Um cinema e uma adolescente de 16 anos.
Esse é o princípio da minha história. Dez anos depois, eu penso em como as coisas aconteceram e ainda vejo muitas ainda acontecendo. Mas é preciso dizer: tudo começou com um filme chamado “The Craft” ou “Jovens Bruxas”.
Acho que eu nunca vou me esquecer desse dia. Eu até matei serviço para assistir o filme na Av. Paulista. Sai do cinema meio perturbada e pensava: “Uau… o que será que realmente é possível? Será que realmente existem rituais como aqueles? Eu também quero!”.
Muitas coisas aconteceram. Eu fiz minhas práticas sozinha, passei pela insegurança não estar fazendo tudo certo; larguei por dor no coração… Voltei com força total, estudando, praticando, lendo oráculos. Entrei para um coven. Saí do coven. Vi coisas maravilhosas nesse meio tempo, aprendi muito. Fui para fora do país e então, encontrei a Bruxaria Italiana. Me dediquei a esse estudo e encontrei minhas raízes… Ganhei a marca da minha família, mas perdi meus dois avôs – nesse plano, pelo menos. Passei a dar palestras, escrever textos. Mas uma coisa é importante e verdade: sempre vi o Sol e a Lua Cheia sobre a minha cabeça e a Terra sob os meus pés… Além de sentir o sangue quente nas minhas veias. Aprendi a fazer um caminho.
“Será que esse caminho é para mim?”;
“Serei uma boa bruxa?”;
“Estarão os Deuses me ouvindo?”;
“Como lidar com isso com a minha família?”;
“Será que estou fazendo tudo certo?”, entre muitas outras.
Mas eu me lembro dessa em particular. Quando tudo começou para mim, tudo que eu tinha era um livro da bruxa norte-americana Starhawk, velas, incenso e uma convicção: vou tentar isso de Bruxaria porque eu concordo com isso.
Fiz muitos exercícios propostos pela autora no escritório do meu pai, felizmente, com bastante apoio. O tempo foi passando e a segurança chegando. Foi quando eu fiz meu primeiro ritual de lua cheia. E me lembro de ter tudo que a Starhawk falava, como velas, athame e coisas assim.
Mais uma vez eu digo, o tempo passou. Foi quando eu fui pega pelas práticas em grupo. As quais eu preciso dizer: são extremamente importantes, pois nos dão alguns parâmetros. Podemos ter a chance de ver como as outras pessoas fazem as coisas, trocamos informações e conhecimento e temos um convívio em grupo e de confiança. Aprendemos um pouco mais sobre casamento e família, pois é isso que é um grupo. Pessoas juntas por um motivo comum, mas que não necessariamente não tenham discordâncias entre si.
O que eu quero dizer com tudo isso é que fazer parte da Bruxaria é um processo. Na verdade, se estabelecer em um sistema de crenças e fé é um processo, pois trabalha internamente com o que pensamos e acreditamos. Portanto, leva tempo e precisa de muita compreensão, tanto de quem está de dentro quanto quem está de fora. Porque mudar idéias ou reconstruir pensamentos não é uma coisa que acontece na noite para o dia e nem sempre é um processo simples – vide as cartas de Espadas do tarot que são muito dramáticas!
Então, quem tem mais experiência precisa compreender que existem pessoas que estão começando hoje e que estão em uma batalha para entender o que se passa. Quem está começando também precisa entender que não é tudo que será respondido imediatamente para eles. Por fim, o que as pessoas buscam é guarida. Sejamos mais pacientes, pois por mais que tenhamos 10 ou mais ou menos anos de prática temos muito mais a aprender e a passar. Viver Bruxaria, a Italiana inclusive, pode ser um processo de uma vida toda.
Uma vez eu li que precisamos respeitar os outros, pois como nós eles passam por uma batalha todos os dias. Avante, irmãos! Mais um lindo dia se estende a nossa frente!
Stregheria – Vecchia Religione da Itália
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