A Cura Pela Paz

Texto por: R. W. Trine

Imagens: Rita Tate Mccrorylite

  Este é um texto antigo que, nos dias cobertos de violência que vivemos, torna-se de impressionante atualidade.
    Ele tem uma linguagem que talvez, para bem poder compreendê-lo, por vezes, será necessário o uso de um dicionário. Mas, vale o esforço, sua beleza impressiona e suas palavras calam fundo na alma.

 Em Harmonia Com O Infinito

     Os primeiros cristãos tinham a faculdade de curar e esta prática constituía uma parte de suas boas obras.

    E porque não havemos de ter nós, hoje,. este poder como eles o tiveram então? São distintas, por acaso, as leis? São idênticas. Porque, pois? Simplesmente porque, com raras e esporádicas exceções, somos incapazes de decifrar a letra da lei, e de compreender seu vivificante espírito e sua verdadeira força.

    Vemos hoje, e, o mesmo sucedeu em tempos passados, que todos os males, com os seus conseqüentes sofrimentos; provém de uma perturbação da mente e dos estados emotivos. Qualquer coisa em que fixemos o nosso pensamentos exerce com maior intensidade sua influência sobre nos.

    Se a temermos ou se a repugnarmos, produzirá efeitos nocivos ou desastrosos. Se nos pomos em harmonia com ela por meio de tranqüilo reconhecimento e da intensa aprovação de nossa superioridade com respeito a ela, à medida que sejamos capazes de alcançá-la, conseguiremos que não acarrete dano algum sobre nós.

    Nenhum mal poderá fixar-se em nosso corpo, ou manter-se nele, a não ser que encontre algo que lhe corresponda e facilite a sua ação. E da mesma forma, nenhum dano ou condição nociva, de qualquer espécie que seja, poderá infeccionar a nossa vida, a menos que já exista algo que o solicite e torne possível a sua maléfica influência.

    A síntese da vida humana é causa e efeito; nada existe por casualidade nela, nem tampouco no universo inteiro.

    O que se põe em contato com a nossa vida nos repugna? O que se deve fazer então é não perder tempo em porfias com o imaginário fado, e sim olhar para o nosso interior e remover as forças operantes a fim de que chegue a nós o que desejamos que chegue… Isso não só é certo pelo que se refere ao corpo físico, como também em todos os aspectos e condições da vida. Nós convidamos a tudo o que em nosso ser penetre; se assim, porém, não fizermos, não poderá nem quererá penetrar. À primeira vista é, indubitavelmente, muito difícil de crer e, ainda mais, de experimentar esta afirmação; porém, á medida que, sobre isso se medite com sinceridade, e sem nuvens no entendimento, estudando a sutil e serena operação das forças mentais até notar os seus efeitos no interior e em torno do nosso ser, chegaremos a compreende-lo fácil e evidentemente.

    E toda e qualquer coisa, então, que nos afete ficará sujeita, ás condições em que o nosso estado mental a receba.

    Molesta-nos uma tal ou qual circunstância ou condições? É porque assim o quereis e assim o permitis. Haveis nascido para ter absoluto alvedrio no domínio de vós mesmos; se voluntariamente, porém, abdicais desta faculdade em favor de algum agente estranho, então, por natural razão, este será o monarca e vós o súdito.

    Para viverdes tranqüilos deveis procurar primeiramente o vosso centro próprio, manter-vos firme nele, governar o mundo desde o vosso interior.

Procurai o vosso centro e vivei nele, sem o ceder a pessoa ou coisa alguma. À medida que isto logrardes, mais firmes vos mantereis. E como pode alguém achar o seu centro? Realizando a sua unidade com o Poder Infinito e vivendo continuamente nesta relação.

    Porém, se não sabeis governar desde o vosso próprio centro, se revestis isto ou aquilo com o poder de acarretar-vos moléstias, dano ou desgraça, então recebei o que vos acarrete e não injurieis a eterna bondade e beneficência de todas as coisas.

    Colhe-se o que se semeia e cada semente produz os mesmos frutos. Não somente podemos matar o próximo ferindo-o em seu corpo, senão com pensamentos agressivos; e ao passo que matamos, nos suicidamos. Alguém enfermou, pelo motivo de terem convergido para ele os pensamentos homicidas de uma pessoa, e houve quem morresse em consequência disto. Que o amor seja o senhor do mundo, e o mundo chegará a ser um céu com todas as glórias e formosuras.