Georg Philipp Friedrich Freiherr von Hardenberg
(Oberwiederstedt, Saxônia prussiana, 2 de maio de 1772 –  Weibenfels. 25 de março de 1801em )
imageL9PNovalis, mais conhecido como o poeta romântico, é um dos representantes dos primórdios do romantismo alemão, e teve sua obra influenciada profundamente pela Alquimia, e também pelas tradições do Hermetismo e da Rosacruz.

Nasceu numa família de nobres protestantes.

Quando tinha 10 anos foi enviado para uma escola religiosa mas teve dificuldades em se ajustar.

Foi entretanto viver com o seu tio que lhe abriu portas para o Racionalismo e a cultura francesa. 

Mudou-se com os seu pai para Weissenfels e entre 1790 e 1791 estudou Direito na Universidade de Jena onde conheceu Friedrich Von Schiller e Friedric Schlegel. Completou os estudos em Wittenberg em 1793. 

O livro de Goethe “Wilhelm Meisters Lehrjahre” (Anos de Aprendizagem de Wilhelm Meiste) influenciou-o profundamente, de tal modo que ele o considerou a bíblia da “Nova Era”. Por volta de 1796 estudou também as obras de Johann Gottlieb Fitche.  

Com 21 anos, mudou-se para Tennstädt, perto de Langensalza, para trabalhar como Kreisamtmann(Administrador Civil), depois de o pai ter rejeitado o convite do ministro prussiano para um outro cargo governamental em Berlim, com receio das influências liberais. No ano seguinte foi nomeado Auditor da Direcção das minas de sal de Weibenfels, onde o pai trabalhava como Director.

Em 1797, como expressão de dor pela morte de sua amada Sophie von Kühn, escreveu “Hymnen an die Nacht”, suas líricas mais famosas, plenas de fundo místico. 
 

Sophie von Kühn

A conselho de amigos, que pretendiam impedi-lo de sucumbir à forte e inexperimentada tentação da vida militar que sentira, havia-se mudado, no final de 1794, para Arnstadt, na Thuringia, para continuar no ramo de trabalho do pai.

Em 1798, publica uma série de fragmentos filosóficos, ano em que começa a utilizar o seu pseudônimo: “Novalis”, que significa “aquele que explora uma nova Terra”. 

1798 é também o ano em que Novalis começa a ler “As Núpcias Alquímicas de Christian Rosenkreuz”. Até então, Novalis era apenas um romântico místico que inclinava-se para uma restauração da idéia da república cristã, desaparecida desde o tempo da reforma protestante, em uma época em que as idéias da Revolução Francesa começavam a se espalhar por toda a Europa. Mas a partir de 1798 ele torna-se também um estudioso da alquimia e do hermetismo. 
 

Apresenta a partir de então, como tema central de suas visões, o símbolo da flor azul, que mais tarde se transformou como símbolo de saudade entre os Românticos (“A “Flor Azul” era inatingível e assim o continuará!”). Este símbolo, no entanto, era oriundo da tradição alquímica, mais provavelmente do tratado alquímico “Pandora”, escrito por Hieronymus Reussner em 1582, onde existe um gravura contendo três flores provenientes do Ovo Hermético, contendo o Ouroboro: a flor vermelha simbolizando o Ouro; a branca, a prata; e a azul, a sabedoria (flos sapientum). Novalis se inclina com atenção sobre a estrutura sétupla da narração sobre a consumação da “Grande Obra” em as “As Núpcias Alquímicas de Cristão Rosacruz”, tomando-a como fundamento para a estrutura de seu novo romance “Heinrich Von Ofterdingen”, apreendendo da obra de Andreae a forma de utilizar o vocabulário alquímico para descrever de forma metafórica o que se passa no interior de um indivíduo durante tal processo.
 

flos sapientum

Para Novalis, a transmutação alquímica consistia na transformação do próprio homem: “Somos Filhos de Deus. Sementes Divinas. Um dia, seremos o que nosso Pai é.” Ele falava do “ato de se superar”, uma ascensão gradual progressiva, de forma análoga ao processo alquímico de sete fases, que cada ser humano deveria realizar dentro de si. Para ele, a verdadeira alquimia era realizada pela palavra criadora da poesia. E por poesia, Novalis entendia o ato criador, em seu sentido mais amplo, praticado na vida cotidiana, capaz de dissolver (solutio) os entraves que prendem o homem ao mundo, ao mesmo tempo em que realiza a união (coagulatio) íntima entre o finito e o infinito.

Novalis estuda também Jacob Boehme, cuja influência pode ser percebida no romance Die Lehrlinge Zu Sais (1798 / 99), texto de profunda inspiração esotérica e teosófica. 

Em 1800, ele finaliza a sua única coleção acabada de poemas, ”Hymnen an die Nacht” (Hinos à Noite), obra que resplandece de simbolismos herméticos. O conjunto de seis prosas e versos líricos foi publicado na Athenäum, uma revista literária editada por August Wilhelm Schlegel e por seu irmão Friedrich Schlegel.
 

August Wilhelm Schlegel

Na sua viagem a Weimar, conhece pessoalmente Goethe. Começa a trabalhar na sua escrita com um novo entusiasmo, mas já nessa altura estava seriamente doente. 

Falece de tuberculose em 25 de março de 1801em Weibenfels.

“Bem-aventurado aquele que se tornou sábio, que já não especula sobre o mundo e busca em si mesmo a Pedra da Sabedoria eterna.
Somente o sapiente é digno de ser adepto – ele transmuta tudo em vida e ouro, sem precisar de elixires. A retorta sagrada nele exala – o rei presente nele está – Delfos também; e finalmente ele compreende : Conhece-te a ti mesmo”

Obras: Geistliche Lieder (1799) ; Hymnen an die Nacht (publicado em 1800); Die Christenteit oder Europa; Heinrich von Ofterdinger (novela inacabada) ; etc. Sua correspondência foi editada por J. M. Raich (1880) e suas obras completas, por J. Minor (3 vols., 1907) . 
Traduções espanholas: Himnos a la Noche; Cantos Espirituales; Cristiandad o Europa (estudo, versão a apêndice de Alfredo Terzaga, Ed. Assandri, Cordoba, Argentina, 2á ed., 1965) . 
 

Uma das maiores figuras do romantismo alemão, Novalis foi um pensador profundo que pretendeu em sua lírica elevar à religião sua própria filosofia cósmica. Uma obsessão mística domina sua obra e suas composições envolvem um sentido esotérico.

filipeta

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porta aberta

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