Um jainista, ou jaina, é um seguidor dos junas, os conquistadores espirituais de cujas vidas e ensinamentos deriva a religião jainista na Índia.
Eles são mestres humanos que atingiram o mais elevado conhecimento e visão interior e compartilharam com seus seguidores o caminho para o moksha, a liberação do renascimento em mundos de ignorância e sofrimento.
Os jinas também são conhecidos como tirthankaras, “os fazedores de vaus”, que conduzem as almas, através do rio do renascimento, ou samsara, para a liberdade espiritual.
Os jainistas crêem que 24 tirthankaras surgem a cada meio ciclo do tempo para ensinar o caminho de libertação da alma, jiva, de sua prisão na existência material, o carma.
Seres Supremos
Os jainistas veneram cinco categorias de seres supremos. Os devotos seguem um ritual diário de invocação desses seres, inclinando-se em direção aos quatro pontos cardeais ao fazê-lo.
Arhats
Também conhecido como tirthankara ou jina (grande mestre), um arhat é o primeiro ser supremo, um mestre que lança os fundamentos para a libertação de outros.
Siddhas
Ele é o segundo ser supremo, uma espécie de santo. Um siddha é uma alma que alcançou a libertação sob a orientação de um mestre, vivendo em estado de êxtase no topo do cosmo.
Acharyas
São guias espirituais e formam o terceiro nível dos seres supremos. Cada acharya conduz uma ordem de monges ou monjas.
Upadhyayas
O quarto nível dos seres supremos consiste nos upadhyayas, monges instrutores que transmitem seu conhecimento das escrituras a outros monges e monjas.
Monges
O restante dos monges jainistas ocupa o quinto nível dos seres supremos. Para os digambaras, só os homens podem alcançar a libertação.
Ciclo da Vida
Os jainistas, como os adeptos de outras religiões indianas, acreditam que a alma humana reencarna continuamente, e que a vida que cada pessoa leva afeta a sua reencarnação. O ideal é evitar apegos mundanos, livrar a alma da substância perniciosas chamada carma e atingir a libertação.
Jiva: o universo contém um número infinito de almas, ou jivas. Os jivas existem eternamente e não possuem substância material. Seu estado natural é de êxtase e autoconhecimento. Porém, os jivas se associam ao mundo material devido aos efeitos do carma.
Carma: em decorrência das ações mundanas, uma substância chamada carma se associa ao jiva, envolvendo-o com um corpo material. O carma atrai a alma para baixo, impossibilitando a libertação e enredando a alma no ciclo da reencarnação.
Reencarnação: de acordo com o seu carma, uma alma pode reencarnar sob qualquer forma, humano, animal ou planta. Uma alma só alcança a libertação ao livrar-se de seu carma.
Renúncia: para evitar acumulação de carma, é necessário ter uma vida de renúncia, abandonando os hábitos mundanos. Através da disciplina, a alma de uma pessoa pode livrar-se do carma já acumulado.
Moksha: quando atinge o moksha, ou libertação, a alma se liberta do carma e do ciclo da reencarnação, e recupera a leveza natural. Ela flutua no topo do universo, onde permanece em êxtase.
Sallekhana
Os fiéis jainistas consideravam a morte por inanição a maneira ideal de morrer.
Esse suicídio religioso, monitorado por um guia espiritual, comprovava o completo desapego das coisas mundanas.
Festas
Com exceção da mais importante celebração jainista, o Paryusana, que dura oito dias, as festas normalmente duram um dia.
São ocasiões para o culto e a prática de certos serviços no templo, além do jejum seguido por um banquete e a confissão dos pecados.
Os jainistas também jejuam durante a lua cheia.