Mito da Caverna é uma parábola escrita pelo filósofo grego Platão (408-347 a.C). A obra escrita a fim de eternizar os ensinamentos do seu mestre Sócrates, que não havia redigido nenhum livro, descreve vários diálogos onde a figura principal é Sócrates. Para explicar seu pensamento filosófico sobre os problemas do mundo e das virtudes humanas, Platão escreveu em forma de diálogo, no livro VII de sua obra “A República: “O Mito da Caverna”.
Platão imagina alguns homens que desde a infância se encontram aprisionados em uma caverna, com uma pequena abertura por onde penetra a luz exterior. No interior da caverna, os homens não conseguem mover-se para trás e só podem olhar para a parede do fundo da caverna, em sua frente. La fora, às suas costas, brilha o resplendor de uma fogueira acesa sobre uma colina e entre ela e os presos há um caminho por onde passam outros homens carregando pequenas estátuas. As sombras desses homens são projetadas no fundo da caverna e vistas pelos prisioneiros que ouvem vozes e as atribui às próprias sombras, pois para eles é a única realidade.
Quando um dos prisioneiros consegue escapar da caverna e alcançar o mundo luminoso, se deslumbra e a claridade externa quase o cega. Pouco a pouco, tenta habituar-se: primeiro, consegue ver as sombras, em seguida as imagens refletidas na água e por fim, tudo em sua volta. Vê o céu, as estrelas e a Lua. E ao amanhecer a imagem refletida do Sol. Percebe que o mundo que havia vivido antes era irreal e desprezível. Se dissesse a seus companheiros que aquele mundo era de sombras e não de coisas reais, certamente ririam dele.
Platão explica que a alma antes de ficar aprisionada ao corpo, habitava o mundo luminoso das ideias, guardando apenas vagas lembranças, desta existência anterior. Porém essas reminiscências fazem com que a alma esteja sempre voltada para um mundo ideal. Mas as sensações do corpo tendem a desviá-la desse caminho, que é o da sabedoria da vida. Por isso apenas parte racional (mental) do homem é nobre e boa. A parte das sensações físicas deve ser subordinada a ela.
A elevação moral, própria da filosofia platônica, termina por dividir toda a realidade existente em duas partes antagônicas: espírito e matéria.
O espírito é imortal e durante sua passagem pelo mundo procura recordar-se daquele universo onde está a suprema verdade e o bem.
Platão usa toda a representação da caverna para dizer que o mundo que percebemos com nossos sentidos é um mundo ilusório e confuso mundo das sombras. Porém há um reino mais elevado, espiritual, eterno, onde está o que existe de verdade, ou seja, as ideias, que só a razão pode conhecer. Esse é o mundo que se encontra fora da caverna e que só os filósofos chegam a perceber e a mais elevada delas é a Ideia do Bem, causa e finalidade do universo.