ALQUIMISTA:
– Eu te conjuro pelo Deus vivo –
não és o Mercúrio dos Sábios?
MERCÚRIO:
(finge falar em tom
Lamuriento e assustado)
– Mestre, eu sou Mercúrio.
ALQUIMISTA:
– Por que não queres obedecer-me?
Por que não posso fixar-te?
MERCÚRIO:
– Oh, altíssimo e poderoso
Mestre, eu te imploro que poupes
Teu miserável escravo! Eu não
Sabia que eras um filósofo tão
Poderoso…
ALQUIMISTA:
– Oh, não poderias ter imaginado
Pela maneira filosófica com que
Opero sobre ti?
(em tom de trovão)
Agora cuida de obedecer-me, senão
será pior para ti!
MERCÚRIO:
– Com prazer, Mestre, se eu
Puder, pois sou muito fraco.
ALQUIMISTA:
– Oh, já começas a apresentar
Desculpas?
MERCÚRIO:
– Não, mas eu estou muito
Abatido.
ALQUIMISTA:
– Que há contigo?
MERCÚRIO:
– Um alquimista, é o que há
Comigo.
ALQUIMISTA:
– Estás rindo de mim, seu patife
Falso?
MERCÚRIO:
– Oh, não, Mestre, que Deus me
Livre disso, estou falando de um
Alquimista… Tu és um
filósofo…
ALQUIMISTA:
– Bem, não vou elogiar-me, mas
Certamente sou um homem
instruído. Minha esposa também
Diz isso. Ela sempre me chama de
filósofo profundamente instruído.
MERCÚRIO:
– Creio em ti, pois filósofos são
Homens aos quais muito saber e
Pensamento deixaram loucos.
ALQUIMISTA:
– Diz-me, que devo fazer contigo?
Como vou transformar-te na Pedra
Filosofal?
MERCÚRIO:
– Ó, meu mestre filósofo, não sou
Capaz de dizer-te. Tu és um
filósofo, eu sou o humilde
Escravo do filósofo. O que
Desejares fazer de mim, eu me
Tornarei, até onde minha natureza
Permitir.
ALQUIMISTA:
– Isso tudo está muito bem, mas
Eu repito que precisas dizer-me
Como tratar-te e se podes tornar
Te a Pedra Filosofal.
MERCÚRIO:
(deixando a zombaria de
Lado)
– Senhor Filósofo, se sabes,
Podes fazê-lo e se não sabes, não
Podes…