imageADEÀs vezes, só há uma palavra que é necessário escrever

por: Rosana Madhana Mohana

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O silêncio é aquela expansão infinita na qual o não-ser e o ser passa a não-ser. É aquele vácuo pavoroso onde todo o som  nasce e é abafado;onde toda a forma é moldada e esmagada;onde toda personalidade é criada e esmagada;onde todo o ser é elevado e abatido;em que nada é mais do que isto.

A não ser que atravesseis esse vácuo e essa expansão em contemplação silenciosa,não sabereis quão real é vosso ser, nem quão  irreal o não ser. Nem sabereis  quão ligada está vossa realidade com toda a realidade.

É nesse silêncio que espero que vagueis, para que possais abandonar vossa pele velha e apertada, e possais andar sem grilhões, irrestritos.

Para ele almejo que leveis vossos cuidados, receios, paixões e desejos, vossa inveja e vossas luxúrias,para que os possais ver desaparecer um a um, libertando, assim, vossos ouvidos de seus gritos incessantes e livrando vossos flancos da dor de suas afiadas esporas…

Ao pensar no silêncio paciente da galinha que choca, e não, o impaciente cacarejar de sua irmã que bota. Aquela mantém-se quieta durante vinte e um dias e espera em silenciosa confiança que a mão mística realize o milagre debaixo de seu fofo peito e de suas macias asas. A outra salta do ninho cacareja loucamente, anunciando que pôs um ovo.

Cuidado com a glória cacarejante, amados. Assim como silenciais vossas vergonhas, silenciais também vossas glórias, pois a glória cacarejante é pior do que a iniquidade muda.

Como é difícil dizer a palavra que realmente deve ser dita.

Em cada mil palavras que se escrevem, às vezes, só há uma, unicamente uma, que verdadeiramente é necessário escrever. As restantes são somente letras mortas, desperdiçados minutos aos quais se deu pés de chumbo em vez de asas de Luz.

Como é difícil amigos amados! Sem o bom silêncio, escrever a palavra que realmente deve ser escrita.

 

Rosana Madhana Mohana
Sou mística, yogin, cabalísta. Natureba sem ser ecochata. 
Ariana, sensível, impulsiva, apaixonada pela vida. 
Se um dia eu crescer, quero ser Hippie! 
Quero viver no mato, andando na grama de pés descalços, 
subindo em árvores, colhendo flores, cultivando ervas medicinais, 
brincando com os animais, conversando com as fadas, elfos, gnomos e duendes; 
quero dançar para Krishna; tomar banho de sol e de cachoeira, 
assistir o pôr do sol na montanha, caçando lua em noite estrelada.
E quando eu quiser fazer minhas escolhas, apenas ouvirei o pulsar do meu coração

filipeta
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