image4FApor: H. P. Blavatsky

INTRODUÇÃO

As Estâncias (ou capítulos) I e II dos Livros de Dzyan tratam do estado dos Cosmos antes de suas manifestações manvatáricas quando diferentes formas, seres e substâncias povoam o Universo. Para a ciência atual, o Pralaya corresponde àquele “estado de coisas” como deve ser ANTES do Big Bang, a grande explosão de uma partícula superdensa, Una e Primiordial que, segundo o astrofísicos de hoje, deu origem a tudo o que existe.

(…) na noite de Brahma, durante o Pralaya, tudo no Universo objetivo retorna à sua causa única, eterna e primária, para ressurgir na Aurora seguinte, como acontece periodicamente. Kârana -a Causa Eterna, estava só. (…) Kârana permanece só durante as Noites de Brahma. O anterior Universo objetivo dissolveu-se em sua causa única, eterna e primária, e mantém-se como em dissolução no espaço, para diferenciar-se outra vez e cristalizar-se de novo na seguinte Aurora Manvatárica, que será o começo de um novo Dia ou de uma nova atividade de Brahma, símbolo do Universo. (…) Brahma é Pai-Mãe-Filho, ou Espírito, alma e Corpo … (BLAVATSKY, 2000 – p. 105)

COMENTÁRIO: Alegorias e Mitos (narrativas) de todos tempos e povos referem-se ao Criador Primordial, a Causa Eterna, como um ser essencialmente TRINO. Nele coexistem PAI, MÃE e FILHO; ou, como no cristianismo, Pai, Espírito Santo e Filho; ou como no hinduísmo, Brahma (Pai), Shiva e Vishnu. Em termos astro-físico-químicos, estas “figuras alegóricas” podem ser entendidas como Energia pura (mente-inteligência, o PAI), Matéria (Mãe) e Manifestações objetivas da Matéria em movimento orientado pela energia-INTELIGÊNCIA, o FILHO.

 

CONCEITOS

DEUS

Aquele que, no Ocidente, denomina-se genericamente “Deus”, que para os muçulmanos é Alá mas que na verdade não possui nome articulável possível em sons de língua humana, em Teosofia, é Parabrahman a Realidade Una, o Absoluto, Espírito e Matéria simultaneamente. Isso significa que o Incognoscível (o impossível de conhecer) é uma essência energética inteligente, idéia que, atualmente, encontrar eco nas mais avançadas teorias da física, sobre matéria e energia, aparece na obra de filósofos contemporâneos como Bergson, por exemplo.

O Espírito (ou Consciência) e a Matéria devem ser (…) considerados não como realidades independentes, mas como duas facetas ou aspectos do Absoluto (Parabrahman), que constituem a base do ser condicionado, seja subjetivo ou objetivo. (…) no Universo manifestado existe “algo” que une o Espírito à Matéria, o Sujeito ao Objeto. Esse “algo”, que a especulação ocidental presentemente desconhece, é chamado Fohat pelos Ocultistas. Fohat é (…) a energia da Ideação Cósmica. (BLAVATSKY, 2000 – v. I, p. 82/83)
 

PRALAYA E MANVATARA 

A Eternidade do Peregrino é como um abrir e fechar de olhos de Existência-por-si-Mesma. O aparecimento e o desaparecimento dos Mundos são como o fluxo e o refluxo periódico das marés. (DZYAN Apud BLAVATSKY, 2000 – v. I, p. 84)

A Doutrina Esotérica ensina (…) que a Essência Una, infinita e desconhecida existe em toda a eternidade, e que ora é ativa [Manvatara], ora é passiva [Pralaya], em sucessões alternadas, regulares e harmônicas. Na linguagem poética de manu, chamam-se esses estados Dias e Noites de Brahma. Este [Brahma] se encontra desperto ou adormecido. (…) Ao iniciar-se um período de atividade dá-se uma expansão daquela Essência Divina (…) do mesmo modo, quando sobrevem a condição passiva, efetua-se a contração da Essência Divina, e a obra anterior da criação se desfaz gradual e progressivamente, o universo visível se desintegra, os seus materiais se dispersam, e somente as “trevas” solitárias se estendem, uma vez mais, sobre a face do “abismo”. (…) uma expiração da “essência desconhecida produz o mundo [o universo], e uma inspiração o faz desaparecer. (BLAVATSKY I, 2000 – v. I, p.73)

Peregrino é o nome dado à nossa Mônada [ser individual] durante seu ciclo de encarnações. É o único Princípio imortal e eterno que existe em nós, sendo uma parcela indivisível do todo integral, o Espírito Universal, de onde emana e no qual é absorvido no final do ciclo. (p. 84)

(…) a peregrinação é obrigatória para todas as Almas (…) através do Ciclo de Encarnação (…) nenhum Buddhi puramente espiritual (Alma Divina) pode ter uma existência consciente independente antes que (…) haja passado por todas as formas elementais pertencentes ao mundo fenomenal do Manvatara (…) à custa dos próprios esforços (…) regulados pelo Carma, escalando assim todos os graus de inteligência, desde o Manas [entendimento] inferior até o Manas superior; desde o mineral e a planta ao Arcanjo mais sublime, Dhyâni-Buddhas. (p. 84)

SIGNIFICADO DE MANVATARA

(…) conforme nos ensina a Ciência Oculta (…) a palavra “Eternidade” não tem aqui outro sentido que não o de “Evo”, isto é, de um período que parece não ter fim, mas é limitado, o ciclo de atividade chamado Manvatara (…) ou, antes, Manu-antara (…) Quer dizer, literalmente, “entre dois Manus”, e há quatorze Manus em cada Dia de Brahma. (p. 122)

MÂYÂ

Mâyâ, ou Ilusão, é um elemento [uma condição] que participa de todas as coisas finitas, porque tudo quanto existe possui tão só um valor relativo, e não absoluto, tendo em vista que a aparência assumida pelo númeno [qualquer objeto inteligível, idéia de coisa concreta] perante o observador depende do poder de cognição deste último. (p. 103)

OLHO DE SHIVA

Na Índia é chamado “Olho de Shiva”; mas para lá das grandes montanhas é conhecido, na fraseologia esotérica, com o “Olho Aberto de Dangma”. Dangma quer dizer “alma purificada”, aquele que se tornou um Jivanmukta, o Adepto mais elevado, ou melhor, aquele a quem se dá o nome de Mâhâtma. Seu “Olho aberto” é o olho espiritual e interno do vidente; e a faculdade que por ele se manifesta não é a clarividência como se entende geralmente, ou seja, o poder de ver à distância, mas antes a faculdade de intuição espiritual, por meio da qual se pode obter o conhecimento direto e exato. Esta faculdade se acha intimamente relacionada com o “Terceiro Olho”, que a tradição mitológica atribui a certas raças humanas. (BLAVATSKY, 2000 – v. I, p. 108)

 

ANJOS E DEUSES
MANUS

(…) Manu vem raiz Man, pensar (…) como tipo antropomorfizado (…) é o criador e formador de tudo quanto aparece no decorrer de seu próprio ciclo ou Manvatara. (p. 123)

COMENTÁRIO: como Ser, como entidade antropomorfizada, o Manu é o “criador e formador de tudo quanto aparece” no decorrer de determinado Manvatara. Existem, portanto vários Manus de diferentes magnitudes. A idéia de Manvatara, como período de manifestações, de florescimentos, aplica-se também aos sub-ciclos. Por exemplo: se um Planeta em desenvolvimento passa por sete períodos ou RONDAS distintas, cada RONDA é regida ou tutelada por um MANU. Assim, há SETE MANUS, um para cada uma das SETE RONDAS, às quais correspondem SETE RAÇAS-RAÍZES; e sendo que cada RAÇA-RAIZ subdivide-se em SETE SUB-RAÇAS, também estas, possuem, cada qual, seu Manu CRIADOR e ORIENTADOR. Os Manus são também chamados Dhyân Cohans.

MÔNADAS – COMENTÁRIO

As “Legiões Monádicas” (BLAVATSKY, 2000 – p. 217), Legiões de Mônadas. São o conjunto de seres que habitam e transitam no Universo, em número limitado, desde o princípio da Criação. As Mônadas começam sua existência de forma primária: há Mônadas minerais, vegetais, animais, elementais e humanas. A diversidade de Mônadas obedece a uma escala evolutiva que se desenvolve ao longo dos Manvataras, partindo de uma existência inorgânica (mineral) até alcançar o estágio de Ser humano. Entre as Mônadas, também chamadas “Centelhas”, as humanas dividem-se em duas classes gerais: 1ª) Mônadas Divinas, como os Pitris, subdivididas em categorias, como os Pitris Lunares, os Solares, etc., que já cumpriram um ciclo completo de encarnações que lhes permitiu alcançar o status de divindade; 2ª) Mônadas Inferiores, sujeitas às encarnações evolutivas, pré-humanas embora denominadas humanas mas que, na verdade, não chegaram a um estado de plena humanidade – pois que o homem completo, perfeito, é, de fato, uma divindade. A Mônada entra na condição humana mais primitiva, deixando para trás as experiências nos reinos inferiores (mineral, vegetal, elemental) no momento em que torna-se uma entidade pensante, ou Manu.

PITRIS

Os Pitris são Divindades de duas esferas:

(…) são Divindades Lunares e nossos antepassados, porque eles criaram o homem físico. [Já os Pitris] Agnishvattas, os [chamados] Kumaras, (os sete sábios místicos), são Divindades Solares (…) são os “Formadores do Homem Interno”. Chamam-se Filhos do Fogo porque foras os primeiros Seres, aos quais a Doutrina Secreta dá o nome de Mentes … (p. 141)

OS LIPIKA

Os “Lipika”, da palavra lipi, “escrito”, [são] os “Escreventes”. (…) Estes Seres Divinos se acham relacionados com o Carma, a Lei da Retribuição, pois são os Registradores ou Cronistas que imprimem sobre tábuas invisíveis da Luz Astral (…) um registro fiel de cada um dos pensamentos do homem, e de tudo o que foi, é e será no Universo fenomenal. (…) Associados que estão ao destino de cada homem e ao nascimento de toda criança (…) pode-se dizer que os Lipika exercem influência sobre a ciência do Horóscopo. (p.155/156)

Os Drs. Jevons e Babbage crêem que cada pensamento desloca as partículas do cérebro, pondo-as em movimento e disseminando-se pelo Universo; crêem também que “cada partícula de matéria existente deve ser um registro de tudo o que aconteceu, (p. 155)

LÚCIFER

(…) o primeiro Arcanjo, que emergiu das profundezas do Caos, foi chamado Lux (Lúcifer), o “Filho Luminoso da Manhã” (…) A Igreja o transformou em (…) Satã, porque era mais antigo e de mais elevada categoria que Jehovah … (p. 128)

O INICIADOR

No primeiro período da Terceira Raça (…) os “Filhos da Sabedoria” (…) criaram (…) uma geração chamada “Filhos de Ad” ou “da Névoa”, Filhos da Vontade e da Ioga etc. (…) Essa progênie não constituía uma Raça. O primeiro foi um Ser Maravilhoso, chamado “o Iniciador”, seguindo-se um grupo de Seres semi-humanos e semi-divinos. ‘Eleitos” (…) para tarefas especiais, diz-se que neles se encarnaram os mais elevados Dhyânis – “Munis e Rishis de Manvataras anteriores” – para formar um seminário de Adeptos humanos do futuro sobre a Terra (…) Os “Filhos da Vontade e da Ioga”, nascidos (…) de uma forma imaculada, estavam, segundo se explica, inteiramente à parte do resto da humanidade. O Ser a que (…) nos referimos (…) muda de forma e, não obstante, permanece sempre o mesmo E é ele quem possui a autoridade espiritual sobre todos os Adeptos do mundo inteiro. (…) É o “Iniciador”, e o chamam a “GRANDE VÍTIMA”; porque, sentado no Umbral da Luz, ele a contempla do Círculo de Trevas em que se encontra e que não quer transpor; e não deixará seu posto senão no último DIA deste Ciclo de Vida. (…) ele deseja mostrar, a cada um dos prisioneiros que conseguirem libertar-se dos laços da carne e da ilusão, o caminho que conduz àquela região de liberdade e de luz, da qual se exilou voluntariamente (…) ele se sacrificou pelo bem da humanidade. (p. 245/246)

SIMBOLISMO DO LÓTUS

O Lótus ou Padma, o nenúfar da Índia, é uma figura simbólica (…) a semente do Lótus contém, mesmo antes de germinar, folhas perfeitamente formada, verdadeira miniatura da planta (…) O Lótus ou Padma (…) é um símbolo antiquíssimo (…) do Cosmos e também do homem. (…) a miniatura perfeita da futura planta (…) simboliza a existência dos protótipos espirituais de todas as coisas, no mundo imaterial, antes de se materializarem na Terra; em segundo lugar (…) o Lótus cresce através da água, com suas raízes no Ilus ou, no lodo, para abrir suas flores no ar. O Lótus é, assim, a imagem da vida do homem e também do Cosmos, pois a Doutrina Secreta ensina que são idênticos os elementos de ambos e que um e outro [homem e Cosmos] se desenvolvem no mesmo sentido. (p. 118)

CAUSA DA EXISTÊNCIA

“As Causas da Existência” significam não somente as causas físicas conhecidas pela ciência, mas também as causas metafísicas, a principal das quais é o desejo de existir… (p. 107)

As abstrações tornam-se cada vez mais concretas, até que por fim se cristalizam em fenomenais, sob a forma de Universo material. Por um processo de conversão do metafísico em físico, semelhante àquele que faz o vapor condensar-se em água e a água solidificar-se em gelo.

SOBRE A MENTE

Mente é o nome dado à totalidade dos estados de consciência compreendidos sob as denominações de Pensamento, Vontade e Sentimento. (p. 102) Que é o Tempo senão a sucessão de nossos estados de consciência ? (p. 107)

 

VIDA

Ensina a Filosofia Esotérica que tudo vive e é consciente, mas não que toda vida e toda consciência sejam semelhantes às dos seres humanos ou mesmo dos animais. Nós consideramos a vida como a única forma de existência manifestando-se no que chamamos Matéria. (…) A Matéria é o Veículo de manifestação da Alma neste plano de existência, e a Alma é o Veículo, em um plano mais elevado, para a manifestação do Espírito. (…) A idéia de “vida cristalina” (…) hoje [1888] é familiar à ciência (…) Os botânicos agora investigam os nervos das plantas (…) as coisas dotadas de movimento são coisas vivas, quer se trate de átomos ou de planetas. (…) O “Nous”, que faz mover a matéria, a Alma que a anima, imanente em todos os átomos, manifestada no homem, latente na pedra, tem graus diversos de poder; e esta idéia panteísta de um Espírito-Alma geral, que penetra toda a natureza, é a mais antiga de todas as concepções filosóficas. (p. 111/113)

(…) para o ocultismo não existe nada inorgânico no cosmos. (…) TUDO É VIDA, e cada átomo, mesmo o do pó mineral, é uma vida, muito embora paire acima de nossa compreensão e percepção. (…) “Os próprios átomos – diz Tyndall – parece que possuem o desejo instintivo de viver. (p. 282)

(…) o tabernáculo humano é constituído por Vidas inumeráveis, exatamente como o foi a crosta rochosa de nossa Terra (…) Nos organismos do homem e do animal, tanto vivos quanto mortos, formigam centenas de bactérias de espécies as mais diversas (…) Mas a Ciência [“oficial”] ainda não foi ao ponto de afirmar, como o faz a Doutrina Oculta, que os nossos corpos, assim como os dos animais, as plantas e as pedras, são inteiramente formados de semelhantes seres, os quais, com exceção de suas espécies maiores, não podem ser observados pelo microscópio. (…) Toda partícula, chamem-na orgânica ou inorgânica, é uma Vida. Todo átomo ou molécula no Universo dá ao mesmo tempo a vida e a morte às formas, pois constrói, mediante agregação, os universos e os efêmeros veículos destinados a acolher as almas que transmigram, assim como destrói e muda eternamente as formas, despedindo as almas de suas habitações provisórias. (p. 292/293)

Tudo no Universo, em todos os reinos, é consciente, isto é, dotado de uma consciência que lhe é peculiar em seu próprio plano de percepção. (…) só porque nós, humanos, não percebemos sinal algum de consciência na pedra, por exemplo, não é isso razão para concluirmos que nenhuma consciência existe ali. (p. 305)

SER & EXISTIR

Onde estava o silencio ? Onde os ouvidos para percebê-lo ? Não; não havia silêncio nem som: nada, a não ser o incessante Alento Eterno, para si esmo ignoto. (p. 115)

A idéia de que as coisas podem cessar de existir, sem cessar de ser, é fundamental na psicologia do Oriente. Um exemplo trivial (…) pode ser encontrado em uma combinação química. (…) o hidrogênio e o oxigênio deixam de existir quando se combinam para formar a água: dizem uns que, se eles reaparecem quando se decompõe a água, é porque aí permaneceram durante todo o tempo; outros sustentam que, tendo se convertido em algo completamente diferente, aqueles elementos deixaram de existir como tais durante a combinação; uns e outros, porém, se mostram de todo incapazes de conceituar a condição verdadeira de uma coisa que se transformou em outra sem contudo deixar de ser a mesma. (p. 116)

 

COSMOGÊNESE

CADEIA CÓSMICA DE UNIVERSOS

A Doutrina Secreta ensina o progressivo desenvolvimento de todas as coisas, tanto de mundos como de átomos. (…) O nosso Universo não passa de uma unidade em um número infinito de Universos, todos eles “Filhos da Necessidade”, elos da Grande Cadeia Cósmica de Universos cada qual em relação de EFEITO com o que o precedeu e de CAUSA com o que lhe sucede. O aparecimento e o desaparecimento do Universo são descritos como expiração e inspiração do Grande Sopro, que e eterno e que, sendo Movimento, é um dos três aspectos do Absoluto; os outros dois são o Espaço abstrato e a Duração. (p 106)

ASTRO-FÍSICO-QUÍMICA

A Essência Radiante coagula-se e difunde-se através dos Abismos do Espaço (p. 126) … A Luz (…) convoca a Matéria Cósmica para iniciar sua longa série de diferenciações. Os “Coágulos” são a primeira diferenciação. (…) Esta “matéria” (…) radiante e fria (…) dissemina-se pelo espaço ao primeiro despertar do movimento cósmico. (p. 127).

A Tela se distende quando o Alento do Fogo a envolve; e se contrai quando tocada pelo Alento da Mãe. (p. 138) … A expansão e contração da “Tela” – ou seja, do material ou dos átomos de que é feito o mundo – exprimem aqui o movimento de pulsação; porque é a contração e a expansão regular do Oceano infinito (…) que podemos chamar de Númeno [idéia] da matéria (…) causa da vibração universal dos átomos. (…) a causa da primeira ignição da matéria ou material de que é constituído o mundo, o paradoxo do calor produzido pela contração refrigerante, e outros enigmas cósmicos (…) os antigos tinha conhecimento desses fenômenos. “Em todo átomo existe calor interno e calor externo, o Alento do Pai (Espírito) e o Alento (Calor) da Mãe (Matéria) – rezam os Comentários manuscritos aos quais teve acesso a autora; e estes documentos contêm explicações que mostram ser errônea a teoria moderna [em 1888] da extinção dos fogos solares em conseqüência da perda de calor pela radiação. A hipótese é falsa (…) “ao perder calor um corpo gasoso se contrai, e o calor produzido pela contração ultrapassa o que ele perde ao contrair-se” (BLAVATSKY Apud NEWCOMB, 2000 – p. 139)

SISTEMA SOLAR

A Doutrina Oculta rejeita a hipótese, nascida da teoria nebular, de que os (sete) grandes planetas são oriundos da massa central do Sol, deste nosso Sol visível, pelo menos. É certo que a primeira condensação da matéria cósmica se processou em torno de um núcleo central, o seu Sol-pai; mas, de acordo com o ensinamento, o nosso sol apenas se desprendeu antes dos demais [astros do nosso sistema] … sendo por isso o “irmão” maior que os outros, e não seu “pai”. (p. 153)

(…) os planetas eram todos cometas e sóis em sua origem. Eles evolucionaram do Caos primitivo para a vida manvatárica mediante a agregação e acumulação da Matéria eterna (…) Assim os Filhos da Luz se revestem com o tecido das Trevas. (p. 154)

Todos os mundos, estrelas e planetas, etc., (…) foram primeiramente cometas e depois sóis, esfriando a seguir e convertendo-se em mundos habitáveis. (p. 241)

Nascido nos abismos insondáveis do Espaço, do elemento homogêneo chamado Alma do Mundo, cada núcleo de matéria cósmica, lançado subitamente à existência, inicia sua vida nas circunstâncias mais hostis. (…) Corre em círculos (…) dirige-se para algum ponto ou entro que o atrai (…) Muitos desses núcleos sucumbem, desintegrando-se no meio de outras massas mais fortes, e, se nasceram dentro de um sistema planetário, desaparecem tragados pelos ventres insaciáveis dos sóis. (DZYAN Apud BLAVATSKY, 2000 – p. 242)

FOHAT

O “Torvelinho de Fogo” é a poeira cósmica incandescente. (…) Contudo, esta poeira cósmica é alguma coisa a mais: porque cada átomo do Universo traz em si a potencialidade de sua própria consciência, e, em última análise, como as Mônadas de Leibnitz, é um Universo em si mesmo e por si mesmo. É um átomo e um anjo… (p. 157) Fohat é uma coisa no Universo manifestado, e outra coisa no Mundo fenomenal e cósmico. Neste último, ele é aquele poder oculto, elétrico e vital que, sob a Vontade do Logos Criador, une e relaciona todas as formas, dando-lhes o primeiro impulso (…) força que une os átomos elementais e faz com que se aglutinem e se combinem entre si. (p. 159)

COMENTÁRIO: Fohat é descrito como uma espécie de força catalisadora cuja influência ou presença “veloz” desencadeia a formação dos corpos siderais – estrelas, planetas. Fohat é um “corcel” cujo condutor é o Pensamento. Sua passagem, através das “nuvens de fogo”, ou seja, através da poeira cósmica, reúne as “Centelhas” inumeráveis, os átomos, as partículas e subpartículas. Fohat, uma força inteligente, produz os “Torvelinhos de Fogo”, reunindo matéria atômica e subatômica às quais imprime movimento giratório produzindo a densificação da matéria em substâncias.

(…) cada mundo tem seu Fohat. (…) Existem (…) tantos Fohats quanto são os mundos, e cada um deles varia em poder e grau de manifestação. (…) Está escrito que milhões e milhões de mundos são produzidos em cada Manvatara. (p. 188) É Fohat quem guia a transferência dos princípios de um a outro planeta, de um astro ao seu astro-filho. Quando um planeta morre, seus princípios essenciais são transferidos a um centro Laya ou de repouso, cuja energia potencial, latente até então, desperta para a vida, principiando a desenvolver-se em um novo corpo sideral. (p. 191)

ELETRICIDADE

Eletricidade é matéria. (…) Podem-se dar à Eletricidade os nomes mais cômodos de “Força” ou “Energia” (…) mas a Eletricidade não é outra coisa senão matéria, tal como o Éter, por também ser atômica. A Eletricidade é “imaterial” no sentido de que as suas moléculas não são suscetíveis de percepção ou experiência (…) O matemático Maxwell, uma das maiores autoridades de eletricidade e fenômenos elétricos disse há alguns anos que a eletricidade é matéria, e não simplesmente movimento. “Se aceitarmos a hipótese de que as substâncias elementares são compostas de átomos, não poderemos evitar a conclusão de que a Eletricidade, positiva ou negativa, se divida também em partículas elementares definidas, que se comportam como átomos elétricos.” (HELMHOLTZ, 1881. Faraday lectures.) Nós vamos ainda mais longe, e sustentamos que a Eletricidade não só é Substância mas a emanação de uma entidade… (p. 161)

ESFERA: FORMA PRIMORDIAL

(…) a forma primordial de cada coisa manifestada, desde o átomo ao planeta, é esferoidal, sendo a esfera, em todas as nações, o símbolo da eternidade e do infinito, uma serpente que morde a própria cauda. (p. 124)

Um dos princípios fundamentais da Teogonia esotérica é que, durante os Kalpas (ou Evos) de Vida, o Movimento – que nos períodos de repouso “pulsa e vibra através da cada átomo adormecido” – adquire uma tendência para o movimento circular (…) A lei do movimento rotatório na matéria primordial é uma das mais antigas concepções da filosofia (…) Leucipo e Demócrito de Adbera – discípulo dos Magos – ensinaram que o movimento giratório dos átomos e das esferas existiu desde a eternidade. Hicetas, Heráclides, Ecfanto, Pitágoras e todos os seus discípulos ensinaram a rotação da Terra; e Ariabhata da Índia, Aristarco, Seleuco e Arquimedes calcularam sua revolução tão cientificamente como o fazem hoje os astrônomos; e a teoria dos vórtices Elementais era conhecida de Anaxágoras, que a sustentava, 500 anos antes de nossa era, isto é, quase 2.000 anos antes que fosse admitida por Galileu, Descartes, Swedenborg… (p. 167)

LUA

A Lua está morta apenas no que respeita aos seus “princípios” internos – isto é, psiquicamente e espiritualmente, por absurda que pareça esta afirmativa. Fisicamente, assemelha-se a um corpo paralisado pela metade. A ela, o Ocultismo faz referência como a “Mãe Insana”, a grande lunática sideral. (p. 193, NOTA 17)

COMENTÁRIO: Ensina a Teosofia que a Lua, embora seja considerada pela ciência “oficial” como mero satélite da Terra, na verdade, é um PLANETA moribundo pertencente à sua própria Cadeia Planetária, que pode ser chamada de Cadeia LUNAR Planetária, uma Cadeia Planetária mais antiga que a Cadeia Planetária à qual pertence a Terra. A Cadeia Terrestre é FILHA da Cadeia lunar e os sete planetas da Cadeia Terrestre são os sete filhos dos planetas lunares já em estágio de decadência. A Lua, sendo o 4º PLANETA de sua cadeia, estando quase morta, envia seu alento de vida ao Laya (centro potencial formador) da 4ª Terra, esta que conhecemos e, assim, a Terra é filha da Lua ou sua reencarnação: “… a Lua, enviando toda sua vida, energia e poderes ao Globo mais baixo de nossa Cadeia Planetária (…), nossa Terra”, tornou-se virtualmente um “planeta morto, no qual a rotação quase cessou, após o nascimento do nosso Globo. (…) A Lua (…) deu tudo à Terra exceto seu cadáver.” E antes que a Terra “chegue à sua Sétima Ronda, sua mãe, a Lua, ter-se-á dissolvido no ar sutil … ” (BLAVATSKY, 2000 – p. 199)

 
São 7 as Regiões Ontológicas do Universo. De acordo com graus de densidade e diferenciação da Matéria, estas Regiões são entendidas como SUPERIORES, as 3 mais sutis; e INFERIORES, as 4 Regiões que abrigam as Cadeias Planetárias setenárias. O diagrama mostra a posição da Terra e da Lua. Em suas respectivas Cadeias, ocupam o lugar de 4º Globo, o mais denso da seqüencia que varia em sentido circular de forma que, em termos de sutileza de matéria, o Globo I é tão etéreo quanto o GLOBO 7. Vemos que a Terra está num ponto de virada, entre a brutalidade e a retomada da sutileza. Aos 7 PLANOS também correspondem: os 7 sentidos do Homem e os 7 estados de consciência sendo que, cada estado de consciência, oferece um tipo diferente de percepção. Assim, somente com os 7 sentidos ativos pode o Homem perceber a realidade das 3 Regiões superiores do seu próprio SER, além dos estados usuais de vigília e sono. (diagrama adaptado de figura contida em A doutrina secreta, v. I – p. 239)

 

PRALAYA PLANETÁRIO

O Ocultismo divide os períodos de repouso (Pralaya) em várias classes: há o Pralaya individual de cada Globo, que se dá quando a humanidade e a vida passam ao Globo seguinte (o que determina a existência de sete Pralayas menores em cada Ronda); o Pralaya planetário, quando se completam as sete Rondas, o Pralaya Solar, quando todo o sistema chega ao seu fim; e por último o Pralaya Universal, Mahâ ou Brahma Pralaya, que sobrevém ao terminar a Idade de Brahma. São estes os principais Pralayas ou “períodos de destruição”. Há também diversos Pralayas menores… (p. 215, NOTA 50)

VIDA E OUTROS PLANETAS

A negativa em admitir que em todo o Sistema Solar possam existir outros seres humanos racionais e inteligentes, além de nós mesmos, constitui a maior das presunções de nossa época. (… a Ciência (…) não pode negar em termos categóricos, a possibilidade de que existam outros mundos dentro do Orbe, sob condições inteiramente diversas das constituem a natureza do nossos (… SOBRE A COMUNICAÇÃO ENTRE OS MUNDOS) O maior dos filósofos europeus, Emmanuel Kant, afirma que tal comunicação não é de modo algum impossível.

“Confesso – diz ele – que me sinto fortemente inclinado a afirmar a existência de naturezas imateriais neste mundo, e a colocar minha própria alma na categoria destes seres. Um dia, não sei quando nem como, há de provar-se que a alma humana, mesmo nesta vida, está indissoluvelmente ligada a todas as naturezas imateriais do mundo espiritual, e que atua sobre elas e delas recebe impressões.” (MASSEY Apud KANT. Traume eines geistershers. BLAVATSKY, 2000 – p. 180)

CADEIAS DE MUNDOS

(…) a eterna Lei Una desenvolve todas as coisas, na Natureza (…) sobre a base de um princípio sétuplo; e este princípio rege as inumeráveis Cadeias circulares de Mundos, compostas de sete Globos (…) Destes sete Globos, um somente, o inferior e o mais material de todos, se acha no nosso plano ou ao alcance dos nossos meios de percepção; os outros seis estão fora deste plano, sendo portanto invisíveis ao olho terrestre. Cada uma das Cadeias de Mundos é o produto e a criação de outra, inferior e morta; é sua reencarnação … (p. 196)

Diz-se ainda que as Cadeias Planetárias têm seus Dias e suas Noites, isto é, períodos de atividade ou vida e períodos de inércia ou morte; e que se comportam no céu como os homens na Terra; que engendram Cadeias semelhantes. Envelhecem e se extinguem fisicamente, sobrevindo na progênie seus princípios espirituais. (p. 199)

COMENTÁRIO : Cada um dos planetas é ontologicamente setenário ou seja, cada um faz parte de uma cadeia de sete planetas. Os planetas que são visíveis para os habitantes da Terra, independente da Cadeia Planetária a que pertençam, estão no mesmo “plano de existência material” da Terra. Segundo os ensinamentos, entre os planetas do Sistema Solar ao qual pertence a Terra, “apenas sete são sagrados, por serem regidos pelos Deuses ou Regentes mais elevados. (…) Nos Livros Secretos, são mencionados muito mais planetas que nas obras astronômicas modernas.” Planetas como a Terra, Mercúrio, Vênus, Júpiter, Marte, Saturno, etc. Possuem “companheiros”, como uma família de cada um. Tais planetas são “Globos superiores” e “estão em planos inteiramente inacessíveis aos nossos sentidos terrestres”. O princípio setenário também prevalece na gradação dos estados existenciais dos seres no universo. São sete estados de consciência, 3 superiores e quatro inferiores. Os sete planetas das cadeias Planetárias objetivas existem no plano dos quatro estados de ser e estar inferiores. Aos estados de consciência, relacionam-se os sete princípios constitutivos do homem. Os três planos superiores são numênicos, arquetípicos e os que abrigam a matéria mais sutil. (BLAVATSKY, 2000 – p. 196-197)

 

O HOMEM

A EXPERIÊNCIA HUMANA

Ensina a Doutrina que, para chegarem a Deuses, divinos e plenamente conscientes, as Inteligências Espirituais Primárias (inclusive as mais elevadas) têm que passar pela fase humana. (…) Hegel (…) disse que o Inconsciente fez evolucionar o Universo “com esperança de adquirir clara consciência de si mesmo”, ou, por outras palavras, de se tornar Homem. (…) Da mesma ordem de idéias é o sentido secreto da frase cabalística: “O Sopro torna-se pedra; a pedra converte-se em planta; a planta em animal; o animal em homem; o homem em espírito; e o espírito em um deus.” Os Filhos nascidos da Mente, os Rishis, os Construtores, etc., foram todos os homens, quaisquer tenham sido suas formas e aspectos em outros mundos e nos Manvataras precedentes. (p. 157)

5º ELEMENTO

(…) as forças da natureza física são sete (…) a capacidade de percepção existe sob sete diferentes aspectos, que correspondem a outras tantas condições da matéria (…) assim como o ser humano se compõe de sete princípios, assim também a matéria diferenciada do sistema solar existe em sete condições diferentes (Five years of Theosofy: artigo Deus pessoal e impessoal, p. 200. BLAVATSKY, 2000 – p. 184)

(NA TERRA destes sete elementos…) quatro se acham atualmente manifestados em sua plenitude, enquanto o quinto, o Éter, só o está em parte; como chegamos apenas à Segunda metade da Quarta Ronda, o quinto Elemento (ÉTER) não deverá manifestar-se plenamente senão na Quinta Ronda … (p. 185)

PRINCÍPIO SETENÁRIO 

Tudo, no Universo metafísico como no Universo físico, é setenário. Atribuem-se, por isso, a cada corpo sideral, a cada planeta, visível ou invisível, seis Globos companheiros. A evolução da vida se efetua, nestes sete Globos ou corpos, do primeiro ao sétimo, em Sete Rondas ou Ciclos. (p. 202)

[OS GLOBOS COMPANHEIROS DA TERRA…] estão em COADUNAÇÃO, mas não em CONSUBSTANCIALIDADE, com a nossa Terra, e pertencem, portanto, a outro estado de consciência. O nosso planeta (como todos os que vemos) está adaptado à condição peculiar de seus habitantes humanos, condição que nos permite contemplar com a vista ordinária os corpos siderais que se encontram em coessência com o nosso plano e a nossa substância terrestre. [PARA QUE SE PUDESSE PERCEBER OS PLANETAS DOS OUTROS PLANOS SERIA NECESSÁRIO …] afastar todas as nuvens de matéria astral que se interpõem entre [ESTE PLANO E OS OUTROS PLANOS… (p. 209)

SETE ESTADOS DE CONSCIÊNCIA

O “Sono sem Sonhos” é um dos sete estados de consciência conhecidos no esoterismo oriental. Em cada um desses estados entra em ação uma parte distinta da mente; ou, como diria um vedantino, o indivíduo é consciente em um plano diferente do seu ser. (p. 110)

SETE SENTIDOS DO HOMEM 

(…) existem sete sentidos no homem (…) o olfato, a vista, o tato, o paladar, audição (…) a mente e o entendimento. (p. 148)

SETE PRINCÍPIOS HUMANOS 

Os sete princípios humanos, de acordo com o Budismo Esotérico (p.198/201):

1º Âtma
2º Buddhi (ALMA ESPIRITUAL, veículo do espírito)
3º Manas (ALMA HUMANA, a mente inteligente, Ego espiritual)
4º Kama Rûpa (VEÍCULO DOS DESEJOS E PAIXÕES)
5º Prana (PRINCÍPIO DE VIDA, ANIMA, PRINCÍPIO VITAL)
6º Linga Sharira (CORPO ASTRAL, ou duplo, fantasma)
7º Sthúla Sharira (CORPO FÍSICO)

 

 

H. P. Blavatsky
A Doutrina Secreta, v. III
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