alexandrita

Estava pesquisando na Internete sobre Alexandrita, uma pedra que é minha paixão e me perguntei por que gostava tanto dela. É linda, mas existem outras tão lindas, o que a torna importante para mim? Pensei sobre sua coloração diferente, o fato de ter a capacidade de transmutar sua cor conforme a luz que incide sobre ela, o fato das duas cores que ela mostra em momentos diferentes, verde-vermelho, serem representativas da energia e condensação, pensei sobre a aura misteriosa de cura e afeto que a envolve, a lembrança emocional que ela me traz. 

           Quando falo em “valor de pedra”, certamente todos pensam em “pedras preciosas” porque são as mais valiosas, financeiramente falando, são lindas e… raras… 

     O valor da pedra é decidido pela sua perfeição matemática, sua ausência de impurezas, seu brilho, sua composição e por sua raridade.

     Uma “pedra preciosa” nasce preciosa e desabrocha seu potencial depois de sofrer o processo da lapidação, que a fere e corta partes suas para que a beleza apareça em todo seu esplendor.  A beleza revelada vai depender da qualidade da pedra e da lapidação feita. 
 

     Às vezes, este processo tira a capacidade da pedra armazenar em si mais energia e “devolver” essa energia acumulada, tornando-a bonita mas… estéril. Outras vezes, esta beleza interna é tão grande que, quando lapidada, ela revela luz e essa luz é tão linda que desperta a energia do amor no coração das pessoas.

      Algumas pedras não nascem tão diferentes e nem tão lindas assim, mas são difíceis de se encontrar e a raridade as torna muito valiosas. Algumas, tem um valor inestimável por serem únicas. 

     Uma vez, uma paciente nova tirou de sua bolsa um saquinho de veludo e dele uma pedra, me mostrou e disse ser seu bem mais precioso. Eu vi uma pedra cinza, sem graça, dessas usadas em construção e perguntei a ela porque valia tanto, talvez fosse uma ignorância minha a respeito de pedras. Então ela me contou que uma pessoa muito amada tinha dado a ela, numa situação muito especial, dias antes de sua partida. Nesse momento compreendi como o valor é relativo. Essa pedra realmente era única e o valor dela é incalculável – eu poderia propor sua troca pelo diamante mais lindo e sei que ela nunca trocaria – aquela pedra nenhum dinheiro compraria ou se interessaria por comprar – e percebi que toda pedra é única, assim como a impressão digital, não existem duas iguais, parecidas sim, iguais não – o que, então, as torna valiosas? 

     Todas as coisas possuem um valor material e um valor pessoal – o valor de “mercado” é calculável, discutível, negociável e o valor de “estima pessoal” não tem acordo, não é vendido nem trocado.

     Quando uma pessoa toca um objeto, confere a ele um valor energético – quando o toca de maneira especial, num momento especial – confere a ele um valor diferente, único. 
 

     Uma pessoa e uma pedra, podem ser semelhantes a milhares de outras, mais ou menos bonitas, em síntese, simplesmente um receptáculo e um transmissor de energia – o que a torna realmente únicas é o “toque”.

     Você já pensou o que significa “tocar” uma pessoa, seja física, emocional ou intelectualmente?  Você estará transmitindo sua energia que será armazenada e re-transmitida a outras pessoas que também serão tocadas por esta e que serão tocadas……… por aí vai.

     Tocar alguém é uma responsabilidade imensa e uma oportunidade fantástica, é torná-la diferente e única, é torná-la valiosa.

     Nunca perca a oportunidade de “tocar” com consciência e amor tudo que esteja a seu alcance, seja pessoa ou objeto. Se você tiver um filho, torne-o valioso. Se você tiver um amigo, torne-o valioso. Se você tiver uma pedra, torne-a valiosa. 

     Você estará iniciando um processo que poderá transformar o mundo.

“Sonho que se sonha só, 
é só um sonho que se sonha só…
Sonho que se sonha junto é realidade.”


filipeta

A Zelinda é psicóloga clínica 
e trabalha com regressão de memória.
tel: (11)  3813.4123

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