chicoxavierplagio35sdgfa[1] (1)Utilizando técnicas grafológicas, o professor Carlos Augusto Perandréa, criminologista e perito credenciado pelo Poder Judiciário, pesquisou diversas mensagens psicografadas pelo médium Chico Xavier. O trabalho de Perandréa mostra se de grande importância para os estudiosos da paranormalidade, principalmente por ter sido desenvolvido a partir de padrões científicos de análise.

Apesar das religiões ocidentais negarem a reencarnação e a presença de espíritos em nosso mundo físico, ao longo da história os homens tiveram sempre de enfrentar fenômenos para os quais a única explicação razoável é sua origem espiritual. Um desses fenômenos é a chamada escrita automática ou psicografia, área no qual o expoente máximo foi o médium brasileiro Francisco Cândido Xavier.

Chico psicografou milhares de mensagens e mais de 400 livros, tendo sido estudado por especialistas no tema do mundo todo. No Brasil. essa tarefa ficou por conta do dr. Carlos Augusto Penandréa, professor de datiloscopia e grafoscopia da direção do Banco do Brasil (de 1972 a 1986), professor adjunto do Departamento de Patologia, Legislação e Deontologia da Universidade de Londrina, Paraná, criminologista e perito credenciado pelo Poder Judiciário.

A pesquisa feita por Perandréa durou 13 anos e foi realizada de forma rigorosamente científica, pois, sendo ele um perito na área da grafologia, sabia como levantar e expor os dados de maneira adequada, apresentando suas conclusões como faria nos meios forenses. O professor começou a se interessar pelo tema durante um curso de Grafoscopia para Coordenadores do Banco do Brasil, realizado em Brasília emjulho de 1977. O primeiro trabalho por ele examinado foi uma psicografia de Chico Xavier obtida em 15 de maio de 1976 e atribuída ao espírito de Fausto Bailão Luiz Pereira   um jovem de 15 anos que falecera num desastre automobilístico cerca de três meses antes.

A singularidade do assunto atraiu Perandréa, que começou a reunir os originais de outras mensagens psicografadas por Chico Xavier. Além disso, para fins comparativos, ele recolheu material escrito pelos desencarnados durante o tempo em que viveram neste mundo. Com esse acervo e utilizando se de sua perícia em grafologia, o pesquisador concluiu um cuidadoso estudo sobre o fenômeno da escrita automática, intitulado A Psicografia à Luz da Grafologia. A fim de entender melhor o seu trabalho, é interessante relatar aqui alguns elementos habitualmente empregados nesse tipo de análise. 
 

Diferenças importantes   Segundo especialistas, as palavras manuscritas contêm uma imensidão de detalhes informativos sobre seus autores, como idade, grau de cultura, profissão e estado psicossomático. A caligrafia de uma criança é diferente da de um adulto. Isso pode ser facilmente comprovado comparando se uma mesma palavra escrita por alguém na infância e na fase adulta   a mudança em sua forma estética é evidente.

Tais diferenças são também encontradas na caligrafia de pessoas de culturas desiguais. Os eruditos escrevem com desenvoltura e criatividade; a letra de pessoas de cultura média continua subordinada à sua fase de aprendizagem; e as menos cultas escrevem vagarosamente, desenhando as palavras. Outro fator que modifica a caligrafia é o posicionamento de quem escreve: um braço bem apoiado produz traços diferentes daqueles obtidos quando não há um suporte normal. Além disso, existem ainda três formas de produção da escrita   denominadas pelos grafólogos de mão forçada, mão guiada e mão auxiliada   que mudam a letra original de uma pessoa. No primeiro caso, traços desordenados, por vezes ilegíveis, são produzidos em virtude de o autor ter sido forçado a escrever contra a sua vontade. As letras de mão guiada mostram se espaçadas, deformadas, com irregularidades de ligação, etc. e ocorrem quando a mão acha se inerte, como no caso de um paralítico ou de um agônico, tendo de ser guiada por outra pessoa. A caligrafia da mão auxiliada apresenta traços fracos, indecisos e deformados, por receber ajuda de outra pessoa diante da existência de uma impotência funcional qualquer, como lesões ou moléstias nervosas.

Foi usando estes e outros conhecimentos específicos que o professor Perandréa analisou a autoria de algumas mensagens psicografadas por Chico Xavier. O caso de Ilda Mascaro Saullo uma senhora que faleceu em Roma em dezembro de 1977, após longa enfermidade   pode servir para mostrar como o grafologista conseguiu elementos que o levaram a acreditar na autenticidade das mensagens recebidas por Chico. 
 

A mensagem em questão foi psicografada em 22 de julho de 1978, e para isso o médium usou lápis, três folhas de papel ofício sem pautas e terminou assinando o nome Ilda. Como peça de confronto, Perandréa conseguiu um cartão semelhante aos que são usados no Natal, cujo texto estava em italiano, não tinha data alguma. mas fora assinado com o mesmo nome: Ilda. Além disso, o pesquisador procurou também manuscritos naturais de Chico Xavier, anteriores e posteriores à data da psicografia.

O trabalho comparativo mostrou que, apesar da predominância de características gráficas do médium, destacavam se elementos gráficos da escrita de Ilda no corpo da psicografia e na assinatura.

Perandréa fez ainda uma seqüência gráfica por translucidez e observou outros importantes detalhes, como as coincidências entre certas letras, o encaixe perfeito das barras que cortam as letras “t”, igualdade na abertura das hastes, nas extensões, na altura e na situação; em suas conclusões, declarou: “Essas igualdades absolutas, adicionadas às demais, definem o exame da autoria gráfica (…). A mensagem psicografada por Francisco Cândido Xavier, aos 22/7/78, atribuída a Ilda Mascaro Saullo, contém, conforme demonstração fotográfica (…), consideráveis e irrefutáveis características de Gênese Gráfica, suficientes para a revelação e identificação de Ilda Mascaro Sauflo como autora da mensagem questionada.”

A pesquisa desenvolvida por Carlos Augusto Perandréa possui um duplo valor para os estudiosos dos fenômenos psíquicos. Primeiro, porque os dados por ele levantados comprovam a autenticidade do trabalho mediúnico de Chico Xavier, ajudando a demonstrar a possibilidade de sobrevivência do espírito e da comunicação entre o plano astral e o mundo físico. Segundo, porque todo trabalho foi elaborado a partir de técnicas objetivas de análise, aceitas pelo Poder Judiciário como instrumentos de comprovação da autoria de qual quer texto. Com isso, Perandréa marca um importante ponto contra aqueles que, invocando a autoridade científica, negam com veemência e dogmatismo a tese da sobrevivência da alma 

image1O7[1]Elsie Dobugras  
Revista Planeta 224 – maio 91

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