Coisas mil acontecem no meio do ano. Impressionante como coisas mudam do nada. Na verdade, esse é um bom exercício de práticas de budismo, assim podemos entender e lidar com essas mudanças. Mas enfim, dando fim ao devaneio: quem já não teve vontade de esganar quem puxa nosso tapete e ajudam essas mudanças a acontecer? É a lei do olho por olho…
Maldições são coisas mais comuns em nosso dia-a-dia do que imaginamos. Maldizer os outros, ou melhor, xingar, pensar mal acontece o tempo todo. O trânsito é um excelente exemplo. Tenho certeza que você, pelo menos uma vez, já mandou aquele ***** que fechou seu carro pra p***. E as escolas? Pobres professores! Bancos, ônibus, filas em geral. Nossa, como nossos pensamentos são pesados e sujos! Alguns, ainda, têm a “coragem” de por tudo isso para fora, em alto e bom som. Podemos invejá-los, até.
Onde eu quero chegar é que muitos condenam o uso de maldições e/ou magia negra e afins. E talvez, os mesmos que condenam tudo isso são os mais nervosinhos no trânsito. As streghe acreditam que as maldições são, de uma forma ou de outra, uma questão de proteção da comunidade e do sangue. Uma forma de defesa. Uma lei da Natureza: sobrevivência. O ponto não é distribuir pragas e sapos pelo mundo, mas sim, poder manipular e tentar controlar ameaças feitas contra os nossos. E para as streghe um ponto é pacífico: mexeu com a família, a coisa fica muito feia.
Outras fontes para se recorrer nesse tocante é o das vinganças: afinal, a maioria das maldições acontecem por vingança. Na mitologia helênica temos quatro deusas que se destacam: Nêmesis e as Erínias (Thisiphone, Megera e Alecto). A primeira, era a Deusa que resolvia pendências. Era um instrumento de justiça: a vingança justificada. E quem a chama tem de estar preparado para tudo, pois a Justiça passa e limpa tudo, logo devemos ter cuidado com os julgamentos mundanos e de cabeça quente. Já as Erínias são deusas da retaliação; para elas não importa de onde veio o pedido de vingança: ele apenas é feito. Uma outra função das Erínias é castigar aqueles que matam o próprio sangue.
Justiça, vingança, maldições. Plagiando Anne Rice, “Evil is point of view”, ou seja, o mal é ponto de vista. O mal de uns, pode ser a sobrevivência de outros. Uma coisa que aprendemos das streghe é que devemos ser leais aos nossos e a nós mesmos. Uma coisa que aprendemos de Athena é que devemos saber usar a lança corretamente, para que não machuquemos quem não merece. Uma coisa que aprendemos no espelho é refletir nossas atitudes para viver em harmonia e equilíbrio, afinal existe uma teia que prende o Sol, a Lua, as estrelas, os seres humanos e toda Criação.
Benedizioni di Diana
Stregheria – Vecchia Religione da Itália
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