Henrique José de Souza
(1883 – 1969)

prof 1O Professor Henrique José de Souza, nasceu na noite de 14 para 15 de Setembro de 1883, na cidade de Salvador, Bahia. 
 Desde cedo despertou a atenção dos demais sobre si por seus incríveis dons paranormais. Ainda muito jovem partiu para o mundo em busca de conhecimento.

 

Teve uma vida muito agitada e marcada por várias realizações a nível espiritual.

 

Fundou muitas instituições cutural-espiritualistas, como o “Dhârana Sociedade Mental Espiritualista”. 

Em 1924 que, em 1928, passou a denominar-se Sociedade Teosófica Brasileira e por fim, cm 1969, Sociedade Brasileira, de Eubiose.

        prof 8A finalidade da Eubiose é:
     A – Revelar as leis que regem a evolução humana na face da terra, através dos ciclos. Atualmente o ciclo de Peixes está terminando com uma raça síntese que formará uma nova civilização.
     B – Revelar o grande destino brasileiro, berço de uma elite que será a nova civilização.
     C – Anunciar a vinda de uma divindade em terras brasileiras, que, segundo a Eubiose, trata-se do Avatara Maitreya, nascido em 24 de Fevereiro de 1949 e que deverá se manifestar, em nosso mundo, no ano de 2005.

        Portanto, o objetivo principal da Eubiose é o de transmitir os conhecimentos necessários para que o homem, por seu próprio esforço, possa acelerar a sua evolução e atingir um estado de consciência necessário para a nova civilização do ciclo de Aquarius.

 

prof7Henrique José de Souza possuía uma vastíssima cultura, que transmitia de uma maneira agradável, seguindo sempre a sua máxima: “Ensinar, deleitando…”, cumprindo o seu desejo maior de “fazer luz sobre tudo que o povo desconhece” .

Muitos são os ensinamentos que nos legou em livros e manuscritos. Sua sensibilidade artística se traduziu em inúmeras obras musicais e poesias.

Amante da beleza, deixou um ensinamento baseado no Amor e na Alegria, preocupando-se com as futuras gerações que darão origem à nova civilização. Compreendendo que a boa colheita reside na semente e que a alegria e o o amor são a base para uma evolução espiritual.

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prof 66.

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COSMOGÊNESE – Parte 1

 

Prof. Henrique José de Souza

 
prof 5A “Doutrina Secreta” de Helena Petrovna Blavatsky, começa da seguinte maneira a sua descrição, quando trata da formação do nosso Universo, que é o Quarto Sistema de evolução:

O Eterno Pai, envolto em suas Sempre Invisíveis Vestes, tinha dormido uma vez mais por Sete Eternidades. O Tempo não existia, pois jazia, dormindo, no Seio Infinito da Duração.

A Mente Universal não existia, pois não havia Ah-hi (seres celestiais) para contê-la. As Sete Sendas da felicidade não existiam. As Grandes Causas de Desdita não existiam, pois não havia ninguém que as produzisse e fosse por elas envolvido.

Só Trevas enchiam o Todo Sem Limites; pois Pai, Mãe e Filho eram uma vez mais Uno, e o Filho não havia ainda despertado para a nova Ronda e sua Peregrinação nela.

Os Sete Senhores Sublimes e as Sete Verdades haviam deixado de ser; e o Universo, o Filho das Necessidades, estava submerso em Paranishpanna (Absoluto Não-Ser, equivalente ao Absoluto Ser ou “Seidade”), para ser exaltado por aquele que é, e no entanto, não é. Nenhuma coisa existia.

As Causas da Existência haviam sido destruídas; o Visível que foi e o Invisível que é, permaneciam no Eterno Não-Ser – o Único Ser. A Forma Una de Existência, sem limites, infinda, sem causa, se estendia somente em Sono sem Sonhos; e a Vida palpitava inconsciente no Espaço Universal, em toda a extensão daquela Onipresença que o Olho Aberto de Dangma (alma purificada) percebe.

Mas, onde estava Dangma quando Alaya (Alma Universal ou “Anima mundi”) do Universo estava em Paramârtha (Existência Absoluta), e a Grande Roda era Anupadaka? (“sem pais” – que existia por si mesmo, agênito, nascido sem pais ou progenitores).

Rudolf Steiner, o criador da Antroposofia, ao estudar as Cadeias do Quarto Sistema de evolução, e seguindo os ensinamentos de Helena Petrovna Blavatsky, de que a Primeira Cadeia desse Quarto Sistema está ligada a um estado de consciência representado na simbologia do planeta Saturno, no seu livro “O Apocalipse”, à página 37, escreve:

“Pode-se perguntar: o que é que existia antes de haver a Cadeia de Saturno? Outros estados anteriores a toda nossa evolução terrestre? Será difícil recuar para além de Saturno, porque ele marca um estado de evolução onde começa o que chamamos de Tempo. Anteriormente havia outras formas de existência, mas a rigor, não podemos mesmo dizer “anteriormente”, pois que o Tempo não existia ainda. O Tempo teve, assim, sua origem. Antes de Saturno não havia o tempo, mas somente a eternidade, a duração. Tudo existe simultaneamente. Uma sucessão de fenômenos começa em Saturno. Na situação do mundo onde nada existe a não ser a eternidade, a duração, não pode haver, tampouco, movimento. Porque o movimento é função do tempo. Não há rotação. Há duração e repouso. Diz-se em ocultismo: é o estado do inefável repouso na duração. A Expressão é exata: “Um estado de inefável repouso na duração precedeu a Saturno”.

Tomando por base revelações e ensinamentos do Professor Henrique José de Souza, a Sociedade Brasileira de Eubiose dará agora uma explicação que pode, respondendo às dúvidas apontadas por Rudolf Steiner, levantar uma ponta do véu que encobre o mistério dos Universos anteriores a Saturno, apresentado por H. P. Balavatsky, nas “Estâncias de Dzyan”.

O Tempo, o espaço e a causalidade, são as três características de um Universo em manifestação. No seio do Infinito, onde reina a Eternidade, a “Imutabilidade”, não existe Espaço, nem Tempo, nem a relação entre Causa e Efeito. Existe, sim, a cristalização do perfeito, a Imobilidade: um Sistema estático, onde não há energia em ação, mas o Equilíbrio. Portanto, nada existe, existindo tudo.

Surgem sete sistemas em torno do oitavo, do qual se originam todos os demais, resultantes de um trabalho de Fohat e Kundalini, que partindo de um embrião ou núcleo primitivo, onde vibram incessantemente – Fohat como luz ou fogo frio, e Kundalini como força ou fogo quente – formando sete voltas da espiral central do Oitavo Sistema, qual tela luminosa, onde a Aranha é o próprio Bijam ou embrião universal, por trás do qual se acha o Espaço Sem Limites, fazendo soar o Eterno sonido do Tudo no Nada e do Nada no Tudo.

Na eternidade dos tempos, os sistemas se desenvolveram em torno da Grande Roda Sem Fim, onde permanece a CAUSA DAS CAUSAS, que sendo uma só em si mesma, faz nascer e renascer – pelo poder ÍGNEO DOS SETE SÓIS (os Logos Criadores) aqueles mesmos sistemas, em número de sete, e cada um deles com seus sete Globos (ou Astros), Dwipas celestes, que governam os sete continentes, e que são mantidos pelo Sol Central.

Os Ishwaras de cada sistema, incluindo os globos destes mesmos sistemas, na direção espiritual, se refletem como dirigentes da formação setenária dos mesmos sistemas, isto é, das suas cadeias ou globos, e tomam o nome de Planetários ou Kumaras.

Como Deuses dos sete sistemas ou seus dirigentes, os Ishwaras possuem, cada um, sete hierarquias diferentes. A experiência de cada sistema, cadeia, vai formando novas hierarquias. Se repetirmos sete vezes a evolução completa da Grande Ronda, veremos que ao chegar ao fim, serão incluídas nas referidas experiências as hierarquias criadas por todos Eles. Desse modo, o que se poderia deduzir desse conjunto de hierarquias ao chegar-se ao fim? Haverá mesmo fim…?

As Eternidades evoluídas dos vários sistemas participam do Espaço Sem Limites, do Oceano Sem Praias, a que se dá o nome de Mar de Akshara… donde surgiram todos os Akashas.

É o Segundo Trono que une e desune, liga e desliga uma Cadeia ou Sistema, dos demais. Nele estão contidos os “Arquétipos” para a formação de futuros universos.

Por exemplo, ao findar o primeiro Globo do primeiro Sistema, a evolução passou por 6 Globos obscuros, todos num Segundo Trono. No Globo obscuro, a vida fica em inércia passiva, há uma passividade semelhante a um estado de sono. No Segundo Trono, o Globo obscuro conserva a experiência para, terminando o período de Pralaia, objetivá-la num novo Globo luminoso no Sistema imediato. Daí a primeira Cadeia de cada Sistema ser influenciada pelo Sistema precedente.
 
 
 

COSMOGÊNESE – Parte 2
 

Prof. Henrique José de Souza

 
prof 2Portanto, entre uma Cadeia e outra, bem como entre um Sistema de evolução e outro, há sempre um Pralaia (período de obscuridade ou repouso), onde se conserva a experiência do Globo, Cadeia ou Universo anterior. Este Pralaia é representado por um Segundo Trono, desde que seu papel é separar uma coisa da outra. Os Globos luminosos se expressam no plano físico e os obscuros num Segundo Trono. São estes que conservam a experiência adquirida nos Globos luminosos. O Tempo de duração dos Globos luminosos é igual ao dos Globos obscuros ou seja, Manuântara igual a Pralaia.

A Primeira Cadeia do Primeiro Sistema saído do seio do OITAVO Sistema, que é o embrião universal, por trás do qual se acha o Espaço Sem Limites, não havendo colhido experiência anterior, se faz por intermédio da Vontade posta em Atividade do Oitavo Sistema. Dessa forma, o impulso para a Criação desta Cadeia é o mais vigoroso de todos, por partir da própria Causa Única (o Oitavo Sistema).

No primeiro Sistema houve um só Globo iluminado e nele se desenvolveu o mineral, que não era o atual e sim o “Flogístico”, daí ser a matéria daquele Sistema o “flogiston”. Da mesma forma os corpos dos Dhyanis (Planetários) , bem como o do Ishwara, eram flogísticos, sendo também flogísticos os micro-organismos da hierarquia assúrica formada nesse Sistema. Nele se desenvolveu o reino mineral através de suas sete classificações, cuja expressão máxima foi o Urano, por ser o da última Cadeia, ao qual vieram juntar-se os demais.

A duração da Primeira Cadeia e do Primeiro Sistema correspondeu ao tempo que gastariam sete Globos, se todos estivessem em atividade. No Segundo Sistema, o tempo de vida das duas primeiras Cadeias corresponde também a sete Globos (três e meio para cada) e assim sucessivamente. Dessa forma, o tempo para cada Cadeia vai encurtando.

O Segundo Sistema desenvolveu a mesma forma de evolução, com as sete Cadeias, sendo que desta vez constaram dois Globos luminosos para cinco obscuros e onde, além do mineral em forma flogística do Sistema anterior, aparece o vegetal em sua forma arquetipal, também flogística, e suas sete classificações. A hierarquia formada nesse Sistema, em suas duas cadeias, era, como na anterior, de micro-organismos possuindo o seu Assura criador, ou seja, o acionador vital de sua natureza ou espécie.

No Terceiro Sistema, a formação, já agora animal, que se processou de acordo com as experiências recebidas dos dois Sistemas anteriores, era também dividida em sete classes e possuíam vestígios iniciais dos seres que deveriam figurar no Quarto Sistema, que é o nosso. Na última Cadeia do Terceiro Sistema, possuíam características semi-humanas ou semi-animais, como consequência das experiências anteriores.

Entremos, agora, no Quarto Sistema, que é o tratado por H. P. Blavatsky, com as dúvidas do Sr. Rudolf Steiner, cuja primeira Cadeia foi a de Saturno, a segunda a do Sol e a terceira a da Lua. A Cadeia de Saturno, que deu como resultado a hierarquia de Assuras, transformou a série flogística mineral do primeiro Sistema, no “tatwa” que deveria ser o predominante na Primeira Cadeia desse Quarto Sistema e que foi “Pritivi”, elemento sutil predominante na formação do mineral, ou seja, naquele que hoje está classificado como metais e metalóides, pela ciência considerada oficial.

Na Segunda Cadeia desse Quarto Sistema, deveria figurar o tatwa Apas, como seria lógico de se supor, sob a égide da Lua; no entanto, tal fato não aconteceu, em virtude de “erros” (atrasos no plano arquetipal), passando a figurar sob o impulso do Sol e do tatwa Tejas, dando como resultado a hierarquia dos Agniswatas, formando também a série vegetal dessa Cadeia – que foi plasmada como repercussão do que existia no Segundo Sistema. Esta inversão de tatwas fez com que na Terceira Cadeia desse nosso Quarto Sistema se desenvolvesse a série animal correspondente à última Cadeia do Terceiro Sistema de evolução, fazendo surgir, em consequência, uma hierarquia de nome Pitris Barishads que possuindo uma classe de Devas mal formados, ao ser indicada para trabalhar na evolução da Quarta Cadeia ou da formação do Jiva (homem), rebelou-se. Esta revolta contra Dharma, a Lei Evolutiva, ficou conhecida nas tradições esotéricas com o nome de “Taraka-Maya”, ou a Guerra dos Céus das tradições hindus. Isto explica tudo sobre os Anjos caídos. A série animal desenvolvida na Terceira Cadeia, esteve sob a égide da Lua, entrando em sua formação o tatwa Apas.

Na complexa formação das Raças, no evoluir da Quarta Cadeia ou Quarto Globo do nosso Sistema (também o quarto), houve o saque contra o futuro feito pelo Senhor das Eternidades, quando apelou para o Quinto Ishwara, que dirigiu o Quinto Sistema representado pelo Planeta Vênus, para que passasse a dirigir a evolução na terra com os Pitris da Primeira Cadeia, os Assuras, arrastando também os Pitris Agniswatas da Segunda Cadeia e os Pitris Barishads da Terceira Cadeia.

Negando-se a infundir os seres de sua hierarquia (Quinta) nas formas da Primeira e da Segunda Raças-Mães que considerava vís, segundo Sepher Enoch, colocando-se assim, em oposição à Lei, deu motivo a que o Eterno apelasse também para o Sexto Ishwara, dirigente do Sexto Sistema, sob o Signo de Mercúrio, o qual, de acordo com os textos hebraicos, com o nome Jeová, formou o homem do pó da terra, soprando-lhe nas narinas o hálito de vida (Gênesis: 2;7), que deve ser entendido em forma de energia sutil, ou seja, o tatwa Vayu, cuja semente PAN figura ainda no radical de nomes divinos antigos, até nos nossos aborígenes.

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A ORIGEM dos MISTÉRIOS

 

Prof. Henrique José de Souza

 prof 3Perde-se, na noite dos tempos, a existência da Doutrina Esotérica. Conheciam-na todos os grandes povos da antiguidade, tanto na Ásia como na África, Europa, América e Oceania, segundo demonstra a universalidade de seus símbolos, gravados em caracteres indeléveis, nos respectivos templos. E quem houver penetrado nas profundezas dessa Ciência, lerá sempre as mesmas verdades, tanto nos muros de Palenque, como nos de Luxor; nos pagodes lavrados na entranha das rochas, na Índia, como nos restos ciclópicos de toda a região mediterrânea, e nos colossos da existência de raças e continentes submersos.

Os brâmanes da Índia, do mesmo modo que os Ioguis do mesmo País; os hierofantes do Egito, os profetas de Israel, os essênios cabalistas, os gnósticos, os cristãos, como ainda, todos os filósofos e pensadores, possuíram Doutrinas Esotéricas, ou melhor, a mesma Sabedoria Infinita das Idades.

O Livro dos Mortos do antigo Egito contém a Doutrina Esotérica do Egito; a Filosofia Yoga, o Esoterismo da Índia; a Cabala, a dos hebreus. E assim por diante.

Pela tradição, tem Ela vindo até os nossos dias, embora com certas lacunas e erros, devido a falsas interpretações, pois, como já dizia o mesmo Jesus, “é por baixo da letra que mata, que deve ser descoberto o Espírito que vivifica”.

Os ensinamentos da Doutrina Arcaica, por sua vez, dizia Blavatsky, tem uma origem divina, que se perde na noite dos tempos. E “origem divina” não quer dizer uma revelação feita por um Deus antropomorfo, em cima de uma montanha, cercado de raios e trovões, mas segundo o compreendemos, uma linguagem e sistema de ciência comunicado à Humanidade primitiva, por outra tão adiantada, que parecia divina aos olhos daquela.

Diz-se que, no começo, não havia necessidade de Mistérios Iniciáticos. O conhecimento (Vidya) era propriedade de todos, e predominou universalmente durante a Idade de Ouro ou Satya-Yuga. Segundo o comentário, “os homens não haviam ainda praticado o mal, naqueles dias de felicidade e pureza, por serem justamente de natureza mais divina do que terrena. Porém, ao se multiplicarem rapidamente, múltiplas foram também as idiosincrasias do corpo e da mente. E o espírito encarnado manifestou-se em debilidade. Nas mentes menos cultivadas e sãs, enraizaram-se certos exageros contrários à natureza e consequentes superstições. Dos desejos e paixões, até então desconhecidos, nasceu o egoísmo, pelo qual abusaram os homens de seu poder e sabedoria, até que, finalmente, foi preciso limitar o número dos conhecedores”. Assim, teve lugar a Iniciação e seus Mistérios.

Cada povo adotou um sistema religioso de acordo com a sua capacidade intelectual e necessidades espirituais. Porém, como os sábios prescindissem do culto e das simples formas, restringiram a bem poucos o verdadeiro conhecimento (“Muitos serão chamados e poucos os escolhidos”…). A necessidade de encobrir a Verdade (donde o termo “Ísis velada”), para resguardá-la de possíveis profanações, fez-se sentir, cada vez mais em cada geração, e assim se converteu em Mistério.

Foi Ele, então, adotado entre todos os povos e países, procurando-se, ao mesmo tempo, evitar discussão a respeito, permitindo, entretanto, que nas massas profanas (os “impúberes-psíquicos”) fossem introduzidas crenças religiosas esotéricas inofensivas, adaptadas, no começo, às inteligências vulgares – como “róseos contos infantis” – sem receio de que a fé popular prejudicasse as filosóficas e transcendentais verdades, ensinadas nos Santuários Iniciáticos, mesmo porque não devem cair no domínio público (“Margaritas ante porcus” ou “Não atireis pérolas aos porcos”) as observações lógicas e científicas dos fenômenos naturais (tidos como milagres pelos ignorantes), conduzem o homem ao conhecimento das Eternas Verdades, destinadas a aproximá-lo dos umbrais da observação, livre de prejuízos, mais capaz, por isso mesmo, de melhor distinguir as coisas, não com os olhos físicos, mas sim, com os espirituais.

O grande místico hindu Sri Aurobindo teve ocasião de dizer em seu maravilhoso livro APERÇU ET PENSÉES, o seguinte:

“Cada religião ajudou a Humanidade. O paganismo aumentou no homem a luz da beleza, a largura e a altura da vida, a tendência para uma perfeição multiforme. O Cristianismo deu-lhe uma visão de Caridade e Amor Divinos. O Budismo mostrou-lhe um nobre meio de ser mais SÁBIO, mais doce, mais puro. O Judaismo e o Islamismo, como ser religiosamente fiel em ação, e zeloso na sua devoção por Deus. O Induísmo abriu-lhe as mais vastas e as mais profundas possibilidades espirituais. Seria uma grande coisa se todas essas visões de Deus pudessem se abraçar e se fundir uma na outra; porém, o dogma intelectual e o egoísmo cultural barram o caminho. Sim, todas as religiões salvaram um grande número de almas, mas nenhuma foi ainda capaz de espiritualizar a Humanidade. Para isso, não é o culto e a crença o necessário, englobando tudo que seja de desenvolvimento espiritual próprio”.

Blavatsky, por sua vez, corroborou as nossas palavras: “O Teósofo não crê em milagres divinos nem diabólicos, nem bruxos, nem profetas, nem augúrios, mas, tão somente em Adeptos (Iniciados) capazes de realizar fatos de caráter fenomênico a quem julgar “por palavras ou atos” (isto é, aos que se fizerem dignos de tamanha honra…).

 E é a razão porque, para os não iniciados nos referidos Mistérios, tais fenômenos não são mais do que “extravagâncias e fantasias”. Mas, em verdade, “fatos estranhos” para os que com eles jamais se preocuparam. Não se deve, pois, negar, seja o que for, sem conhecimento de causa… Ou melhor, sem investigação própria.

São, ainda, de Blavatsky, as seguintes palavras:

“O estudante de Ocultismo (ou Teosofia) não deve professar religião alguma, embora deva respeitar qualquer opinião ou crença para chegar a ser um Adepto”.

Seu único dogma, como “livre pensador” é o da Fraternidade Universal da Humanidade, sem distinção de crença, sexo, casta, cor, etc. Seu único e Supremo Mestre, o Eu-Interno ou Divino, o Espírito, cuja voz é da Consciência emancipada.

Quanto à Ciência oficial, tudo quanto julga como seu – do mesmo modo que as religiões, filosofias, línguas, seja o que for – já pertenceu à Teosofia (ou Ocultismo). Mas, infelizmente – como foi dito em outros lugares – se acha completamente adulterado. Desse modo, a Teosofia começa onde a Ciência oficial termina.

E é assim que a astronomia de hoje é a Astrologia de outrora; a Química, a Alquimia; a Medicina, a Magia Teúrgica, etc., etc.

Em resumo: se no grego tal Sabedoria tem o nome de TEOSOFIA, no sânscrito possui ela outros muitos; chama-se Sanatama-Dhârma, Gupta-Vidya, Brahmâ-Vidya, respectivamente Sabedoria da Lei, Ciência Secreta, Sabedoria Divina, ou ainda, Iluminação, Conhecimento, etc. O mesmo termo Gnose não quer dizer outra coisa senão Iluminação, Conhecimento Perfeito, donde, Gnósticos, Iluminados, Sábios, etc.

Teósofos ou Néo-platônicos, ecléticos ou harmonistas, eram chamados os filósofos alexandrinos que, com Amônio Sacas, quiseram deduzir da Gnose, o estudo comparado das religiões, normas científicas de conduta.

O mesmo Amônio Sacas não conseguiu religião alguma concreta, e seus sucessores, embora de campos opostos, como Porfírio (o mosaísmo), Jâmblico (a Teurgia egípcia), Proclo (o ocidentalismo), Plotino (Gnose cristã), etc., foram chamados “filaléteos” ou “amantes da Verdade” sem véu religioso.

“Ecléticos ou sincretistas” por seu espírito de crítica; “harmonistas”, por buscarem a Suprema Síntese filosófica; “analogistas”, por aplicarem a chave hermética de que “o que está em baixo é como o que está em cima”; e Teósofos, enfim, por buscarem para o homem vulgar, a Suprema Ciência da SUPERAÇÃO, que há de fazer dele um rebelde, um Titã, um Prometeu, um Herói, um super-homem, enfim, como diria o vulgo mas em verdade, um Iluminado.

Os termos Buda e Cristo não pertencem a nenhum indivíduo, mas representam categorias a que podem chegar os homens, porquanto, Buda provém do Bodi sânscrito que quer dizer Sábio, Iluminado, etc. Do mesmo modo que Bod tibetano, com o mesmíssimo significado, como prova ao Tibet se lhe chamar Bod-Yul, ou “País do Conhecimento, da Sabedoria Perfeita”, etc. Quanto ao termo Cristo, provém do Krestus grego, que quer dizer: Ungido, Iluminado.

Só o desconhecimento dessa mesma Sabedoria Eterna pode levar os prosélitos das várias religiões existentes, a se degladiarem mútua e estupidamente como se todas elas não fossem “pálidos raios seus”. Ou como disse o grande Teósofo espanhol, Mario Roso de Luna, “embaceados espelhos onde a mesma (Sabedoria Eterna) se reflete”.

Amônio Sacas foi um grande e eminente filósofo, que viveu em Alexandria, entre o segundo e terceiro séculos de nossa era. Foi o fundador da “Escola Neo-platônica” dos Filaléteos ou “Amantes da Verdade”, como foi dito anteriormente. Nasceu de pais cristãos e era pobre. Possuía, entretanto, uma bondade tão grande, que o cognominaram, desde logo, “Theodactus” ou “ensinado (guiado) por Deus”, etc. Venerou a tudo quanto de bom existia no Cristianismo, porém, rompeu com o mesmo e com suas Igrejas, ainda jovem, por não ter encontrado, em seu seio, coisa alguma superior às antigas religiões, mas apenas, cópias e adulterações suas. Seus Mestres foram: Pitágoras e Platão.

Ensinou ele que “a religião das multidões correu sempre pari-passu com a filosofia, e que com esta se foi corrompendo gradualmente, por vícios de conceitos, mentiras e superstições, puramente humanos. Era necessário, portanto, restituí-la à sua original pureza, por isso mesmo, expurgando-a da escória e interpretando-a filosóficamente, pois o propósito de Jesus foi restabelecer a sua pristina integridade, a Sabedoria da Antiguidade; reduzir o domínio da superstição que prevalecia no mundo, corrigir os erros introduzidos nas diversas religiões e quanto pudesse servir de obstáculo à rápida evolução do homem, na sua marcha para o divino”. Pelo que se vê, era um verdadeiro Teósofo sem deixar por isso, de ser um cristão, budista, etc.

Blavatsky, por sua vez, ensinou “que o Teósofo não deve sujeitar-se às opiniões alheias, formando ele as suas próprias convicções, de acordo com as regras de evidência, que lhe proporciona a ciência a que se dedica, sem atender a encômios de fanáticos sonhadores, nem a dogmatismos teológicos, Jesus pregou uma doutrina secreta e “secreta” (tanto naquele tempo como hoje) quer dizer, “Mistérios da Iniciação”.

Voltaire caracterizou, em poucas palavras, os benefícios dos Mistérios, ao dizer que, “entre o caos das superstições populares, existia uma Intuição que evitou sempre a queda do homem na mais degradante animalidade: a dos “MISTÉRIOS”.

E justamente por ser “Mistério”, é que não pode chegar ao domínio de todos, mas de uma elite (ou de “eleitos”, na razão, repetimos, de “muitos serão chamados e poucos os escolhidos”) capaz de conduzir a maioria pelo Caminho do Dever, da Honra, do Amor e da Justiça, até que não seja mais necessária a referida seleção, isto é, quando a Humanidade inteira (utopia para os pessimistas de todas as épocas) estiver equilibrada por tão elevados princípios que, a bem dizer, representam os “eubióticos princípios”, com que a mesma Humanidade, queira ou não, terá que se regular, sob pena de continuar por muitos séculos ainda, sacudida pelos terríveis vendavais que há tanto tempo servem de obstáculo à sua marcha evolucional para o Divino. E cujos “vendavais” estão muito bem simbolizados nos Quatro Cavaleiros do Apocalipse: DOMÍNIO, GUERRA, FOME E PESTE.

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