(por Orual Ojellav)

38817943_2385322981496503_1380345894150340608_oMais uma noite se iniciava.

Lentamente, as últimas luzes refletidas no céu nublado da tarde, se esvaem dando lugar ao breu de uma noite sem estrelas, quebrado apenas pelos raras luzes provenientes de lâmpadas existentes em alguns dos postes na rua, dispostos em distancias irregulares.
A mulher e sua pequena filha apressaram os passos em direção à casa. Caía, naquele momento, uma chuva fina acompanhada de um vento sutil e gelado.
Logo chegaram.

As luzes amarelas se acenderam dando um clima aconchegante à sala já aquecida pelo fogo da lareira.
Tinham se deliciado com um caldo de legumes com carne, que lhes restabeleceu da caminhada recente.
Sentaram-se no sofá e se abraçaram olhando as labaredas saltitantes que formavam figuras ora engraçadas ora assustadoras qual salamandras.
Fitaram-se nos olhos e ambas não puderam conter as lágrimas.
Choro da saudade invocada pela ausência dele, o homem que para uma foi o pai e para a outra o companheiro, amante fiel e cúmplice.

A perda é cruel na maior parte das vezes, ainda mais quando a vida é decepada de forma abrupta.
Ninguém sabe do amanhã, pois na verdade é o presente que devemos viver.
Mas o vazio deixado por um ente querido nem o tempo consegue preencher. Pode atenuar, mas jamais se supera totalmente.
Permanece a energia emanada pelo eco das palavras, os feitos, os momentos….
Qual pirilampos pairando em nossa volta.

E dessa forma, elas adormeceram, embaladas pelas lembranças felizes daquele que as amou até seu último suspiro, mas que permanece vivo na atmosfera daquele lar.
Luz nas sombras de uma noite fria sem luar…

(Orual Ojellav – Série Textos Curtos – 28/10/2016)
Copyright © 1986–2016 foto e texto de Lauro Escobosa Vallejo ™ All rights reserved.

Fotografia de Lauro Vallejo agosto/2013 “LAREIRA”

titulo-Ok

filipeta

bril2 (2)Para maiores informações sobre o

Imagicklan – A Irmandade das Estrelas

Cklicke aqui