(por Orual Ojellav)
“O frescor daquela manhã incentivou-me a uma caminhada.
Saí pela trilha procurando cadenciar a respiração abdominal.
Descarregando todas as tensões e pensamentos no meu “Hara”.
Esvaziando minha mente.
Em poucos instantes, era uno com aquele ambiente.
As árvores, a mata, a terra, ainda úmida pelo orvalho.
Os pássaros com suas rasantes na fonte próxima de água,
Cantando sua alegria pelo novo amanhecer.
Difícil é o deixar de pensar, mesmo na prática do descarrego.
E, o movimento das folhas caindo, fez-me indagar a mim mesmo:
– Por que as folhas das árvores se soltam no Outono?
– Qual o significado e importância que isso tem?
Uma borboletinha azul pousou em meu ombro, e sussurrou:
“- É a transmutação! Elas caem para que haja renovação.
O vento as leva e mistura novamente à terra,
Adubando novas plantinhas, árvores, flores, dando novos frutos.”
“- É isso!” Disse eu agradecendo.
Este é o momento de enterrar as mágoas, as culpas, a tristeza.
A Natureza, com sua perfeição, nos permite transmutar nossos sentimentos.
Limpar nosso coração, tirando o peso que acumulamos em nossa mochila.
Esta época nos inspira a agir, como deveríamos fazer no cotidiano.
Para que guardar mágoas, rancores, tristezas ou dores?
Envenenar nossa mente e coração… Como fica a nossa alma?
Que levaremos em nossa bagagem quando descermos desta nave?
O perdão deve ser praticado, primeiramente, com nós mesmos.
Já te perdoastes hoje?
Aproveitando: já perdoastes, quem te magoou ou feriu, hoje?
Reflete! Segue o exemplo das folhas: muda tua mente. Corrige teu caminhar.
Infla teu ser com a brisa desta manhã.
Contempla tudo e todos ao teu redor.
Percebe que és puro em essência.
Deixa o amor em ti brilhar e transmutar!”
(Orual Ojellav – Série Pensamentos – 30/03/2020)
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