Muito antes do cristianismo, a Páscoa já era celebrada pelos povos pagãos como um festival de renovação e renascimento. Em diversas tradições antigas, essa época do ano marcava o equinócio da primavera no hemisfério norte, simbolizando o despertar da Terra após o inverno, o retorno da fertilidade e o ciclo eterno da vida.
Entre os celtas, a deusa Eostre era homenageada nesta época. Seu nome originou a palavra “Easter” em inglês, e seus símbolos eram a lebre e o ovo, representando fertilidade e criação. Os antigos germânicos também realizavam rituais para saudar a primavera, acendendo fogueiras e celebrando a renovação da natureza. Para os egípcios, o mito de Osíris contava a história de sua morte e ressurreição, refletindo o eterno ciclo da existência. Os gregos, por sua vez, honravam Perséfone, a deusa que retornava do submundo, trazendo consigo a primavera e a promessa de renovação.
O simbolismo pagão da Páscoa está profundamente ligado à conexão entre os ciclos da natureza e a jornada da alma. A morte e o renascimento da Terra refletem os desafios e transformações internas que cada ser humano atravessa. Assim como as árvores florescem novamente após o inverno e os rios voltam a fluir, também nós temos a oportunidade de nos renovar, deixando para trás o que não nos serve mais e abraçando nossa verdadeira essência.
Reflexão Mística
A Páscoa nos convida a um renascimento interior. Não se trata apenas de um evento externo, mas de um chamado para despertar nossa luz adormecida. O que dentro de você precisa morrer para que algo novo possa florescer? Quais velhas crenças, medos ou padrões podem ser deixados para trás?
Assim como as antigas tradições compreendiam que a primavera trazia vida nova ao mundo, podemos compreender que, em cada ciclo, temos a chance de renascer. Que esta Páscoa — seja qual for sua crença — seja um portal para a transformação, um momento de redescoberta e de conexão com o sagrado dentro de você.
