemáticos muito elaborados; foram os primeiros a usar o zero nos cálculos; tinham uma astrologia baseada em cálculos astronômicos de extrema precisão; sabiam determinar os movimentos dos astros e planetas; prever as fases da Lua, os eclipses…

O que subsiste até hoje, da herança ritual da antiga religião dos maias e que passou a seus descendentes, é o conhecimento preciso das propriedades alucinógenas de certos cogumelos para fins de iluminação espiritual a mágica. Tais plantas – os famosos “cogumelos mexicanos” – são hoje estudados por Roger Heim, e seus efeitos relatados nas obras de Carlos Castañeda, provavelmente o antropólogo que mais respeitou e pesquisou a cultura maia.
 

Por: Iliana Marina Pistoni
Revista Planeta número 89
Fevereiro de 1980
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