LIVROS DE BRONZE QUE NOS LEVAM AOS PRIMÓRDIOS DA HISTÓRIA DO CRISTIANISMO imageVIB

Numa gruta de Saham, Jordânia, localizada numa colina com vista ao Mar da Galiléia, foram encontrados 70 livros do século I da era cristã que, segundo as primeiras avaliações, contêm as mais antigas representações do cristianismo. 

 

Os livros têm a peculiaridade de serem gravados em folhas de bronze presas por anéis metálicos. O tamanho das folhas vai de 7,62 x 50,8 cms a 25,4 x 20,32 cms. Em média, cada livro tem entre oito e nove páginas, com imagens na frente e no verso. 

 

70 códices de bronze foram encontrados entre os anos 2005 e 2007 e as peças estão sendo avaliadas por peritos tanto na Inglaterra como na Suíça. 

 

A cova fica a menos de 160 quilômetros de Qumran, a zona onde se encontraram os rolos do Mar Morto, uma das maiores evidências da historicidade do Evangelho, informou a agência ACI.  
 

 

Importantes documentos do mesmo período já haviam sido encontrados na mesma região. 

 

No local ter-se-iam refugiado, no ano 70 d.C., os cristãos de Jerusalém, durante a destruição da cidade pelas legiões de Tito, que afogaram em sangue uma revolução de judeus que queriam a independência. 

Cumpria-se então a profecia do Mestre Nazareno relativa à destruição de Jerusalém e à dispersão do povo judaico. 

 

Os pesquisadores, estão convencidos da autenticidade dos livros e julgam que é uma descoberta tão importante quanto a dos rolos do Mar Morto em 1947.

Nelas, há imagens, símbolos e textos que se referem a Nosso Senhor Jesus Cristo e sua Paixão.

David Elkington, especialista britânico em arqueologia e história religiosa antiga, foi um dos poucos que examinaram os livros. Para ele, tratar-se-ia de uma das maiores descobertas da história do Cristianismo.

“É uma coisa de cortar a respiração pensar que nós encontrámos estes objectos deixados pelos primeiros santos da Igreja”, disse ele.

 

Simeão, bispo de Jerusalém

 Com efeito, na época da desastrosa rebelião judaica, o bispo de Jerusalém era Simeão, filho de Cleofás (irmão de São José) e de uma irmã de Maria. Por isso, Simeão era primo-irmão do Mestre Nazareno e pertencia à linhagem real de David. 

Quando o apóstolo Santiago, “O Menor” (primeiro bispo de Jerusalém) foi assassinado pelos judeus que continuavam seguidores da Sinagoga. Os Apóstolos que ficaram, em ruptura com o passado, escolheram Simeão como sucessor e ele recebeu Espírito Santo em Pentecostes. 

 

Os primeiros católicos, naquela época, ainda não tinham criado as heresias e todos os cristãos eram considerados católicos  e lembravam-se com fidelidade o anúncio feito por Jesus de que Jerusalém seria destruída e o Templo arrasado. Porém, não sabiam a data.

O bispo foi alertado pelo “Céu” da iminência do desastre e de que deveriam abandonar a cidade sem demora. Simeão conduziu os primeiros cristãos à cidade de Pella, na actual Jordânia, como narra Eusébio de Cesárea.

Após o arrasamento do Templo, Simeão voltou com os cristãos que se restabeleceram sobre as ruínas. O facto favoreceu o florescimento da Igreja e a conversão de numerosos judeus pelos milagres operados pelos santos.  

 

Assim, começou a reconstituir-se uma comunidade de judeus fiéis à plenitude do Antigo Testamento e ao Messias Redentor aguardado pelos Patriarcas e anunciado pelos Profetas.

Porém, o imperador romano Adriano mandou arrasar os escombros da cidade, e os seus sucessores, Vespasiano e Domiciano, mandaram matar a todos os descendentes de David. 

 

Simeão fugiu. Mas, durante a perseguição de Trajano foi crucificado e martirizado pelo governador romano Ático.  Simeão recebeu o martírio quando tinha 120 anos.

Emociona pensar que esses heroicos católicos judeus tenham deixado para a posteridade o testemunho da sua Fé inscrito em livros tão trabalhados.  

 

Philip Davies

Philip Davies, professor emérito de Estudos Bíblicos da Universidade de Sheffield, disse ser evidente a origem cristã dos livros que incluem um mapa da cidade de Jerusalém. No mapa é representada o que parece ser a balaustrada do Templo, mencionada nas Escrituras.
 

“Assim que eu vi fiquei estupefato”, disse. “O que me impressionou foi ver uma imagem evidentemente cristã: Há uma cruz na frente e, detrás dela, há o que deve ser o sepulcro de Jesus, quer dizer, uma pequena construção com uma abertura e, mais no fundo, ainda os muros de uma cidade”. 

 

“Noutras páginas destes livros também existem representações de muralhas que, quase com certeza, reproduzem as de Jerusalém. E há uma crucifixão cristã acontecendo fora dos muros da cidade”, acrescentou.

filipeta

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