Gabriel_Francisco_Junqueira,_Barão_de_AlfenasContam os antigos que no século XIX, devido ao tamanho das terras pertencentes ao Barão de Alfenas e condições de abrigar escravos nas diversas fazendas por ele administradas, muitos negros condenados à prisão sob trabalhos forçados e vigiados eram mandados para seus cuidados, durante o decorrer da pena.

Certa ocasião surgiu na sede da Fazenda Campo Alegre, residência do Barão, um meirinho-mor, um magistrado encarregado de aplicar a justiça aos nobres e fiscalizar a aplicação da justiça nas terras senhoriais. trazendo um documento de intimação à prestação de contas de certos escravos. O diplomata, ao perceber a chegada de “chateações” por parte do recém chegado visitante, pediu a ele que se sentasse na cadeira na varanda e o aguardasse. Minutos após surgiram dois enormes cães, que se colocaram entre a cadeira onde se sentava o oficial de justiça, que imediatamente ficou inerte.

O tempo foi passando… e nada do Barão. O fino cidadão, ameaçou dar uma olhada mais brusca para um lado, quando um dos cães rosnou, virou para o outro lado e o outro cão fez o mesmo. E assim entardeceu, anoiteceu e por toda a madrugada, até o sol raiar.

Logo cedo surge então, na varanda, o Barão quando ao se deparou com o indivíduo ainda sentado na cadeira, mais assustado do que nunca fez uma cara de espanto e disse: -” Oh meu deus! Me esqueci do senhor, como pode ter acontecido isso? Ainda bem que meus cães lhe fizeram companhia e lhe deram segurança.”

“Mas eles me parecem muito ferozes!” – exclamou o meirinho.

“Ferozes? imagine, estes dois são muito mansos e brincalhões, não mordem… mas, o que o senhor desejava mesmo?”

O oficial de justiça, juntou a sua pasta ao corpo e disse ao barão: – “Nada, não vim fazer nada além de realizar-lhe uma visita.”

E assim o infortuno visitante se foi e nunca mais voltou!