Desde os primórdios dos tempos os mestres têm aberto os caminhos da
humanidade.
Não se trata exatamente de um favor direto, mas de um serviço até algo
incidental. Ocorre que a hierarquia dos seres mais elevados é uma realidade
precursora. No começo eram os xamãs, depois os seres iluminados e os avatares.
Ao desbravarem suas sendas, estes reinos preparam os caminhos do humano,
sempre confundindo-se com este e, ao mesmo tempo, mantendo uma relação
complementar.
No ápice deste processo, se gerou realidades tão grandiosas como a da
intercessão divina, pela qual verdadeiras massas humanas podem seguir evoluindo
através das idades graças a vínculos cármicos positivos estabelecidos.
Houve também momento conflituosos, especialmente quando grupos humanos
focalizados no poder e na magia, tentaram usurpar e substituir o papel meramente
aconselhador da verdadeira Hierarquia, para tentar forjar direitos divinos
temporais diretos.
Não obstante, as idades superiores do mundo se edificam exatamente pela
capacidade humana de ouvir o conselho superior trazido pelos profetas em
mensageiros divinos em geral.
Importante é dizer que os mestres e os deuses foram homens de início, mas
alguma coisa os levou para além dos limites humanos. Até por isto, neste plano,
também existe uma profunda e necessária interpenetração, constituindo a
conhecida relação mestre-discípulo. Esta cadeia é vital para o planeta, e
permite os elos de ascensão e descenso que geram a continuidade dos mundos.
Nisto, surge na cadeia sucessória a grande oportunidade para o que buscam a
evolução e maiores responsabilidades, sabendo que as oportunidades são sempre
raras neste plano. Certas escolas dizem inclusive que há uma energia limitada na
Terra para despender com processos espirituais, o que se pode entender de várias
formas.
O fato é que a ascensão de um mestre determina a necessidade de ocupação por
algum discípulo do espaço deixado pelo mestre. Hierarcas por vezes assumem
tarefas temporárias como forma de dar início a algo ou deixar bases
estabelecidas. Chega no entanto sem tardança o momento em que, nas suas
dinâmicas trajetórias, devem assumir novas tarefas, a fim de dar novos e maiores
impulsos às coisas, e aquilo que terão começado será naturalmente conectado ao
novo momento, especialmente através dos atos dos discípulos, seguidores e
simpatizantes de seus elevados Atos.
Assim se faz a escalada eterna da vida, assim se tece o elo infinito do
espírito.
Luís A. W. Salvi