Imagens do Druidismo

660211562_1393966Um jovem, de olhos fechados, senta-se sobre as raízes cinzentas de uma velha faia. Sua cabeça está levemente inclinada para o lado, balançando ao ritmo que ele parece ouvir no interior. Ele franze a testa, atento, inclinando-se um pouco para a frente, como que buscando ouvir com maior clareza as sutilezas de uma melodia, e seus lábios formam um sorriso. Entreabrindo seus olhos, ele mete a mão nos bolsos de sua jaqueta, movendo seus pés alguns centímetros, suas botas de caminhada se enterrando levemente no solo enlameado, e ele leva sua flauta metálica à boca, fechando novamente os olhos e respirando como se fosse suspirar. Ele começa a tocar, e enquanto as notas se erguem sob o brilho suave do sol de outono uma outra folha seca vem caindo, quase sem pelo, levada pela brisa.

Uma imagem de um Druida. Permita-me o leitor que lhe mostre outra, de um fogo que arde, ouro alaranjado brilhando numa grande bandeja de ferro preto, sob o negro céu noturno. As chamas custam a se erguer por entre o emaranhado de ramos de freixo, uma língua amarela de fogo saindo da madeira como se estivesse brincando de esconder, enquanto três mulheres se movem em silêncio, seus corpos em movimento, sinuosos, depois tesos, e novamente flutuando como se o vento frio fosse água tépida. Ao redor delas, vêm-se pedras; algumas caídas, outras erguidas, cada uma delas assistindo, ouvindo as mulheres, o canto baixo a bocas fechadas, a melodia que brota de suas almas, enquanto invocam através de sua reverência a mãe escura da criação, sua deusa do inverno.

druids11Num monte cerimonial, a algumas milhas de distância, poucas horas após o romper da aurora, temos um homem enrolado numa túnica de pele de lobo e úmida com o orvalho matinal. Seus olhos bem abertos, seus braços erguidos aos céus, ele solitariamente revive a dor de um ancestral há muito morto. Em silêncio, ele pede em meio à sua excitação por alguma orientação divina, enquanto as palavras jorram de sua boca. Um gavião paira sobre o vale abaixo, com seu olhar atento, sustentado pelo vento. Corvos cortam os ares sob o céu cinza-pálido. A história deve ser contada, não importa quem esteja ouvindo.

À luz do dia, antes do trabalho, uma mulher vai a seu jardim, seus pés pisando as folhas secas caídas sobre a grama. Seus dedos acariciam a folhagem do teixo, demonstrando sua afeição, enquanto ela se dirige para seu altar. Ela traz um buquê de flores vermelhas nas mãos. Quando se aproxima, ela se curva em saudação: “Salve, Espíritos”, ela murmura. Sua testa franze levemente, sem que ela perceba. Depositando os botões sobre a antiga laje de granito, a donzela das flores sorri, sua face de pedra ajustando o foco para melhor usar a energia diante dela. A mulher sente. Por um instante, ela fecha seus olhos, e encaminha suas orações. Em seu caminho de volta à casa, ela apanha uma amora da sebe, apertando-o entre seus dedos, e levando o sumo carmim a seus lábios sorridentes.

druid-imaginedQuatro imagens do Druidismo. Nenhuma delas semelhante à imagem preconcebida de homens trajando túnicas brancas, barbados, com cajados entalhados e uma foice dourada presa ao cinto. Na verdade, essa imagem do Druida trajando branco não possui mais do que duzentos anos, e foi criada num período onde a tradição era vista com renovado interesse, quando uma figura da literatura clássica de dois milênios antes foi escolhida entre tantas outras: a descrição de Plínio de um Druida colhendo o visgo do carvalho sagrado. Se tivessem escolhido Estrabo, o estereótipo poderia ser bem diferente, mas seus Druidas – trajando vermelho, com ornamentos dourados – talvez não apresentassem a dignidade e a nobreza que se buscava..

Com o retorno dos viajantes ingleses, trazendo estórias das culturas primitivas das Américas e da África, os interessados pela herança dos Celtas tropeçavam em si mesmo em busca de fatos e provas; do tecido formado pelo cristianismo não-conformista e pelo antiquarianismo (a arqueologia inicial) surge uma nova espécie de Druidismo. Era patriarcal e hierárquico, um sistema de aprendizado para a sociedade masculina letrada, e também monoteísta, pois apresentava os Druidas cultuando o sol como a “mais elevada Luz”, um precursor do Cristo.

druid_smOs ensinamentos desses Druidas ainda exerce influência sobre certas Ordens e grupos atualmente. Uma Ordem chegou a usar barbas falsas até o início do século XX, as quais provavelmente estão penduradas em um armário de seus escritórios. Essa imagem ainda está bastante forte em nossa cultura. Porém, de modo geral, o Druidismo praticado hoje em dia é substancialmente diferente daquele surgido do resgate ocorrido no século XVIII. Apesar de ainda existirem muitos na tradição que ainda confeccionam suas próprias vestes brancas (em sua maioria de tecidos naturais sem tingimento), existem muitos outros que trajam túnicas verdes, azuis, vermelhas e roxas, e até mesmo pretas, descobrindo nas cores as ligações com o meio ambiente no qual vivem. Folgo em informar que as barbas hoje estão longe de serem compulsórias…

A imagem arquetípica criada no período do reavivar do interesse pela tradição, contudo, ainda tem seu papel, se bem que somente se olharmos para quem está por baixo das túnicas. Pois eis ali um homem de idade avançada, gentil e sábio, seus olhos reluzentes de vida, e até mesmo de troça – o brilho do Conhecimento. Fragilizado pela idade avançada e por sua extraordinária experiência tanto de dor quanto de poder concedido, pelos anos de ver o interior, ele a um mesmo tempo vulneravelmente humano e totalmente invulnerável, graças a sua consciência do Espírito. Sem dúvida, não importa se ele é o velho mago britânico Merlin, o mítico bardo Taliesin ou o irlandês Amergin, ou ainda o Gandalf de Tolkien ou o Panoramix dos quadrinhos franceses, esta é a figura responsável por atrair tantos para esta Tradição.
Mas que Tradição?

Emma “Bobcat” Restall Orr

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