Estudo liga a destruição de neurônios ao estresse

image1K6Um único episódio de estresse intenso na vida de uma pessoa pode ser suficiente para levar à destruição de células nervosas do cérebro. Pior: essas situações podem desencadear a depressão. Os dados provêm de pesquisa publicada no Journal of Neuroscience comandada por cientistas da Universidade Franklin Rosalind, dos Estados Unidos, e citado pela rede BBC.

Para chegar a essas conclusões, os especialistas analisaram o comportamento de dois grupos de ratos: os jovens e os velhos, mais violentos. Os jovens foram colocados em gaiolas na companhia de dois exemplares velhos durante vinte minutos. Durante o período, os velhos chegavam a atacar o jovem.

Os cientistas perceberam, então, que o nível de estresse dos jovens subiu a taxas seis vezes mais altas do que o normal. Isso porque a experiência afetou as células do hipocampo, área do cérebro responsável pelo aprendizado, pela memória e pela emoção e também pelo desenvolvimento de células nervosas durante a vida. O mesmo vale para os seres humanos.

Segundo os especialistas, a vivência do estresse não impediu a produção de novas células. Porém, elas apresentaram dificuldades para sobreviver – o que significaria redução no número de neurônios novos para processar sentimentos e emoções. Isso ficou evidenciado pelo fato de que, uma semana após o teste, apenas um terço das novas células produzidas havia sobrevivido.

O experimento pode ter fins muito práticos, acreditam seus responsáveis. Os neurônios não morrem imediatamente após o episódio de estresse, mas cerca de 24 horas depois: um tratamento, então, poderia atuar nesse intervalo, visando impedir a perda de células.

Revista Veja
14 de Março de 2007
filipeta
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