shapeimage_2Devemos transformar nossa natureza reativa em proativa.

Mas essa é uma tarefa bastante difícil. Por que então a Luz (O Criador) simplesmente não nos imbuiu desta habilidade de transformar nossa natureza de imediato, sem nenhum esforço? Pergunte a qualquer pessoa qual o objetivo de qualquer time esportivo e 10 entre 10 pessoas dirão que o objetivo é vencer. Se você jogasse em um time, qual seria seu objetivo? Vencer! Afinal, não é isso que todos os times e atletas, amadores ou profissionais desejam? Nem tanto. Talvez o que desejemos de uma partida seja o desafio a possibilidade de perder.

Para que possamos compreender melhor, vamos ilustrar com uma estória simples: Bobby é um garoto que faz parte de um time de baseball. Seu maior desejo é ser o lançador num fantástico jogo, e deixar seu pai e sua mãe orgulhosos. Bobby recebe esta chance logo no primeiro jogo, quando seu técnico o escala para ser o lançador da partida. Ele atira muito bem e vai eliminando os batedores um a um. Quando elimina o último batedor, todos os seus companheiros de time correm para ele, levantam-no nos ombros e correm por todo o campo. Bobby fixa os olhos em sua família que está sorrindo e acenando para ele das arquibancadas. A sensação de vitória e os sentimentos de alegria do garoto são indescritíveis. Mas depois do jogo, Bobby descobre algo chocante. O pai de Bobby, sabia do desejo do menino e queria que ele realmente tivesse essa sensação de realização porque era dia de seu aniversário. Então seu pai havia combinado com os técnicos e jogadores dos dois times para que entregassem o jogo para Bobby. Em outras palavras, o jogo estava arranjado. Todos os garotos erraram de propósito e todos os componentes dos dois times sabiam a respeito. Agora, sabendo disso, como você acha que Bobby se sentiu?

A Kabbalah chama esse sentimento de Pão de Vergonha.

E eis aí a nossa resposta: se a Luz simplesmente nos desse, receptores que somos, a habilidade de transformar nossa natureza sem nenhum esforço de nossa parte, nós nunca iríamos nos sentir genuinamente envolvidos ou felizes. Não teríamos realmente merecido a Luz. Sentiríamos o Pão da Vergonha porque a Luz compartilhou livremente, nos preenchendo com uma infinita realização não merecida e não mais apreciada. Por essa razão, o receptor pediu por um desafio, uma barreira que o impedisse de receber a Luz Infinita incondicionalmente. Assim como o jogo de baseball, o Jogo da Vida também tem que ter seus desafios. São esses desafios que fazem aflorar em nós as nossas melhores habilidades. O grande desafio é transformar nossa natureza, eliminando o Pão da Vergonha para, aí sim, recebermos a alegria e realização infinitas.

Rabino Joseph Saltoun

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