Todos tem uma importância vital na rede universal da vida…

refl    Era uma vez… num lugar, uma província. Nessa província vigorava uma lei extremamente cruel. Uma lei que determinava que, a cada mês, 30 presos escolhidos em sorteio deviam ser executados para que servissem como exemplo de que as leis eram para ser respeitadas e temidas. A sentença de execução era assinada pelo governador da província em determinado dia do mês até o meio-dia.

    Passado o meio-dia e a sentença não sendo assinada, dizia esta mesma lei, os prisioneiros escolhidos deveriam ser perdoados e libertados, o que jamais havia ocorrido.

    Pois então era este fatídico dia, e o governador em seu carro dirigia-se ao palácio, para entre outras coisas, assinar a dita sentença. Lá ia o governador observando de seu carro os afazeres e o cotidiano de seus cidadãos, quando sua atenção é chamada para dois meninos em seus jogos. Um deles corria atrás do outro numa espécie de brincadeira de pegar, quando o que ia à frente tropeçou, caiu, e soltou um grito de dor. O outro imediatamente atrás interrompeu o folguedo, ajoelhou-se ao lado do primeiro e num gesto de compaixão consolou o outro, soprando-lhe o ferimento do joelho, ajudando-o a levantar-se. Abraçados dobraram a esquina e desapareceram das vistas do governador.

     A cena vislumbrada remeteu o governador a lembranças, fazendo-o afundar em reflexões, memórias, etc… Neste estado, ensimesmado, chegou ao palácio, fechou a porta de seu gabinete, isolou-se, e mergulhou sabe-se lá em que recônditos de sua alma, não desejando “…ver ninguém e nem ser, de nenhuma forma, incomodado”. O tempo passou, o meio-dia chegou com suas badaladas despertando o atônito governador de seu universo reflexivo.

    Passara do meio-dia, e pela primeira vez na história da província a sentença não havia sido assinada. Os prisioneiros estavam libertos!

    A notícia como um raio se espalhou por toda a província. Uma grande alegria tomou conta de todos os cidadãos, ninguém parecia acreditar no milagre.

    Na casa dos dois meninos que haviam sido avistados pelo governador, a notícia chegou antes mesmo que estes, retornando da rua, tivessem posto os pés na soleira da porta. A mãe ensolarada recebe os dois à porta, exclamando:

     “Sabem o que aconteceu? Os prisioneiros foram libertados, não é maravilhoso?…   Agora venham cá, digam-me, como foi o seu dia, o que vocês fizeram hoje?”

     “Nada, responderam os meninos, hoje não fizemos nada, foi um dia ruim, ele caiu, se machucou, a gente nem conseguiu brincar direito… Acho que a gente nem deveria ter saído de casa…”
 

    Eis aqui um pequeno conto…, e uma pergunta. Como está sendo o seu dia, o que é que você fez hoje?…

filipeta
.
Culpa livreAnimation20