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por Marcos Torrigo

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Comungo da idéia cada vez mais fortemente aceita entre os cientistas e também professada pelas grandes sabedorias ancestrais, de que o Universo se comporta como um gigantesco holograma, no qual cada uma de suas partes traz em si uma imagem do todo. Entendo assim que uma das melhores maneiras de explorá lo seja abraçar o caminho do auto-conhecimento.

Às vezes, em minhas reflexões, pergunto me diante do abismo: “Quem somos nós?” ou, “Qual o nosso papel neste mundo? Há um sentido maior em estarmos vivos?”. Escuto apenas meu eco reverberando as respostas, a sinto como se entrasse num labirinto de espelhos. Nessas horas, ocorre me a frase do mago Aleister Crowley: “O Universo é um espelho”; e o que vemos é o nosso reflexo. O leitor pode aqui se perguntar: “Então nunca conhecerei a Verdade?”. A mais sincera resposta é admitir socraticamente “não sei”. Sabemos muito pouco acerca dos mistérios da vida. Gosto de dizer que “o Universo é imutável em suas mutações”.

Como hologramas que somos do Universo, nós também vivemos em constante mutação a as nossas verdades sofrem o mesmo processo. Sempre percebemos o mundo através de nossa ótica; somos “editores do real”. Afinal, o mundo visto pelos meus olhos é diferente daquele percebido por um índio ou por uma abelha.

Muitas pessoas têm uma visão estática e a estas pode soar desalentador ou mesmo aterrador que a vida seja um eterno devir, um “vir a ser”. Mas, basta aceitarmos esse fato e imediatamente a vida cria milhares de possibilidades, transformando todos os seres vivos em artistas da Criação, que deixa de ser algo impessoal acontecido lá atrás, no Big Bang, senão algo que continua acontecendo
a todo instante, em todas as dimensões possíveis a especialmente em cada um de nós.

A mecânica quântica não aceita aquele Universo comportado dentro dos limites cartesianos, mas o percebe como um corpo vivo a coeso, em que as infinitas relações entre seus componentes fazem brotar a realidade.

Esta fabulosa interconexão dá um sentido unitivo e mutável àquilo que entendemos por “mundo real”. A física moderna demonstra que o observador se torna parte de seus experimentos, interage com eles, altera seus resultados. Isso quer dizer que nossa consciência influencia os aspectos da realidade.

As perspectivas abertas por essa descoberta são incríveis. Uma delas nos ensina que o contrário de uma verdade não é necessariamente uma mentira, pode ser outra verdade. Com base nisso, grande parte dos físicos quânticos não acredita na existência objetiva da realidade. Afinal, o Universo não existiria sem um observador, mesmo porque ele seria resultado da soma dos vários universos, construídos pela interação de milhares de fatores. Algo como uma grande teia tecida pela aranha do destino, em que cada fio está interligado a todos os outros. Quando um deles é tocado, a impressão é passada ao conjunto, e qualquer mudança reverbera na teia inteira.

Ter consciência disso é criar nosso próprio universo holográfico, qual uma dança em que cada um interage com o outro a com o Universo. Dançando a dança da vida, criamos assim um novo espaço a realidade, que é muito maior que a mera soma das partes. Quem sabe seja por isso que não devamos crer num Deus que não saiba dançar, como disse o filósofo. E nessa jornada infinita e bela, cujo navegar nos pede que nos orientemos pelas estrelas, devemos saber que elas, entretanto, nunca são alcançadas, mas isso não importa. A travessia dos oceanos da consciência e do espaço tempo vale por si mesma!  

 

Autor Marcos Torrigo
Editor, escritor do livro Universo Holográfico
Extraído da Revista Nova Consciência, número 4
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