Os Homens que ainda vivem no século 17

Os prospectos turísticos se limitam a apresentar os amish como uma estranha colônia de 20 mil pessoas que vivem na Pensilvânia como viviam há séculos, um grupo saído da história que permite ao turista de hoje imaginar os Estados Unidos conformistas descritos por Tocqueville. 

Para a fria observação do sociólogo, trata se de um exemplo   caso único no mundo ocidental   da sobrevivência de uma cultura sólida, fechada em si mesma, em meio a uma sociedade que se encontra na era nuclear.

Discípulos de um bispo menonita suíço dissidente, Jacob Amman, os amish chegaram aos Estados Unidos no final do século 17, fugindo das perseguições religiosas europeias. 
 

 

Jacob Amman

Depois penetraram na Pensilvânia, parte do Meio Oeste a Ontário (Canadá). Dos 20 mil amish que existem atualmente, 17 mil residem na Pensilvânia.

De tradição anabatista, crêem no batismo na idade adulta e vivem sua vida estritamente de acordo com a Bíblia   como a Bíblia não fala em tratores, eles não usam tratores, e assim por diante. 
 

 

Em pleno coração do “reino do consumo” que são os Estados Unidos, os amish desprezam os valores materiais e vivem na mais absoluta austeridade. Exceto nos dias de festa, vestem se todos de preto, até as crianças.

Qual o segredo da sobrevivência dessa microssociedade no seio da macrossociedade norte americana? Um deles é a rigidez da educação das crianças e dos adolescentes. Os filhos dos amish freqüentam uma escola exclusiva deles, onde não há distinção de nível   todos os alunos ficam numa mesma sala, aprendendo tudo ao mesmo tempo, desde o abc, para os que estão sendo alfabetizados, até matérias mais adiantadas, para os mais velhos. Depois de oito anos desse aprendizado, eles vão para o campo.
 

 

Entre os amish não há drogas nem bebedeiras nem crimes. E eles têm fé suficiente para crer que sua estrutura de vida não será modificada. Seu crescimento está garantido por uma taxa de natalidade relativamente alta; e sua estabilidade é mantida pelo controle às novas gerações. Praticamente, seu modo de vida funciona: registram se muito poucas deserções e a comunidade se mantém próspera. Isto é, próspera em termos amish…
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Equipe Planeta
filipeta