mandala5Mandalas são símbolos ancestrais que representam o universo e possuem um campo energético de muita força.
São desenhos sagrados que abrigam, no seu interior, forças da natureza representada no seu simbolismo perfeito. Cada Mandala cria um campo de poder, um espaço sagrado onde essas energias se instalam.

A circunferência que delimita a Mandala tem como origem o próprio ponto central e limita o espaço circular formado, que é preenchido com variadas ligações simbólicas.
Este processo criativo, além de despertar e atingir um grau maior de consciência, tem também como função a transformação de todos os caminhos pelos quais o ser humano responde ao mundo em todos os seus impulsos. Esta é a alquimia dos símbolos, cuja fonte é o poder que reside na Mandala, a mãe de todos os símbolos.

looking_in___rainbow_by_mandala_jim-d651xtkMandala é uma palavra sânscrita que significa simplesmente círculo, ou círculo mágico. É uma representação geométrica da dinâmica das relações entre o homem e o cosmos. Sua estrutura – de combinações variadas de círculos, quadrados e triângulos em torno de um centro – serve para organizar visões religiosas do mundo, sistemas cósmicos e simbólicos (como Astrologia, o Tarô e o I Ching), assim como fatores desordenados de nossa psique.

Segundo Dahlke, é difícil dizer algo sobre a história da Mandala, porque história pressupõe tempo; e a mandala existe em essência – como a sua configuração nos ensina -, além do tempo e do espaço. A Mandala não se deixa ordenar no tempo; aliás, nem sequer é possível observá-la, pois sempre tende a nos atrair para o seu centro, e neste ponto central, o tempo e o espaço cessam de existir.

ORIGEM

mandala_drawing_31___collaboration_by_mandala_jim-d56y4g6A Mandala mais antiga talvez tenha sido o impacto da queda de algum meteorito num mar primordial. Temos que reconhecer que a Mandala é mais velha do que todos nós. É tão velha quanto a existência do mundo, tão antiga quanto a criação. Todos os nossos cientistas contam que o mundo começou com uma grande explosão.
O mais espantoso, no entanto, é que a tradição hindu, há milênios, já tinha conhecimento da expansão de nosso universo a partir daquela grande explosão.

E eu pergunto: será que a imagem deste estouro não foi a configuração de uma mandala? Observando outros mitos da criação, nos deparamos sempre com a mesma coisa, só que com outras palavras, o que não nos deve surpreender, pois, apesar das muitas linguagens, é que sempre há é somente uma verdade.

mandalaPara o hindu, era o som. Já no evangelho de São João, lemos: “No princípio era o Verbo”. Em outros mitos, tudo começa com a luz. Ocorre que, com cada centelha divina se criam novas formas de mandalas. Encontramos as Mandalas nas rosáseas das grandes catedrais góticas, tanto como imagem ou como símbolos.

Os construtores desta época utilizavam a mandala porque acreditavam não existir outro meio de representar o caráter ciclíco da criação e da união da transcendência do ponto central da rosácea. Como exemplo temos a rosásea da catedral de Notre Dame em Paris e muitas outras que se encontram espalhadas por este grande universo.

De fato, é na arquitetura que a estrutura mandálica de projetar os quatro horizontes nas quatro direções cardeais, a partir de um centro, ocupa um dos papéis mais importantes. Esses focos são sempre o centro do mundo, representando, cada um a seu modo, uma imagem do universo como um todo. Independentemente de sua extensão, a Palestina ( uma região ), Jerusalém ( uma cidade) e o templo de Jerusalém ( um santuário) representam cada um o centro do mundo, a imagem do universo.

mandala11Na verdade, o nosso mundo, seja qual for ele, encontra-se sempre no centro: uma idéia antiga que, no decorrer dos séculos, teve desvirtuado o seu verdadeiro sentido, a ponto de não permitir a aceitação de que a Terra não era o centro do cosmos.
As cidades medievais eram circundadas de muralhas mais ou menos circulares.

Apresentavam uma estrutura mandálica, cujo modelo era fornecido por Jerusalém. Roma tinha vias principais que a dividiam em quartos que levavam a quatro portões; a Jerusalém Celeste também era quadrada e suas muralhas comportavam quatro lados, só que com três portões cada um. Alguns autores associam as 12 portas ( ou portões aos doze meses do ano ou aos 12 signos do zodíaco, deduzindo daí que o símbolo representa uma conversão espacial de um ciclo temporal.
 
APLICAÇÕES

rose-windowDe fato, toda a mandala é a exposição plástica e visual do retorno à unidade pela delimitação de um espaço sagrado e atualização de um tempo divino.
Nas sociedades primitivas, o ciclo cósmico, que tinha a imagem de uma trajetória circular (circunferência), era identificado como o ano.

O simbolismo da santidade e eternidade do templo aparece claramente na estrutura mandálica dos santuários de todas as épocas e civilizações. Uma vez que o plano arquitetônico do templo é obra dos deuses e se encontra no centro muito próximo deles, esse lugar sagrado está livre de toda corrupção terrestre.

Daí a associação dos templos às montanhas cósmicas e à função que elas exercem de ligação entre a terra e o céu. Como exemplo, temos a enorme construção do templo de Borobudur, em Java na Indonésia. Outros exemplos que podemos citar são as basílicas e catedrais cristãs da Igreja primitiva, concebidas como imitação da de Jerusalém Celeste, representando uma imagem ordenada do cosmos, do mundo.

D-Vipassana-400A mandala como simbolismo do centro do mundo dá forma não apenas às cidades, aos templos e aos palácios reais, mas também à mais modesta habitação humana. A morada das populações primitivas é comumente edificada a partir de um poste central e coloca seus habitantes em contato com os três níveis da existência: inferior, médio e superior.

A habitação para ele não é apenas um abrigo, mas a criação do mundo que ele, imitando os gestos divinos, deve manter e renovar. Assim, a mandala representa para o homem o seu abrigo interior onde se permite um reencontro com Deus. Um exemplo bem típico brasileiro de mandala a partir da arquitetura é a planta superior da catedral de Brasília.
 
CRIAÇÃO

shevaUma Mandala representa o Universo. No seu interior, abrigam-se as forças da natureza representadas num simbolismo perfeito. Cada Mandala cria um campo de poder, um espaço sagrado onde essas energias se instalam. Criar ou meditar a partir de uma Mandala é uma forma de religação com Deus.

Um elemento de suma importância é a circunferência que delimita a Mandala, tendo como origem o próprio ponto central. O espaço circular formado e limitado pela circunferência é preenchido com desenhos e elementos com as mais variadas ligações simbólicas, de acordo com os objetivos que se tem para a Mandala a ser criada.

A Mandala não é só para despertar ou atingir um grau maior de consciência, mas principalmente, sua função é de transformação de todos os caminhos pelos quais o homem responde ao mundo em todos os seus impulsos. Esta é a alquimia dos símbolos, cuja fonte é o poder que reside na Mandala, a mãe de todos os símbolos.
kiopJung descobriu que desenhar, pintar e sonhar com mandalas é parte natural do processo de individuação.

Quando criamos uma mandala, geramos um símbolo pessoal que revela quem somos num dado momento. O círculo que desenhamos contém e até atrai partes conflitantes da nossa natureza. Mas, mesmo quando faz um conflito vir à tona, o ato de criar uma mandala produz uma inegável descarga de tensão. Talvez porque a forma do círculo nos recorde o isolamento seguro do ventre materno.

Desenhar um círculo talvez seja algo como desenhar uma linha protetora ao redor do espaço físico e psicológico que identificamos como nós mesmos. Quando fazemos uma mandala, criamos nosso próprio espaço sagrado, um lugar de proteção, um foco para a concentração de nossas energias.

flower_mandala1aAo expressar nossos conflitos interiores na forma simbólica da mandala, projetamo-los para fora de nós mesmos. O simples ato de desenhar dentro do círculo pode fazer que experimentamos um sentido de unidade.
Antes de começar a desenhar, talvez seja útil aproveitar alguns momentos a mais para relaxar. Inale profundamente e imagine a tensão saindo do corpo a cada exalação. Um pouco de alongamento pode liberar pontos de tensão aqui e ali. Procure esvaziar a mente das preocupações do dia.

Por um momento, deixe de lado as responsabilidades, certo de que poderá reassumir seus deveres ao fim da meditação com a mandala.
Uma vez relaxado, você talvez queira fechar os olhos e começar a focalizar a atenção em seu interior. Você pode notar formas, cores e configurações dançando diante dos olhos do espírito. Procurando pensar o mínimo possível; comece a selecionar tudo o que você necessita para a criação de sua mandala.

mandala2-23-12Se nada lhe ocorrer, simplesmente continue até a próxima etapa. Guiado pela visão interior comece a desenhar suas visualizações interiores acompanhadas de suas cores e formas. A próxima etapa é identificar a posição apropriada da mandala. Para fazê-lo, gire o desenho, olhando-o de todos os lados e por todos os ângulos. Procure desconsiderar as bordas do papel, olhando apenas o desenho em si.

Colocar datas nas mandalas é útil para uma referência futura. Inclua dia, mês e ano. Mesmo que cada mandala seja única, se você não datá-las, pode ser difícil recordar sua sequência no tempo. Saber a sequência em que aparecem certas formas e cores ajuda a estabelecer seu significado e continuidade do processo de individuação.
Coloque a mandala à sua frente, de modo que a menor área fique em cima.

manÉ melhor olhar para as mandalas de uma distância de pelo menos um braço. Penetrar no âmago das mandalas e desfrutar do seu criativo universo pode ser uma das experiências menos acessíveis para a mente do homem ocidental, pois nem mesmo sabe apreciar uma flor sem tocá-la ou subtraí-la do campo.

A chamada mandala tridimensional, portanto, ressurge como um importante e prático instrumento da familiarização com este símbolo dos símbolos. Assim como ocorre com as mandalas planas , as tridimensionais possibilitam também nosso auto-conhecimento, desde que saibamos colocar toda nossa atenção, concentração e termos uma postura de meditação quando manipulamos a mesma. Na Índia, este tipo de mandala foi encontrado como um instrumento com a mesma finalidade do rosário.

mandala-chachiEm nosso continente, estas mandalas também chegaram e começam a integrar trabalhos terapêuticos com resultados animadores, principalmente na área do alcoolismo e da drogadição. Como a maior dificuldade do viciado é justamente entrar em contato com qualquer coisa, principalmente consigo mesmo, devido à sua necessidade de buscar a alienação, a mandala tridimensional deve ser utilizada como estímulo ao despertar do interesse de reestruturação vivencial.

O caráter integrador da mandala faz nascer a proposta de cada um construir sua peça, o que faz com que expressem forte necessidade de desenvolverem uma nova estrutura de vida. E esta organização nada mais é do que o processo de autoconhecimento mandálico.

mandala_77_for_lou_in_canada__not_finished__by_hadas64-d5w6b9n.pngConstruir uma mandala tridimensional ou plana é uma forma de se fazer a leitura de símbolos e a partir deles conhecer nossas próprias deficiências. A mandala tridimensional é um excelente recurso terapêutico, pois pode auxiliar a recuperar nossa motricidade, desbloquear a transmissão dos nossos sonhos e podermos a partir daí avaliá-los e entender-nos melhor.

A estrutura da mandala tridimensional reafirma seu poder integrador: o número nove contido nela nos remete à sabedoria esotérica do retorno à unidade. Quer dizer, a numerologia também está presente na sua interpretação e movimentação esotérica.

O homem dos tempos atuais, tocado pela extrema beleza que emana de seus olhos – que não deixam de ser uma mandala – busca constantemente e cada vez mais um impulso para a transformação do seu interior a partir da meditação através da mandala como um convite ao reencontro com sua unidade divina há muito esquecida…

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