fotos-salomao-flickrSalomão é um dos nomes mais conhecidos da história da humanidade. Terceiro e último monarca do reino de Israel unificado (depois dele, Israel dividiu-se em duas Judá), Salomão era filho do heroico Davi e, embora não fosse o primogênito e nem mesmo o segundo na linha hereditária de sucessão, foi “ungido”, escolhido para ser o sucessor de Davi desde o seu nascimento; isto porque os reis de Israel eram apontados pelos profetas a quem a próprio Deus revelava o escolhido.

No imaginário popular, alimentado pelos relatos bíblicos, Salomão é sempre lembrado por sua prodigiosa sabedoria e pela riqueza monumental de sua corte e seus tesouros. Seu reinado, que durou 40 anos, é situado no século X a.C., entre os anos de 968 e 928; sua existência, entretanto, transcende os dados histórico-bíblicos que não dão conta de todos os mistérios e lendas que envolvem seu nome.

Salomão, que deveria ser não mais que um personagem do Antigo Testamento, é uma figura cultuada por seguidores de tradições que escapam à cultura judaica, como os iniciados ocultistas rosa-cruzes, maçons e templários. É considerado um mestre entre os Magos ocidentais que atribuem extrema importância à ciência contida nas famosas Clavículas de Salomão, testamento do rei a seu filho Roboão no qual registra o conhecimento da realidade metafísica da natureza e suas potências: anjos, gênios, demônios que podem ser invocados a fim de auxiliar o homem em operações de magia.

Para esotéricos de várias tendências, Salomão era um “Iluminado”, um “Iniciado” nos mistérios da tradição mágica que frequentou os círculos mais secretos da sabedoria egípcia tendo superado seus mestres muito antes de ascender ao trono de Israel. Depois que se tornou rei, uma de suas primeiras providências foi planejar e ordenar a construção do Templo de Jerusalém, um lugar santo para abrigar a Arca da Aliança mas também, um centro de estudo das ciências herméticas.

Edward Poynter Drottningen av Saba besöker kung SalomoAs histórias mais fantásticas sobre o rei Salomão não se encontram na Bíblia; foram preservadas nos textos apócrifos católico-cristãos, nos livros de ordens iniciáticas (esotéricas) ocidentais e na literatura dos povos árabes, muçulmanos ou não. Entre estas narrativas lendárias, destacam-se aquelas que falam do anel mágico de Salomão, sua “carruagem celeste”, que teria inspirado a concepção dos tapetes voadores, o trono de ouro encantado e o encontro com a misteriosa rainha de Sabá.

São relatos assombrosos que fazem de Salomão uma criatura sobre humana e muitos estudiosos do inexplicável acreditam que o rei sábio tinha conexões com extraterrestres. Outros, observando que o nome de Salomão é conhecido nas mais diferentes culturas, em lugares distantes da Judéia, mencionado nos anais de várias épocas, acreditam que houve mais de um Salomão, cujo nome não seria designativo de uma pessoa em especial; antes, Salomão seria um título atribuído a muitos homens sábios que vieram à Terra periodicamente para instruir os homens e mantê-los em um caminho evolutivo positivo.

sa 1É o caso da teósofa Helena P. Blavatsky que escreve em sua Antropogênese:
As tradições persas falam… das Montanhas de Kaf (ou Kafaristan), em que havia uma galeria construída pelo gigante Argeak, onde se guardavam estátuas dos homens antigos, em todas as suas formas. São chamados Sulimans (Salomões), ou reis sábios do Oriente, contando-se setenta e dois com esse nome. Três deles reinaram 1000 anos cada um.

 

Sulimans – Os Mentores da Humanidade

Os “reis sábios” mencionados por Blavatsky encaixam-se na cosmogênese e antropogênese milenar tibetana, registradas nas chamadas “Estâncias” ou Livros de Dzyan. Estes textos são como o Livro do Gênese (bíblico), que relata a criação do universo e do homem. Os Livros de Dzyan são, porém, extremamente mais antigos que a Bíblia católico-cristã; também são mais antigos que que os Livros Sagrados judeus, Talmud, Torah e Sepher Yetzirah, mais velhos que o Livro de Toth egípcio e o Gilgamesh dos sumérios (que também fala da criação do mundo e dos homens).

sa 2A Doutrina de Dzyan ou “Doutrina Secreta”, postula que Terra e humanidade foram criados simultaneamente e a evolução, de uma realidade material etérea, amorfa, para uma realidade de matéria densa, do planeta e dos seres dos seres humanos, compreende um período de trilhões de anos ao longo dos quais verificaram-se, em períodos regulares, transformações geológicas e antropológicas radicais.

Muitos foram os “Apocalipses”, os “Fins do Mundo”, os dilúvios e os “fogos do céu”; e sete são as “Raças Humanas” que habitaram e habitarão a Terra durante a vida do planeta. Quatro já se foram, estão extintas; entre estas, os Lemurianos, 3ª Raça e os Atlantes, 4ª Raça.

Os homens contemporâneos pertencem à 5ª Raça e estão em plena ascensão evolutiva rumo a uma forma de ser mais evoluída. Nesse contexto, os “Salomões” (ou os Toths, Hermes, Prometeus etc.) foram seres divinos ou semidivinos (espíritos ou mônadas humanas mais elevadas) que viveram neste mundo como orientadores da humanidade.


Salomão & Extraterrestres

Outra linha de pensamento associa Salomão à teoria de que a evolução da espécie humana foi promovida e tem sido conduzida pela interferência de extraterrestres. Salomão, que na Bíblia também é chamado de Jedi-diá ou “Amado do Senhor” (Samuel II – 12:24), teria sido mais um escolhido, “ungido”, pelos “mestres celestiais” (extraterrestres) para conduzir, especificamente, o povo hebreu no processo de instituição de uma nação modelo destinada a servir seus criadores alienígenas.

O pesquisador e autor do best seller Eram os Deuses Astronautas? – Erich Von Däniken, faz especulações ousadas sobre o tema fundamentando suas idéias na conexão Palestina-Cachemira (Índia), uma relação que, de fato, existe embora os cientistas ainda não tenham apurado dados precisos em termos cronológicos, arqueológicos, linguísticos e etnográficos.

visiongodPara Daniken, a ligação entre judeus e indianos da Cachemira é indiscutível e remonta ao tempo de Moisés, passa por Salomão, continua com Jesus e permanece como enigmática realidade viva na comunidade dos essênios que habitam o Vale de Srinagar.

Os essênios são judeus classificados como uma seita ou como seguidores de uma doutrina mosaica (baseada na Lei de Moisés) assemelhada ao cristianismo. Esta doutrina, mais voltada para as ações solidárias e menos preocupada com rituais de sacrifício, de certo modo, tornou-os proscritos no seio de seu próprio povo distinguindo os essênios dos judeus chamados fariseus, saduceus, etc., que predominam na região do Oriente Médio.

Os essênios viveram e vivem tanto na Palestina quanto em várias outras regiões do mundo mas, sobretudo na Cachemira, a antigüidade da comunidade que lá se encontra estabelecida é um enigma para os pesquisadores. Sobre as lendas da Cachemira, escreve Daniken:

Os israelenses e os cachemirenses têm por demais coisas em comum para se reduzir tudo a um simples acaso. Uma lenda profundamente arraigada no povo da Cachemira afirma ter sido o Vale da Cachemira a “Terra Prometida” de Moisés para os filhos de Israel. …Os cachemirenses afirmam que o Êxodo não se realizou durante quarenta anos numa caminhada através dos desertos do Sinai… Antes, o Êxodo teria início no Egito, prosseguindo através de países como a Síria, a Pérsia, o Afeganistão e o Paquistão… até o Planalto da Cachemira. …Olhando o mapa, faria mais sentido que imaginar uma caminhada confusa e sem meta dessa massa humana pelos desertos do Oriente Próximo.

sa 3Sob a luz das tradições cachemirenses, ganham novo sentido um bom número de lutas e batalhas travadas pelos israelitas ao longo dessa caminhada de 40 anos. Numa marcha em círculo pelo deserto do Sinai, não haveria justificativa para todas essas lutas. Não havia povos inimigos por lá. Na longa marcha em direção à Cachemira, no entanto, os israelitas teriam de combater… Os países por onde haveriam de passar tinham à frente reis que se opunham ao trânsito de povos nômades…

Segundo a lenda cachemirense, Moisés morreu no planalto da Cachemira e suas tradições afirmam que os profetas ali viveram e Salomão ergueu seu trono naquela terra. Para confirmar essa lenda, uma das montanhas nas redondezas de Srinagar chama-se, ainda hoje, Takht-i-Suleiman, trono de Salomão e a 30 km a sudoeste de Srinagar situa-se o monte Booth, com o túmulo de Moisés; qualquer cachemirense sabe disso. Na Palestina, não se tem conhecimento de um túmulo de Moisés. A própria Bíblia registra este fato: “E Moisés, o servo do Senhor… faleceu na terra de Moab… e ninguém sabe até hoje onde fica sua sepultura.”

(DEUTERONÔMIO 34, 4-6 apud DÄNIKEN, 1993)

por: Lygia Cabus