Eu olho para a natureza e vejo abundância, uma riqueza imensurável, por isso não entendo porque insistimos viver na miséria.
Eu vejo muita gente rica que se sente miserável, talvez esta seja a maneira que eles têm de provar a pobreza.
Também percebo um tipo de gente que age com ganância, que querem sempre ter mais e mais. Estes nós chamamos de poderosos. Surpreendo-me em vê-los nas capas de revistas, quase canonizados.
A grande massa de pessoas que vivem a beira da miséria esta a mercê da pobreza de espírito daqueles que podem fazer a diferença. Não posso deixar de reconhecer também que muitos que hoje vivem de forma miserável têm também sua parcela de responsabilidade.
Trocamos o dogma religioso pelo dogma financeiro, nos perdemos mais ainda, e hoje nem mais sabemos distinguir preço de valor. Sinto a humanidade presa na ilusão de que a prosperidade não é um valor inerente a nossa vocação natural. Vivemos de forma tão miserável que acreditamos que na nossa criação como sendo algo inerente a humanidade.
Quando eu era adolescente, ainda carregando a incompreensão a respeito deste mundo, não tinha vontade de morar aqui neste planeta, e a vida muitas vezes era cinza. Nada fazia sentido. Um dia, porém, mergulhado na tristeza, fui procurar um amigo muito especial. Ele me disse exatamente assim: “Betão, eu sei que você quando olha para as estrelas você sente uma nostalgia, uma imensa saudade, e muitas vezes vontade de voltar para lá. Mas não se esqueça do seu propósito, pois você veio para cá para trazer um pouco do brilho da estrela”.
O choro foi incontrolável e imenso, assim como eu imagina ser toda água dos oceanos. Este dia que parece longe e muito distante na minha vida foi um dia de decisão e mudança.
A partir dai passei a viver com apenas um propósito. Aprender o que significa reconhecer o que sou. A minha riqueza assim como a de todos foi a simples decisão de mergulhar neste vasto universo interno. Adentrar no mar de dentro e perceber onde me insiro. Esta possibilidade é estendida a todos, portanto escolher viver na ignorância é uma forma de negar a abundância. Desta maneira percebo que a pobreza pode ser uma escolha.
Faço questão de registrar isso aqui para vocês amigos, porque no céu não existe apenas uma estrela, existem bilhões, trilhões e cada uma brilha a sua maneira, e assim quando alguém se sentir perdido e miserável como eu fiquei, olhe para o céu e procure sua estrela. Lá esta a sua referência, toda a riqueza, toda a verdade e toda a sua essência.
Somos pequenos, mas somos únicos e esta singularidade me leva a entender que cabe a cada um algo que só é possível ser feito ou compreendido por cada indivíduo deste universo. Nossa grande riqueza é exatamente esta. Cada um carrega um código diferente, e esta diversidade não deveria ser motivo de preconceito e sim de reverência. O que esta reservado a nós é a criação de um mundo tão vasto e rico como o céu diverso que observamos. A cada individuo cabe brilhar como a sua estrela correspondente.
A miséria vive apenas na nossa mente. No céu podemos ver reflexo da nossa imensa possibilidade de prosperidade.
A vastidão externa é o reflexo da nossa imensidão interna. Olhar para o céu e não compreender o que vemos, é um sinal do que nos falta saber sobre nós.
por: Beto Pandiani.