vovoNa enfermaria do hospital, numa ordinária manhã de Novembro, meu doce octogenário pai pega em seus braços a netinha recém nascida pela primeira vez. Apenas por um momento, mas tempo suficiente para surgirem universos.

“Quem é você?” Perguntam um ao outro, sem palavras, e nenhuma resposta vem, talvez nem seja necessário. Ele apenas a segura nos braços, tal como foi segurado há muito tempo atrás, e ele sorri, e ele pronuncia palavras cheias de doçura, de esperança, e faz uma prece para que ela tenha uma boa vida, e se esquece da transitoriedade das coisas e da luta do seu terno coração. Conforme a memória do meu pai vai se desvanecendo, ele descansa cada vez mais em sua verdadeira casa, e aqui, à beira do mundo, eles se encontram. E embora pareçam tão diferentes, podem sentir a presença vida um do outro.

O amor é tudo o que importa, os amigos, tudo aquilo que sempre importou, e seríamos tolos em pensar o contrário. Pais, netos, nascimento e morte das estrelas, pais maravilhados por se depararem com alguém tão especial, corações partidos, memórias desvanecendo, separação, união, o mundo girando com alegria em seu próprio eixo, e como eu sempre digo, apenas o amor pode reciclar a si mesmo.”

~ Jeff Foster
(tradução: Chris M. – Dharmani)

filipeta
Culpa livre
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