meditationDe acordo com numerosos filósofos, só há um método de criatividade interna – a meditação (que é aprender a dar atenção, a ser desapegado e agir como testemunha do melodrama contínuo dos padrões de pensamento).

Para romper com a existência no nível do ego, precisamos identificar com certa precisão o que está acontecendo em nossa vida diária, reconhecer, talvez dolorosamente, como nosso apego aos hábitos nos manobra. Ou, para abrir-se para o amor, podemos focalizar a atenção em nossos relacionamentos com o mundo. Ou, quem sabe, poderemos querer contemplar a realidade. Todas essas técnicas requerem prática básica em sermos atentos e desapegados. A meditação nos ensinar isso.

imageEGDEntre as muitas formas de meditação, a mais comum é praticada sentado. Se mantemos a atenção na respiração (com os olhos fechados ou abertos), na chama de uma vela ou no som de um mantra (em geral cantado com os olhos cerrados), ou em qualquer objeto, estaremos praticando meditação com concentração. Nessa prática, em todas as ocasiões em que a atenção vagueia e surgem pensamentos, como invariavelmente acontece, gentil e persistententemente trazemos a atenção de volta ao foco, mantendo unidirecionalidade para transcender o pensamento, para mudá-lo do primeiro para o segundo plano da percepção.

Em outra forma, denominada meditação de percepção, o próprio pensamento – na verdade, todo o campo da percepção – torna-se o objeto. O princípio em jogo aqui é que se permitimos que a atenção observe livremente o fluxo de pensamentos, sem fixar-se em qualquer pensamento particular, ele permanecerá em estado de repouso, no tocante ao desfile dos pensamentos. Esta forma de meditação pode nos permitir uma visão desapegada, objetiva, de nossos padrões de pensamento que, eventualmente, nos permitirá transcendê-los.

BeachMeditation[1]A diferença entre concentração e meditação de percepção pode ser compreendida invocando para o pensamento o princípio da incerteza. Quando pensamos em nossa maneira de pensar, o pensamento individual (a posição) ou fluxo de pensamento (o momentum) torna-se vago ou incerto. À medida que a incerteza sobre o pensamento individual torna-se progressivamente cada vez menor, a incerteza no fluxo do pensamento tende a tornar-se infinita. Desaparecida a associação, tornamo-nos centralizados com o aqui-agora.

Na meditação com percepção, a incerteza na associação é que se torna progressivamente cada vez menor, levando-nos a perder o aspecto ou conteúdo do pensamento. Uma vez que o apego resulta do conteúdo do pensamento, se o conteúdo desaparece, o mesmo acontece com o apego. Tornamo-nos observadores desligados, ou testemunhas, de nossos padrões de pensamentos.

Amit Goswami

do livro: O Universo Autoconsciente
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