Mina Bergson
(Genebra, Suíça, 28 de fevereiro de 1865 – Lonfres, Inglaterra, 25 de julho de 1928)
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image8G0Mina Bergson nasceu em 28 de fevereiro de 1865, em Genebra, na Suíça.  Ela foi a quarta de sete crianças nascidas do casal Michel Gabriel Bérgson, 
que era de família judia e de Katherine Levison, nascida numa família irlandesa.

Ela foi irmã do filósofo francês Henri Bergson, o primeiro homem de ascendência judaica  que recebeu o Premio Nobel da Literatura, em 1927. 

Quando  Mina ainda era uma menina, a família mudou-se de Dublin para Paris.

Durante sete anos seu pai, utilizando seu talento musical, esforçou-se ao máximo buscando um trabalho constante que lhe desse condições de sustentar a família com dignidade, porém, dizem os biógrafos, Paris lhe negou isto. Como resultado, em 1873, a família decepcionada volta para a Inglaterra, indo morar num subúrbio próximo de Londres. 

Apesar da arte sempre ter atraído o interesse de Moina, foi somente com a idade de 15 anos que ela realmente se decidiu estudar desenho e pintura, aperfeiçoando assim a sua já inata capacidade artística. Foi assim que ela frequentou a “Slade High School”, local onde se tornou amiga da famosa Annie Horniman, que mais tarde, viria a ser o principal apoio financeiro para ela e MacGregor Mathers, na edificação da Ordem Golden Dawn.  

Annie Horniman

Inspirada e entusiasmada, destacava-se entre seus colegas, ganhando bolsas de estudo e recebendo vários prêmios por seus desenhos e pinturas. Seu sonho era um dia ver seu nome ao lado dos grandes mestres. 

Entretanto, durante uma visita que fez ao Museu do Reino Unido, um toque inesperado do destino a fez conhecer o homem que iria mudar sua a vida para sempre. 

Isto aconteceu em 1888. Ela estava entretida na sala de leitura, estudando arte egípcia, quando ali conheceu MacGregor Mathers, e apesar da forte desaprovação dos pais, pelo fato de Mathers “não ter uma renda estável”, os dois se casaram em 16 de junho de 1890, na biblioteca do “Horniman Museum”.  

MacGregor pintado por Moina

Com isto, Mina Bergson tornou Moina Mathers, buscando um nome que fosse mais artístico. Contam os historiadores sensacionalistas que sua grande amiga Annie Horniman ficou morrendo de inveja com este casamento (uns dizem que amava Mathers – outros, mais ousados, dizem que o interesse dela era por Moina mesmo).

O relacionamento do casal era incomum. Foi mais um vínculo sagrado e único que alguns indivíduos necessitam para ter experiências mais livremente. Eles foram parceiros na verdadeira acepção da palavra. Na verdade, Moina acreditava que Mathers era sua alma gêmea, e sempre que se refere a ele usava termos como: meu marido, meu amigo e meu professor.  

Suposta representação do casal Mathers no Ritos de Isis

No início da relação, fizeram um acordo de abster-se de qualquer relação sexual. Isso, no entanto, não criava barreiras contra a íntima proximidade que tinha um com o outro. Não há nenhuma razão conhecida do por que ela tinha aversão ao ato sexual, muitos supõem que talvez ela tenha sofrido algum tipo de abuso quando criança. Se assim for, então o lema que ela usava “Vestiga Nulla Retrorsum”, que significa “Eu Nunca Relembro Meus Passos”, pode esclarecer a sua indisposição para refletir sobre um passado doloroso. Isso, no entanto, pode ser mera maledicência dos invejosos da época, porque este lema pode revelar a perseverança e a força interior que se deve ter, a fim de enterrar a vida mundana e seguir o caminho para a perfeição – fazendo a Grande Obra. Isto requer auto-sacrifício e auto-sacrifício era algo com que ela estava familiarizada. Na verdade, ela desistiu do sonho de um dia ter uma carreira artística próspera, a fim de que a Ordem da Golden Dawn pudesse florescer sob a aplicação de seus talentos artísticos utilizados ao serviço da Luz Divina.  

Moina Mathers

Foi Moina que constantemente se mantinha ocupada com o mobiliário e a decoração do Templo, tanto em Londres como em Paris. Foi ela que criou todo material como diagramas de grau, os gráficos, os símbolos e as cartas de tarot. 

Talvez uma das maiores contribuições em nível artístico foi a criação de escalas de cores da Ordem e da pintura de vários painéis. Algumas das abóbadas ela pintou sob a instrução de Mathers, como por exemplo, o de Isis, Urânia, Ahathor, Alpha et Omega…

 Além da sua grande contribuição artística para a Ordem da Golden Dawn, Moina forneceu parte do material iniciático da Ordem obtido através da utilização de seu dom clarividente.  

Desenho de Moina

Estas realizações, no entanto, não revelam plenamente o notável traços de Moina Mathers. Além de ser talentosa na área da arte e da mediunidade, ela foi uma notável professora e maga. Era fluente em Francês, Alemão e Inglês. Quando ela falava, a ressonância de voz na deixava dúvida alguma sobre o seu conhecimento. 

Seu comportamento sempre sereno revelava a existência dos fortes poderes interiores que possuía. Ela tinha uma presença cativante, especialmente quando ela “encarnava” a “High Priestess do Anari”, nos Ritos de Isis compostos por Mathers. Aqueles que estavam próximos a ela nestes momentos comentavam como ela ficava profundamente encantadora e doce, e não havia dúvida alguma de que ela assumia realmente a personalidade de Isis com o seu cabelo castanho, sua pele sombriamente brilhante e seus olhos azuis. 

Guiado pelas ordens dos ‘Chefes Secretos’, em 1892 os Mathers mudaram-se para Paris, onde dois anos mais tarde estabeleceram o Templo Ahathoor. Embora, nunca tenham tido uma vida folgada financeiramente, aqui as condições chegaram a um extremo. 

Esta mudança de localização foi, talvez, um dos mais graves erros cometidos por eles, pois permitiu o surgimento de sementes de discórdia Np ceio da Ordem, que veio a  crescer como um câncer entre os “filhos” agora autônomos  filiados ao Templo Isis-Urania. Isto acrescido pelo fato do avançado conhecimento esotérico que lhes parecia estar além da sua capacidade de compreender ou de levar a sério na forma que foi concebida.
Assim, na virada do século viram-se envolvidos por um cisma na ordem. 

Não se sabe se Moina retornou com MacGregor para Londres, por dois anos, lá por volta de 1910. O mais provável é que ela permaneceu em Paris, para concluir o Templo.  

Ilustração de Moina

Depois de muitos escândalos que envolvem assuntos jurídicos e batalhas com Crowley sobre publicação de certos segredos da doutrina interna da Ordem, Mathers regressou a Paris em 1912, e seis anos mais tarde, em 20 de novembro de 1918, faleceu. Há muita controvérsia quanto a real causa de sua morte. Moina suspeitava que foi devido ao stress criado pelo efeito cumulativo das visitas dos Chefes Secretos, cuja presença é impossível para uma mera moral para resistir. 

Sentindo-se desorientada, sem o marido para orientá-la, Moina Mathers, mesmo assim continuou a trabalhar seguindo suas pegadas e estabeleceu, a “Loja Alpha et Omega”, que ela dirigiu com sucesso por 9 anos após o seu regresso a Londres, em 1919.  

Moina Mathers incorporando Isis

Parece que ela tentou continuar a comunicação com seu marido nos planos espirituais através da ajuda de um certo mediun Frater X, uma vez que outros médiuns tinham se revelado incompetentes para a tarefa. Na verdade, Dion Fortune foi um destes médiuns, e despeitada por seu fracasso, acusou Moina de ser a responsável pelo assassinato de uma menina – Netta Fornario – por meio de magia negra. Evidentemente, era uma acusação absurda pois Moina havia morrido 18 meses antes do incidente. 

É triste dizer que, no final de sua vida, então sozinha e responsável pelo seu próprio sustento, Moina ficou financeiramente muito mal. Ela tentou salvar-se através da sua arte, como tinha feito esporadicamente nos primeiros dias em Paris. No entanto, há quem diga que a sua capacidade artística tinha se degenerado, devido à constante participação e dedicação à Ordem e às suas necessidades.  

Moina Mathers

No ano de 1927, a saúde Moina começou a apresentar sérios problemas de saúde e logo chegou ao ponto de recusar todos os alimentos. Isto podia ter sido uma “consequência exagerada do vegetarianismo do marido (Espada da Sabedoria, Ithell Colqhoun),” ou talvez ainda haja uma razão muito mais profunda e significativa. Existe a explicação de que ela foi chamada pelos Chefes Secretos e que o jejum era simplesmente um meio de purificação para a sua transformação final de ‘Terceira Ordem’.  

Templo de Isis – Gravura criada por Moina

Seu auto-sacrifício e dedicação ao serviço de Deus indica de que ela era um verdadeiro ser espiritual, e isso tornaria plausível a sua decisão de purgar-se para iniciar-se para o invisível. Então, em 25 de julho de 1928, no Abbott St. Mary’s Hospital, Moina Mathers partiu deste mundo e subiu para ser a clara luz do espírito.

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porta aberta

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