Descobrimos essa irrefutável verdade ao perceber o quanto são raras essas preciosidades que chegam de repente na vida da gente e se alojam devagarinho em local especial e essencial da nossa existência.
No decorrer dos anos, encontramos vários tipos de anjos:
Alguns são sonsos: vão se apoderando do nosso carinho como quem não quer nada, até que, quando percebemos, já lhes dedicamos nosso afeto integral.
Outros são mais atirados: já chegam mostrando claramente com seus olhos sinceros o quanto nossa amizade é importante para eles.
Alguns chegam necessitando de curativos nos ferimentos causados por amigos que não eram anjos.
Outros chegam para curar nossos próprios ferimentos.
Alguns são leves e divertidos e nos mostram a alegria da vida.
Outros, não menos honestos, nos mostram a seriedade com que a vida deve ser enfrentada.
Alguns têm suas qualidades tão à mostra, que a um primeiro olhar já sabemos a que vieram.
Outros têm essas mesmas qualidades muito bem guardadas e precisamos ir desvendando-as aos poucos.
Alguns esbarram na gente numa esquina qualquer, sem avisar e nos dão carinhos reais, sorrisos reais, proteção real.
Outros chegam através da tela de um computador sorrindo-nos de longe, sem rosto, sem forma, sem voz, mas são igualmente anjos.
Seus carinhos são telepáticos, mas conseguem nos perceber tristes ou alegres através da fria máquina e nos fazem sentir abraçados, acarinhados e queridos.
Uns não são melhores nem piores que os outros: são apenas diferentes, com suas qualidades que devemos salientar, com seus defeitos que devemos aceitar, pois quando gostamos temos compromisso de ser fiéis até aos defeitos dos nossos amigos anjos.
O importante é tentarmos, ao longo das nossas vidas, ter sempre algum anjo com o qual possamos contar nas horas difíceis para nos dar alento e nas horas alegres para rir com a gente, rir da gente, da Vida enfim.
O importante é termos anjos.