The_Gods_and_Their_Makers_-_Edwin_Long[1]A religação com os deuses

Antes de tudo e de todos, onde o nada era a única certeza, a certeza da ausência da criação, surgiram as primeiras energias, das primarias às secundárias e assim pôr diante.

E assim formada a energia tomou forma, se materializou, criou o universo, a terra, e os seres.

Tudo era nebuloso e hostil, as energias se completavam e assim o homem criou a simbologia, as palavras e tudo aquilo que lhe era sagrado em deuses ou em nome dos mesmos.

Assim criou-se o politeísmo, o homem respeitando todas as manifestações da natureza, cada rio, cada montanha, cada feito heróico, e assim surgiram os filhos dos homens com os deuses, e assim homens se tornaram deuses.

O homem de frente aos deuses que lhe criaram, diante da sua própria face divinizada, e no qual ele homem personalizou com suas crenças, e sendo assim em cada canto da terra criaram oráculos para comunicação entre os deuses e espíritos ancestrais, antes porém dos oráculos o mundo não era assim e segundo a existência de algumas lendas tribais os homens e deuses conviviam mutuamente, os deuses se alegravam com as qualidades e defeitos dos homens, o jeito deles lidarem com a vida, os louvores e festas de honra, os deuses em contrapartida davam-lhes boas colheitas, e a terra, o mar e o céu lhe eram bons.

Não existe uma lenda ao certo que conte o porquê da separação entre os homens e os deuses, alguns contos falam sobre as fraquezas dos homens, outros da ambição, outras por desrespeito das leis entre os mundos, mas uma coisa é certa, os oráculos, meios adivinhatórios, possessões surgiram para que o elo não fosse totalmente desfeito, pois tanto homens quanto deuses choraram a separação, e o céu se tornou turvo e desabou e assim muitas histórias de dilúvio, de problemas com as manifestações raivosas de deuses em busca dos culpados ou por simplesmente tristeza pelo rompimento entre os mundos.

Através dos métodos e sistemas de religação que depois dos passar dos anos foram distorcidos e dogmatizados, os deuses se comunicavam com os homens, e assim nasceu as divinas sendas, a simbologia entre objetos, entre plantas, entre os sacrifícios e com uma dedicação quase que por integral a estas relações.

Os indivíduos que conseguiram se superar, tiveram sua dedicação, responsabilidade, ouviram os deuses e assim os honraram foram presenteados com grande sabedoria, pois o trabalho é sagrado e nesse caso de suma relevância, muitos desses homens foram chamados de avatas, mestres, sacerdotes, etc…. não porque eles assim o desejassem, mas por conta de sua conduta, por conta que assim foram costumeiramente chamados.

Um verdadeiro mestre, não é abalado pelo ego, não se submete ao poder, e sem dúvida já caminhou por grandes distâncias pelos sofrimentos da humanidade, conheceu a dor e a solidão, fez de sua vida um grande conjunto de reflexões e simplesmente sabe que é um homem comum, que encontra inspiração entre os deuses e que o faz diferente é apenas a sabedoria, o conhecimento destilado em barris de carvalho por muitas e muitas interiorizações.

Todo mestre, sacerdote ou qualquer nome que se dê, sabe que ele é apenas um meio perante os que estão iniciando, que o caminho será solitário pois é intimo a cada um, ele sabe que o que separa o verdadeiro buscador dos deuses é a sabedoria, então o seu papel é ser um companheiro de viagem que independe de tempo de cavalgada, independente da jornada, ele sabe que embora respeitado e honrado o contato sempre será direto do homem enquanto buscador e dos deuses como criadores.

Um Forte Abraço Fraterno,

                                        Ricardo Draco

filipeta