IndianEagleHorsebuffalomanysprit-1Era uma vez um guerreiro… nascera há muitas luas, num lugar distante.
Vezes sem contar, seu corpo adormeceu no chão de terra e a alma voou para o país das estrelas.
Visitou muitas tribos, teve diversas caras, muitas mulheres e muitos filhos.
Águia Veloz – esse era seu nome – aprendeu muitas coisas em cada vida que teve.
Foi guerreiro, conquistador, matando muitos inimigos em duras batalhas.
Foi xamã e aprendeu a ouvir os espíritos e dançar com eles.
Em outras ocasiões, o Grande Espírito mandou-o voltar à terra como escravo para que dobrasse seu orgulho e altivez, aprendendo assim a grandeza de ser pequeno.
Gostava de andar explorando a terra, sentindo o cheiro do campo molhado pela chuva, percebendo a brisa em seu rosto…
Passava horas contemplando o sol indo embora ou dormia com a lua em noites de paz e quietude.
Certa feita, Águia Veloz estava cansado e queria repousar, mas não achava onde deitar sua cabeça.
Caminhando pela mata, descobriu um lugar que nunca tinha visto.
Em meio a árvores acolhedoras, um riacho brincalhão serpenteava seus braços, transformando-se logo adiante em formosa lagoa.
Sem pensar, o guerreiro atirou-se em direção às águas cristalinas!
Nadou e riu como um menino livre…
Depois de algum tempo nessa brincadeira, deitou-se na relva macia e acabou tendo um lindo sonho, onde se viu sendo levado a um velho xamã que meio à fumaça de seu cachimbo, falou em tom paternal:
“- Águia Veloz, seus mestres vêm lhe acompanhando há muitas luas, percebendo seus esforços e lutas.
Dizem que está na hora de reencontrar velha companheira do coração!
55e53b77bd8602_largeO amor do Grande Espírito é o amor que une vocês.
Cada um viajou por várias tribos e viveu muitas vidas…
Agora é chegado o momento de se unirem na nova estrada que amanhece…
Vá e abrace essa alma querida!”
As palavras do xamã ainda estavam em seus ouvidos quando o índio abriu os olhos e viu, bem à sua frente, radiosa e bela, uma pequena flor, cujo perfume imediatamente lhe penetrou a alma.
Instintivamente, seus lábios encontraram as pétalas delicadas num beijo de ternura e felicidade!
Nesse instante, as entranhas da terra começaram a tremer e a pequena flor transformou-se numa linda índia de cabelos negros e olhos travessos!
Os sorrisos se misturaram na fusão daquelas duas almas!
Trazendo num gesto suave as pequenas mãos da índia bem junto ao peito, Águia Veloz falou em tom solene:
” – Quis o grande Espírito que nossos caminhos se cruzassem e eu te desse o nome de Pequena Flor!
E agora te convido para ser minha companheira pelos caminhos da terra”.
A índia apenas sorriu e os dois saíram a passear entre as estrelas, testemunhas silenciosas daquele imenso amor..

Luiz Sérgio Gomes
Livro: A Pequena Flor
Editora Petit

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