imageUI9A nossa mente subjetiva não entende gramática.

Tal como falamos a um animal, devemos falar ao animal dentro de nós.

Se dissermos a um cão «vamos à rua» e «não vamos à rua» com a mesma entonação, provavelmente, o cão terá a mesma reação.

Uma pessoa que se proponha ensinar um animal, não pode ser demasiado palavrosa, com o risco de nem os humanos a entenderem, quanto mais os animais.

Portanto, para falar para dentro, há que ser simples e extremamente objetivo no que concerne à gramática.
 
 

 

A nossa mente subjetiva fala uma linguagem diferente daquela que falamos no quotidiano.

A mesma linguagem que serve para saber o preço das couves, é de pouca utilidade no que respeita ao nosso interior.

Falar com a nossa mente subjetiva é como falar com um estrangeiro.

É preciso conhecer a sua língua, ou outra que seja comum a ambos, uma espécie de Esperanto do espírito.

Esta língua é a linguagem simbólica, a mesma que utilizamos nos sonhos, na poesia e nas metáforas e alegorias, enfim, aquela a que os antigos chamavam língua dos pássaros ou das serpentes.

Era a língua que Ésopo e outros fabulistas punham na boca dos animais com a frase “no tempo em que os animais falavam”.

 

 

Para aprender esta língua, não basta ler e decorar um dicionário de símbolos.

É sem dúvida útil conhecer os mais comuns significados de determinados símbolos, apreendê-los e vislumbrá-los à nossa volta, mas não chega e pode levar-nos a sérios erros quando da sua utilização.
 

Vamos imaginar que determinado sujeito teve um grave acidente, num carro que tinha cor branca. Este sujeito embateu contra um carvalho, tendo posteriormente ficado estendido junto ao local do acidente perto dumas alfazemas. Antes de desmaiar, ouviu uns grilos cantarem e viu uma borboleta passar a voar. Apesar desta pessoa não identificar conscientemente certos destes elementos com o acidente, a verdade é que sempre que alguns deles aparecerem combinados na sua vida, inconscientemente vai sentir desconforto, perigo, e talvez um medo irracional que se pode inclusivamente tornar patológico.
 

Ora, por mais que o nosso excelente dicionário de símbolos nos diga maravilhas de alguns ou todos os elementos que fiz comporem o cenário acima descrito, é de temer que se este sujeito juntar para um ritual, alguns ou todos os ditos elementos, não conseguirá o fim a que se propôs, estará sim, numa atitude contrária à que pretendia e lhe inspirava o famoso dicionário.
 
 

É preciso tomar cuidado com a utilização destas tabelas e dicionários. Eles podem ser úteis e até imprescindíveis, mas devem ser utilizados com inteligência e adaptados a cada pessoa.
 

A linguagem dos pássaros é única, cada pessoa tem o seu dialeto, a sua pronúncia, o seu alfabeto. Por isso e mais do que tudo, para a aprender é preciso conhecermo-nos.
 
 

 

Extraído de http://www.coincidentiaopositorum.com/
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