A safra de manuscritos antigos não para de dar frutos. Os pergaminhos têm sido encontrados, inclusive, em campos de batalha como foi o caso do – Livro Perdido da Bíblia- a verdadeira história de Moisés, encontrada em um campo de batalha da República do Sudão pelo major James Lado.
Virginia P. Jones, no seu prefácio do livro Moisés conta a saga vivida por ele e pela Dra. Berenice Galipulluci na recuperação destes pergaminhos, para serem devidamente catalogados e estudados, em local seguro.
No ano de 1996, esta especialista encontrou-se com o renomado egiptologista Dr. Ibrahim al-Hilely, do Cairo, durante “Conferência Mundial sobre a Nona Dinastia”, levada a efeito em Alexandria – Egito. O egiptólogo, em voz baixa, contou-lhes que fora contatado, em telefonema seguro, por um seu ex-aluno graduado pela Universidade do Cairo, que lhe telefonou da cidade de Khartum. Este estudante era o major James Lado, um sudanês, pertencente ao Exército da República do Sudão devastada por uma guerra civil.
O major lado e sua artilharia estiveram lutando perto de um Monastério Cristão em ruínas, cerca de Sennar, a 80 milhas de Khartoum. Os comandos rebeldes pretendiam explodir a Barragem de Sennar, vital para o abastecimento hidroelétrico e para a agricultura de Khartoum.
Houve uma batalha feroz e a paisagem, no dia seguinte, mostrava-se tétrica. Pilhas de corpos desordenados ao redor das ruínas, o solo revolvido, rifles espalhados na sujeira.
O major Lado revistando o local, deparou com um pote de cerâmica emergindo da terra suja e revolta. Cavando com a sua faca do exército encontrou, intacta, uma urna. O major havia estudado antropologia e arqueologia com o Dr. Hilaly na Universidade do Cairo, e pode avaliar o seu achado. Rapidamente, encobriu a urna de novo, com o firme propósito de voltar ao local na madrugada do dia seguinte. Foi o que realizou, com a desculpa de dar uma última revisão no local da batalha.
O major Lado encontrou outras urnas iguais à que desenterrara no dia anterior e todas elas continham papiros antigos.
Dentro do possível, Lado usou de todas as precauções para não danificar ou destruir um papiro que retirou de uma das urnas, quando ele lhe quebrou o selo.
O major Lado que havia aprendido o grego arcaico na Universidade, embora de forma limitada, pode certificar-se de que o documento, em grego arcaico, dizia respeito a Moisés e aos Faraós. O militar, entretanto, também pode avaliar perfeitamente o tesouro que tinha em mãos: todas as urnas, possivelmente, conteriam papiros que contariam um determinado tempo das vidas de Moisés e dos Faraós do Egito.Lado procurou o Dr. Hilaly nesta ocasião, após ter tomado a providência de esconder, novamente, todo o seu tesouro.
Chegamos ao ponto em que começamos esta narrativa.
O Dr. Hilaly passou a questão para Virginia P. Jones e sua sócia, Dra. Berenice Galipulluci durante a Conferência Mundial e as incitou a procurarem o major Lado e comprarem os manuscritos para salvá-los da destruição da guerra civil. O major Lado queria mandar a sua família para os Estados Unidos e segui-los depois, quando lhe fosse possível. A tarefa imposta para a obtenção das urnas era bastante espinhosa e envolvia perigo de morte. As duas especialistas teriam que se dirigir ao campo de batalha, ou seja, a ruínas do velho templo cristão, e numa só empreitada, iludir as tropas governamentais, desenterrar as urnas e verificar se os pergaminhos valiam a pena. Depois, perpetrarem um roubo, levando as preciosidades a local seguro, onde seriam rigorosamente datadas e decifradas.
Durante todo este tempo as espreitariam dois perigos: morte ou prisão!
Em primeira instância, conseguiram um “passaporte” da embaixada sudanesa em Washington D.C., com o subterfúgio de que iriam estudar as ruínas cristãs, muito famosas, localizadas em Sennar. Tiveram o cuidado de não mencionar templo algum.
O major, por sua vez, tinha a autoridade que o seu cargo lhe conferia e a desculpa de que “fora mandado como cicerone” no caso das “guardas” locais lhe pedirem informações: era universitário e estudara arqueologia na Universidade do Cairo. E lá se foram, vencendo todos os obstáculos já estudados de antemão, com pleno sucesso e muita aflição e aventura.
À Virginia Jones, coube a primeira e grande emoção! Enquanto Lado e a Dra. Berenice cavavam, desenterrando as outras urnas, Virginia, mantendo as precauções cabíveis naquela ocasião, e o medo de ver desintegrado o precioso papiro da urna 1, a que fora descoberta em primeiro lugar, enfiou a mão no vaso e de lá retirou o papiro com mãos limpas e enluvadas, desenrolando-o com delicadeza. – “Abençoadamente, nada aconteceu e de imediato o fixei em um vidro grande e magnífico. Então, li rapidamente e entre as frases expostas traduzi do grego
– GRANDE RAMSES SENHOR DAS DUAS TERRAS O BOM DEUS –
e logo depois
– MOISÉS E A SUA EQUIPE NOVAMENTE.-
Fiquei tonta, presa de uma vertigem.
Galipulluci e o major correram para me amparar e para proteger a urna. Quando a minha vista clareou, em não queria acreditar no que havíamos descoberto! Tinha, nas minhas mãos, um dos achados arqueológicos mais prodigiosos deste século!”
Os três limparam a urna antiga e a selaram de volta com lama úmida. Não abriram as outras. Após uma saga, as “Caçadoras das Urnas Perdidas” chegaram aos Estados Unidos – Boston – precisamente ao “Olivian Documents Laboratory” onde estão traduzindo os papiros e os conservando.
Entretanto, os rumores da sua saga chegaram ao Sudão. O major Lado foi preso e assassinado, mas a sua família safou-se e está nos Estados Unidos. A Sra. Lado, atualmente, trabalha com Virginia Jones e a Dra. Galipulluci na tradução dos papiros.
As duas “experts” prometeram devolver os papiros para o Museu Nacional do Sudão, promessa feita ao Departamento do Estado, depois que terminarem os trabalhos com a coleção de documentos. A “Universidade de Brampton” e o Sudão devem, então, encarregar-se da distribuição de cópias para os eruditos, juntamente com as traduções feitas pelas duas detentoras atuais da coleção. Isto, para evitar-se uma nova celeuma e debates acadêmicos como os que envolveram e fizeram tumultuada a “Descoberta dos Manuscritos do Mar Morto” (Qumran).
Virginia Jones e B. Galipulluci prometeram publicar as traduções juntamente com o seu modus operandi. Entretanto, oferecem uma súmula do que estão encontrando.
“O autor do manuscrito chama-se Zetes, de ancestralidade grego-egípcia-hebraica. Zetes diz que é contemporâneo, amanuense e amigo dedicado de Moisés”.
Via Radiometria (carbono 14) os papiros e as tintas possuem sua origem entre 1200 e 1300 a.C. As urnas apresentam desenhos e manufatura do mesmo período. Foram feitos os testes necessários para a certificação de que não houve nenhuma adulteração dos selos e dos vasos e todos eles foram negativos: as urnas estavam tão íntegras quanto no dia em que foram seladas por Zetes.
As controvérsias que poderão ser esclarecidas com os papiros: historiadores respeitáveis afirmam:
a) Que o ÊXODO nunca ocorreu;
b) Que Moisés era egípcio leproso, um sacerdote do Deus ATEN; apesar de ter sido um mito, uma figura mitológica, e não um herói. Sua data de nascimento foi estimada (com variações) em 1420 a 120 a.C.
Uma outra advertência de Virginia Jones: os milagres que, supostamente, sacudiram o Egito, estão mencionados na multidão de hieróglifos egípcios encontrados nos túmulos, estelas e em outras pedras lavradas ou em estudos contemporâneos. A primeira menção histórica a Israel existe a partir da chamada ISRAEL-STELE lavrada no reino do Faraó MERNEPTAH, cerca de 1225 a.C., a data que muitos historiadores marcaram como sendo o FINAL DO ÊXODO.
Mesmo a exata locação do Monte Sinai continua, até hoje, desconhecida e não estabelecida. Estas respostas poderão ser dadas pelos papiros de Zetes? Pelo menos, lá estão relatadas as batalhas de Jesus filho de Naue, herói muito admirado por Moisés.
NOTA BENE da especialista: NÃO HÁ OUTRAS REFERÊNCIAS a Moisés fora das bíblicas – ou TORAH (os cinco livros de Moisés) – feitas até vários séculos após a sua morte. Estas referências foram feitas por Hecataeus (fl. 350 a.c.) e Manetho (cerca de 250 a.C.) sacerdote egípcio. Ambos andavam às turras a respeito dos detalhes bíblicos, originados por eventos reais desvanecidos nas noites do tempo.
Fatos intrigantes dentre muitos outros: Zetes conta e com detalhes, o casamento de Moisés com uma mulher etíope, o que é comentado com brevidade em NÚMEROS 12:1. Mas o Moisés de Zetes é muito diferente do Moisés bíblico: uma mistura (na sua juventude) do Príncipe Hal e (na velhice) de Thomas Jefferson, o que diferencia muito a sua verdadeira personalidade da personalidade bíblica como líder consistente do povo judeu. Há também, uma “brincadeira” muito cômica, arquitetada por Ramsés (contra Moisés) se aproveitando das tendências “don juanescas” do amigo Moisés.
Outros desacertos entre Zetes e a história: a construção do PI-RAMESSU. Em Zetes, duas décadas fora das datas históricas. A era do reinado de KERMAN, mais de um século depois que os historiadores definiram a era de KERMAN no Egito, talvez porque, até agora, os arqueólogos não tenham encontrado a evidência do seu sucessor na Monarquia do Nilo. Pode acontecer, que Zetes querendo engrandecer a figura de Moisés tivesse retratado as suas vitórias menores e um pequeno reino, como sendo mais importantes do que realmente o foram.
Os papiros do Sudão serviram como tema de um livro, uma novela histórica, escrita por Leslie H. Whitten Jr.: Moses, the Lost Book of the Bible. Witten é novelista, poeta, escritor, tradutor e repórter investigativo premiado. Ed. New Millennium Press. As críticas têm sido excelentes.
FIM