“A Grande Consciência Cósmica sabe muito bem o que vai dentro de nossa alma.
Ela vê por dentro das pessoas e não prejulga e nem julga.
Nós pelas nossas atitudes é que provocamos, desequilibramos, atraímos, afastamos, cativamos, julgamos a todos e a nós mesmos.
Trata-se da nossa consciência que faz parte dessa Grande Consciência Cósmica ou Universal.
Isso é o que nos dá poder: nossa consciência, o pensamento, e o que deriva deste: a palavra e a ação.
Nós, e mais ninguém, somos responsáveis por tudo o que nos acontece e, consequentemente, pelo nosso destino.
Um pequeno gesto, uma meia palavra, um olhar arredio ou profundo, podem elevar alguém às nuvens ou pode levá-lo ao fundo do poço.
São situações que podem ser provocadas por um estado psicológico, de carência, de desequilíbrio, de dor, de raiva, de abandono, de pessimismo, ou, no sentido contrário, de felicidade, de êxtase, de realização, de sucesso, de positivismo, etc.
Temos uma enorme habilidade de transferir para o próximo e para Deus ou para o diabo, a responsabilidade de nossos infortúnios.
Colocamos nossos sentimentos e carências, na frente, a puxar a carroça de nosso ser, numa corrida desenfreada em busca de amor, de carinho, de companhia. E nesse desvario acabamos bloqueando e sufocando as oportunidades e nos afastando de nossa própria felicidade.
Isso é o resultado da ansiedade, da falta de tolerância e de paciência.
Queremos tudo aqui e agora. Achamos que somos donos da razão…
Queremos que as coisas funcionem de nosso jeito, e tudo que descrevo serve para todos, indistintamente.
Basta olhar profundamente em nossos próprios olhos num espelho, e veremos a realidade do momento, de nosso ser ou natureza.
Morremos de medos, do peso das culpas, das ações e palavras do passado…
Damos importância indevida a coisas, situações e detalhes, que muitas vezes nós mesmos procuramos ou provocamos para justificar nossas decisões que acabam por ser equivocadas.
Apontamos as falhas do transeunte ou do vizinho e até mesmo de nossos mais íntimos, com ou sem direito de fazê-lo, sem olhar com humildade as nossas próprias limitações.
Queremos sempre achar um culpado ou responsável pelos acontecimentos de nossos infortúnios.
Usamos o revanchismo, como uma forma de aplacarmos os sentimentos negativos que às vezes nos invadem.
Resultado do ser onipotente, da criança rebelde que tudo quer para si.
Não conseguimos controlar essa criança que se manifesta, egoísta, cujo brinquedo lhe foi tirado ou capricho não foi atendido.
Alimentamos a esperança com um olhar, um beijo, ou pequeno gesto e inflamos ilusões.
Manipulamos, controlamos, e tudo fazemos para saciar nossos desejos e querer.
Deixamos que a criança tome as rédeas direcionando o caminho e quando nos damos conta os trilhos ficaram lá atrás…
À frente vemos um caminho tortuoso e sem saída. Perdemos o rumo para voltar à verdadeira trilha…
E então nos desesperamos, entramos em parafuso e depressão, e muitos acabam no suicídio ou na loucura…
E tudo isso porque não esperamos cinco minutos ou meia hora.
Porque a felicidade, o sucesso, a realização, tem que ser imediata, aqui e agora.
E saímos no mundo à procura de outro, do amor, do tesão, da segurança, do conforto…não temos a paciência devida de procurar cultivar a semente da flor que tudo trará.
Procuramos alguém que esteja pronto para o amor, para o êxtase, no intuito de saciar nossos desejos e carências e apagar o fogo que, às vezes por dentro nos queima.
E não vemos ou cuidamos da planta que está na nossa frente e que poderá ser a árvore mais linda em flores e frutos…
Na maioria das vezes aquilo que nos traz prazer imediato, nos leva a uma inconsequente sequencia de erros e desvios.
Uma noite ou uma vida de carinho intenso vale muito mais que um momento ou segundos de penetração… No devido tempo esta acontece…
Optamos pelo instinto selvagem que carregamos, alimentados pela energia telúrica que emana de nossa natureza terrena.
Esquecemos de nossas origens espaciais e dos seres especiais que somos, deixando-nos cair no inferno das paixões de qualquer natureza.
E quando despertamos (se despertamos) vemos que fomos manipulados, usados, e jogados fora…
E então, o ciclo se completa, do êxtase de um momento de gozo ou ereção ao chão do mais profundo poço…
Mas para nosso bem, como seres feitos à imagem do Criador, sempre existe uma saída e esperança…Uma luz no fundo do túnel, e o vice e versa pode acontecer…
Basta limparmos nossos olhos e mente, para poder vê-la.
Muitas vezes, o verdadeiro amor está ao nosso lado e não o vemos…
Ou se vemos, queremos que atenda nossas carências e desejos de forma imediata, sem lapidar as arestas…e se não funciona, insatisfeitos, jogamos o diamante em bruto no lixo…
Mas pensemos bem antes, pois sempre poderá haver alguém que enxergue a pedra perdida e acredite em seu brilho…e então…“Tempus fujit”…
(Orual Ojellav – Série Pensamentos – 15/01/2015)
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