Durante a quinta dinastia (907-950 d.C.), o Rei Liu de Hou Han insistiu em convidar o Mestre Ch’an Yün-men e todos os monges do seu templo para passar o retiro de verão no palácio.
Palestras eram feitas diariamente. As damas e os ministros da corte estavam muito ansiosos para ouvir os ensinamentos e também por fazer perguntas. Todos estavam alegremente envolvidos nessa troca festiva de budismo exceto o Mestre Yün-men, que meditava tranquilamente. Ninguém ousava perturbá-lo.
Um oficial viu Yün-men e fez-lhe algumas perguntas. Yün-men respondeu-lhe com silêncio. O oficial não se sentiu ofendido, mas respeitou Yün-men ainda mais. Ele escreveu o seguinte poema e afixou-o:
Praticar com grande sabedoria é o verdadeiro Ch’an,
Em que o silêncio é melhor que a fala.
Uma conversa inteligente sobre a verdade é inferior ao silêncio do Ch’an.
Os mestres Ch’an são como nuvens flutuantes e grous selvagens. Algumas vezes vivem nas florestas, outras junto d’ água. Levando somente seus três mantos e uma tigela, eles vivem de acordo com o ambiente que os cerca, afastados da riqueza, do ganho ou do poder.
O silêncio do Mestre Yün-men era como o som do trovão. Se pudermos entender os ensinamentos de Buda através do silêncio, então teremos obtido um vislumbre do Ch’an.
Nota. Individualmente, monges e monjas restringem-se à posse de três mantos, de acordo com as regras da Sangha. Quando o budismo foi introduzido em diversos países, certas modificações foram introduzidas nestas regras devido a diferenças climáticas e das condições culturais.