Quando se pára de fumar, as terminações nervosas que preenchem a superfície da língua ficam – após algum tempo – mais sensíveis e mais suscetíveis às sensações dos diversos tipos de alimentos. Por esse motivo a qualidade do paladar melhora, aguçando o apetite. Soma-se a isso o fato de que, ao deixar de ingerir toxinas através da cavidade oral, o organismo se desintoxica melhorando não só o apetite como também o metabolismo e a oxigenação sangüínea. Com maior predisposição para se alimentar, o esperado é que o indivíduo se utilize, ao invés do cigarro, de um alimento qualquer, seja uma bala, bolacha, fruta, etc., resultando no aumento da ingestão calórica. Se ainda assim mantiver o mesmo padrão de alimentos que consumia antes e o mesmo padrão de atividade física, haverá ganho de peso. Sem contar a mudança de ambiente. Parar de fumar é uma mudança em seu ambiente, o que propicia uma alteração metabólica, favorecendo o aumento de peso.
Contudo, não é difícil para aquele que se predispõe a parar de fumar fazer uma dieta adequada. Fazer dieta não significa passar fome, mas adequar o alimento a seu físico.
É conhecer o tipo de alimento que o seu organismo não metaboliza bem e evitá-lo, substituindo-o por outro. Se o ex-fumante acrescentar à sua nova condição uma atividade física, com certeza, além de não engordar, reduzirá seu peso, causando o aumento do bem-estar, da disposição física e de sua qualidade de vida.
Quando se ouve dizer que “acender um cigarro acalma”, a medicina e a ciência provam exatamente o contrário. No primeiro momento pode até dar um certo conforto, mas o nosso corpo ressente da má oxigenação e isso provoca, no futuro, o aumento da irritabilidade.
Portanto, parar de fumar não engorda e sim beneficia todo o organismo, prevenindo e evitando doenças do sistema circulatório, que muitas vezes ocorrem precocemente. Não engorda se houver um controle da alimentação, adequando-a ao metabolismo de cada um e associando à sua rotina alguma atividade física, mesmo com exercícios leves.
Dr. Ademir Carvalho Leite
é médico clínico geral,
endocrinologista e ortomolecular,
doutor pela City University – Los Angeles – EUA